Gênesis 25 — Explicação das Escrituras

Gênesis 25

25:1–6 Em 1 Crônicas 1:32 Quetura é chamada de concubina de Abraão. O versículo 6 parece confirmar isso. Assim, ela era uma esposa inferior, alguém que não desfrutava de todos os privilégios de uma esposa em casa. Mais uma vez Deus registra irregularidades conjugais que Ele nunca aprovou.

25:7–18 Abraão deu seu último suspiro aos cento e setenta e cinco anos de idade e tornou-se a segunda pessoa a ser sepultada na caverna de Hebrom. Os doze filhos de Ismael listados nos versículos 12–16 cumpriram a promessa de Deus a Abraão: “Ele gerará doze príncipes” (17:20). Com a morte de Ismael, Isaque passa para o centro da narrativa.

25:19–26 Por quase vinte anos após seu casamento, Rebeca foi estéril. Então, em resposta à oração de Isaque, ela concebeu. A luta de dois filhos dentro dela a deixou perplexa até que ela foi informada de que seus filhos se tornariam os chefes de duas nações rivais (Israel e Edom). O gêmeo primogênito chamava-se Esaú (cabeludo). O outro se chamava Jacob (suplantador). Mesmo ao nascer, Jacó tentou ganhar vantagem sobre seu irmão agarrando o calcanhar de Esaú! Isaac tinha sessenta anos quando seus filhos gêmeos nasceram.

25:27, 28 À medida que os meninos cresciam, Esaú se tornou um homem do ar livre e um caçador habilidoso. Jacó, por outro lado, era um tipo ameno e fechado, morando em tendas. Isaque amava mais Esaú, mas Rebeca amava Jacó. Talvez ele fosse um “filhinho da mamãe”.

25:29–34 Como primogênito, Esaú tinha direito a uma porção dobrada dos bens de seu pai — isto é, o dobro do que qualquer outro filho poderia herdar. Ele também se tornou o chefe tribal ou familiar. Isso era conhecido como o direito de primogenitura. No caso de Esaú, também incluiria ser o ancestral do Messias. Um dia, quando Esaú voltava de uma viagem de caça, ele viu Jacó preparando um ensopado vermelho. Ele pediu um pouco da coisa vermelha com tanta súplica que ganhou o apelido de “Vermelho” (Edom), e isso ficou com ele e com sua posteridade, os edomitas. Quando Jacó ofereceu um pouco de sopa em troca da primogenitura de Esaú, Esaú tolamente concordou. “Nenhum alimento, exceto o fruto proibido, foi comprado tão caro quanto este caldo.”19 A profecia do versículo 23 é parcialmente cumprida nos versículos 29–34. Deus não tolera as negociações e negociações de Jacó, mas uma coisa é aparente: Jacó valorizava o direito de primogenitura e um lugar na linhagem piedosa, enquanto Esaú preferia a satisfação de seu apetite físico às bênçãos espirituais.

O capítulo termina enfatizando o tratamento de Esaú com seu direito de primogenitura, em vez do tratamento de Jacó com seu irmão. Os descendentes de Esaú eram inimigos ferrenhos de Israel. Sua condenação final é pronunciada em Obadias.

Notas Adicionais:

25.1 Embora seja admitido, geralmente que o casamento referido no texto se tenha verificado após a morte de Sara, isto não é provável. A palavra “concubina” (v. 6 e 1 Cr 1.32) bem pode indicar que Quetura fora contemporânea; entretanto, quanto a isto, nada se pode dizer ao certo.

25.10 Ver notas sobre 23.4.

25.11 A bênção sobre Isaque é sequência daquela recebida por Abraão (12.1-3 e 17.19). Como no caso de Abraão, Isaque teve sua fé provada no fato de esperar vinte anos por um filho (v. 26).

25.18 Havilá ficava provavelmente, perto do Sinai, ao noroeste da Arábia. Sur era um povoamento fortificado, mantido pelo Egito com a finalidade de antepor uma barreira contra os nômades orientais. Toda a área fica, portanto, compreendida pela Arábia setentrional.

25.25 Esaú significa “cabeludo”. Em muitos aspectos, ele era mais atraente e insinuante que Jacó mas faltava-lhe uma coisa importante: a fé. Não era só o caso de ser ele um materialista (Hb 12.16), pois que, também Jacó assim se revelara na primeira fase de sua vida. O fato, porém, era que Esaú não depositava confiança nas promessas divinas, nem atribuía qualquer valor à aliança estabelecida com, Abraão. Jacó, por outro lado, estava confiante e buscava tais promessas. Deus o abençoara e submetera-o à disciplina.

25.26 Jacó, “aquele que segura o calcanhar”, portanto, “Suplantador”, o que tira vantagem sobre outros pela astúcia.

25.30 Edom significa “vermelho”, associa-se ao fato de ser esta a cor de Esaú (25), bem como a cor do prato de lentilhas, pelo qual ele negociara seu direito de primogenitura.

25.31 O direito de primogenitura tinha referência a certos privilégios atribuídos ao filho mais velho: 1) Porção dobrada dos haveres paternos, depois da morte deste; 2) Direito de exercer o sacerdócio sobre a família. Em relação à família de Abraão, a primogenitura incluía mais este direito; 3) Ficar na linha genealógica direta do Salvador por vir. Esaú tinha 15 anos quando Abraão morreu. • N. Hom. 25.34 Lições a propósito de Esaú: 1), A fé é a coisa principal na existência, pois é ela que torna certo o cumprimento do promessa divina (cf. Hb 12.16-17); 2) A necessidade de submeter-se a carne ao espírito, as coisas temporais às eternas e o que pertence a este mundo a Deus (1 Co 9.27); 3) A inutilidade do remorso por se desprezar a bênção divina (Hb 12.17). Nos tabletes de Nuzi, que datam do período patriarcal, encontra-se descrita uma transferência semelhante de direitos de herança, com relação a certo horto que teria sido negociado entre irmãos, pelo preço de três ovelhas.

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