Gênesis 30 — Explicação das Escrituras

Gênesis 30

30:1–13 Desesperada para ter uma criança brincando em seus joelhos, Raquel deu sua serva, Bilá, a Jacó como esposa ou concubina. Embora tais arranjos fossem comuns naqueles dias, eles eram contrários à vontade de Deus. Bilhah teve dois filhos, Dan e Naftali. Para não ser superada por Rachel, Leah deu sua serva, Zilpah, a Jacob, e mais dois filhos nasceram, Gad e Asher.

30:14–24 As mandrágoras que Rúben encontrou eram uma espécie de maçã do amor, que os supersticiosos acreditavam conferir fertilidade. Como Raquel era estéril, ela estava ansiosa para ter algumas das mandrágoras. Em troca, ela concordou em deixar Leah viver como esposa de Jacob. (Por alguma razão inexplicada, Lia aparentemente perdeu seus privilégios como esposa.) Depois disso, Lia teve mais dois filhos — Issacar e Zebulom — e também uma filha, Diná. Por fim, Raquel deu à luz seu primeiro filho e deu-lhe o nome de José, expressando fé em que Deus lhe daria outro filho.

30:25–36 Quando Jacó disse a Labão que queria voltar para casa em Canaã, seu tio o incentivou a ficar. Labão disse que aprendeu por experiência que o SENHOR o havia abençoado por causa de Jacó, e ele atenderia às suas exigências salariais se permanecesse. Jacó concordou em continuar servindo se Labão lhe desse todas as ovelhas e cabras salpicadas e malhadas e todos os cordeiros escuros. Todos os outros animais do rebanho seriam reconhecidos como sendo de Labão. Este último concordou com o pacto, dizendo: “Oh, se fosse de acordo com a sua palavra”. Labão pegou a maioria dos animais designados para Jacó e os deu a seus filhos para pastorear, percebendo que eles provavelmente se reproduziriam com marcas que os identificavam como pertencentes a Jacó. Então ele confiou seus próprios animais a Jacó, separado de seus próprios filhos por uma jornada de três dias. Isso impossibilitou que os animais marcados nos rebanhos criados pelos filhos de Labão se reproduzissem com os animais não marcados de Labão que eram cuidados por Jacó.

30:37–43 Ao criar o rebanho de Labão, Jacó colocava diante deles varas que havia descascado, fossem elas de cor sólida ou marcadas. Os cordeiros ou cabritos nasciam listrados, salpicados e malhados. Isso, é claro, significava que eles pertenciam a Jacob. Essas hastes realmente determinaram as marcações nos animais? Pode ou não ter havido uma base científica para o método. (Novas evidências genéticas sugerem que pode ter havido.) De que outra forma os animais poderiam ter nascido com as marcas que Jacob desejava?

Em primeiro lugar, pode ter sido um milagre (ver 31:12).

Ou pode ter sido um truque inteligente da parte de Jacob. Há indícios na narrativa de que ele conhecia a ciência da reprodução seletiva. Através de criação cuidadosa, ele não apenas produziu animais com as marcas que desejava, mas também foi capaz de produzir animais mais fortes para si e fracos para Labão. Talvez as hastes descascadas fossem apenas um truque para esconder seus segredos de reprodução dos outros. Seja qual for a explicação, a riqueza de Jacó aumentou durante seus últimos seis anos servindo a Labão.

Notas Adicionais:

30.6 De Bila Dã - Um juiz. Raquel exclamou: “Deus me julgou e também me ouviu, a voz e me deu um filho” (heb. danani).

30.8 Naftali - Lutando. Raquel disse: “Com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logrei prevalecer” (heb. niphtalta).

30.10,11 De Zilpa, Gade. Boa sorte, Lia disse: “Afortunada!” e lhe chamou Gade (gad).

30.13 Aser. Felicidade. Lia disse: “É minha felicidade”.

30.15 As mandrágoras estavam associadas com o amor. A superstição popular admitia-as como antídoto contra a esterilidade. A barganha efetuada por Raquel não lhe proporcionara o resultado almejado. O v. 22 mostra ser Deus, e não a mágica ou a superstição humana, que promove a fertilidade.

30.16-18 De Lia, Issacar. Alugar. Lia disse: “Deus me recompensou” (heb. secari).

30.20 Zebulom. Honra - “Deus me deu excelente dote, agora permanecerá comigo meu marido” (zebelani).

30.23, 24 De Raquel, José - “Dê-me o Senhor outro filho! Deus tirou-me o vexame ('asaph) - que o Senhor me acrescente (yoseph) outra filho”. Benjamim - Filho da mão direita. Raquel, que viera a falecer ao dá-lo à luz, pôs-lhe o nome de Benoni (filho de minha dor). Jacó chamou-lhe Benjamim, como indício da posição que viera a desfrutar (Gn 35).

30.27 O testemunho de Labão a propósito da bênção que lhe adviera por causa de Jacó evidencia o cumprimento da promessa de Deus em Betel (28.14), a palavra que aí vem traduzida como “experimentado”, pode significar, também, “adivinhado”, isto é, obtida informação através de práticas próprias ao “ocultismo”. Na verdade, Jacó estava estipulando salário muito módico, visto que as ovelhas orientais eram, quase todas, brancas, enquanto os cabritos eram normalmente pretos. Parece que Jacó deliberara, assim, em confiar que Deus havia de prover todas as coisas nos termos da bênção anunciada. Deus o fez de modo admirável!

30.38 Jacó empregou métodos seletivos e meios de exercer influência pré-natal na maneira de tratar os rebanhos que lhe haviam sido confiados, por causa do engano de Labão para com ele. O historiador sagrado, porém, atribui os resultados obtidos à intervenção do Senhor (cf. 31.12).• N. Hom. 30.43 Este capítulo ensina: 1) Não é sempre de acordo com nossos desejos ou planos, que Deus proporciona bênçãos. Daquela disciplina pela qual Lia lhe foi impingida, Jacó obtivera seu filho Judá que se tornara ancestral direto do Messias; 2) Astuto e interesseiro Jacó não deixou de dar testemunho de que, finalmente, suas bênçãos de Deus (27); 3) A paciência divina não se exaure em face da indignidade de seus servos. Quanta coisa boa não teria Deus visto em Jacó, para assim esperar através de tantos anos, disciplinando-o, conduzindo-o e, até mesmo, fazendo o melhor uso de seus erros e pecados! Não é assim mesmo que Deus age para conosco? E não convirá a que sejamos pacientes, da mesma forma, para com os nossos semelhantes?

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