Gênesis 43 — Explicação das Escrituras

Gênesis 43

43:1–15 Finalmente Jacó foi forçado pela severidade da fome a agir. Os irmãos não poderiam voltar sem Benjamim — essa foi a condição estabelecida pelo governador, Joseph. Então Judá concordou em servir como fiador de Benjamim, e Jacó aceitou a oferta. Nesse aspecto, pelo menos, Judá aqui nos lembra de seu descendente, o Senhor Jesus, que se tornou nosso Fiador na cruz do Calvário. Jacó enviou um presente ao governador do Egito, consistindo de bálsamo, mel, goma, especiarias, mirra, pistache e amêndoas - itens não afetados pela fome. Ele também insistiu que eles pegassem o dobro da quantia em dinheiro, caso o dinheiro devolvido fosse um descuido.

43:16–25 José ficou profundamente comovido quando viu seus irmãos novamente, mas ainda não revelou sua identidade. Ele ordenou a seus servos que preparassem um banquete. Quando seus irmãos foram levados à casa de José, eles pensaram que estavam no tapete por causa do dinheiro que encontraram em seus sacos. Eles deram uma explicação completa ao mordomo-chefe e ele, por sua vez, garantiu que não havia nada com que se preocupar. Seus registros mostraram que eles haviam pago integralmente. Simeão foi libertado da prisão e juntou-se a eles na preparação para o banquete. Eles prepararam o presente do pai para dar a Joseph quando ele chegasse ao meio-dia.

Se perguntarmos se o dinheiro substituído foi realmente descoberto no caminho de volta para Canaã (42:27; 43:21) ou quando chegaram à presença de Jacó (42:35), a resposta é ambas. A descoberta ocorreu em duas etapas. Um irmão descobriu sua situação no caminho, os outros ao chegar em casa. É compreensível que ao relatar os eventos ao mordomo de José (43:21), um relato resumido foi dado (Notas Diárias da União das Escrituras).

43:26–34 Quando José chegou, seus irmãos se curvaram diante dele em cumprimento de seu sonho (37:7). Ele se emocionou ao perguntar pela família e conhecer Benjamin. No banquete, ele comeu sozinho; os onze irmãos foram servidos separadamente; e os egípcios também comiam sozinhos. O espanto dos irmãos foi causado por estarem sentados de acordo com suas idades. Como alguém no Egito poderia saber sua ordem de nascimento? Favor especial foi mostrado a Benjamim, irmão pleno de José.

Notas Adicionais:

43.9 Ao passo que Rúben não fora capaz de persuadir a Jacó da absoluta necessidade de consentir na ida de Benjamim ao Egito, quando se tornara inevitável voltarem para adquirirem alimentos, Judá o persuadira. Rúben tinha prometido as vidas de seus dois filhos, caso não lhe fosse possível trazer a Benjamim, são e salvo ao pai (42.37). Judá, porém, se ofereceu a si mesmo, Vem-nos imediatamente ao pensamento aquele divino Descendente de Judá, e com maior razão, quando refletimos no emprego da palavra ”culpado” (lit. “pecado”, em hebraico, hatta) “Serei culpado, para contigo, para sempre”. Cristo deu sua vida “como oferta pelo pecado” (Is 53.10) e, “foi feito pecado por nós” (2 Co 5.21) a fim de que pudesse levar-nos salvos para o Pai Celestial.

43.11 O plano de Jacó para solicitar a, boa vontade do primeiro ministro egípcio consistiu em enviar-lhe das coisas “mais preciosas da terra” (lit. “o cântico da terra”) isto é, aquelas preciosidades nativas, pelas quais a terra se fizera famosa. Trata-se do mesmo Jacó que; planejara antes apaziguar a Esaú quando de sua volta de Harã. Quão despropositados e inúteis eram tais planos em face das fases mediante as quais Deus estava encaminhando aquela vida de acordo com os bons intentos divinos! (cf. Rm 8.28).

43.14 Todo-Poderoso (El-shaddai). Ver nota sob Gn 17.1. Jacó resigna-se com relutância, ante o fato inegável traçado pela soberania de Deus - se Benjamim não fosse, toda a família ficaria sujeita a perecer de fome, mas, indo, caso não voltasse com vida, pouco lhe conviria viver. Não obstante, o Senhor vive para sempre. A Jacó só resta descansar no Senhor a sua confiança.

43.18 O temor, eis o elemento esmagador que pesava nos corações dos dez irmãos desde o primeiro encontro com José até à morte de Jacó (ver Gn 42.28; 43.18; 44.13-18; 45.3 ; 50.21). O medo convulsiona, penetra, convence, purifica, admoesta e pode ser o fator preponderante para que os indivíduos sejam trazidos a uma condição de humilde arrependimento. 1) Sentiam temor de Deus (42.28; 44.14) que visita as iniquidades dos pais sobre eles próprios e sobre seus filhos (Êx 20.5). Sentiam temor servil em face da própria culpa (cf., 42.21, 22 e 44.16 com Gn 3.10, Dt 28.28, At 24.25, Hb 10.27, Ap 21.8 e At 10.29 ss). Sentiam temor dos homens (Gn 43.23; 45.3 ; 50.15-19). Tão somente depois de pedirem e ficarem certos de que estavam perdoados por Deus e por José, foi que seus corações puderam se tranquilizar (50.21).

43.23 O tema central em todo o relato da vida de José (Gn 37-50) consiste na demonstração da soberania divina.

43.26-28 E prostraram-se. É repetida para mostrar como os sonhos de José se cumpriram profeticamente (cf. 37.7, 9 com 42.6).

43.32 Não lhes era lícito comer, Por motivos religiosos (pela evidência arqueológica), e não raciais ou sociais.

43.33 Se maravilhavam. A capacidade misteriosa de colocar os irmãos na ordem certa elevaria a apreensão de intervenção divina perseguindo-os.

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