Explicação de Gênesis 46

Gênesis 46

46:1–7 A caminho do Egito, Israel parou a caravana na histórica Berseba para adorar o Deus de seu pai Isaque. Este foi o lugar onde Deus apareceu a Abraão em conexão com a oferta de Isaque (21:31-22:2). Foi também o lugar onde o Senhor apareceu a Isaque (26:23, 24). Agora Ele aparece a Jacó para encorajá-lo. Esta é a última das sete aparições do Senhor a ele. A segunda promessa do versículo 4 parece indicar que Jacó retornaria a Canaã. Na verdade, é claro, ele morreu no Egito. Mas a promessa foi cumprida de duas maneiras. Seu corpo foi levado de volta a Canaã para ser sepultado e, em certo sentido, ele também retornou quando seus descendentes voltaram nos dias de Josué. A expressão “José porá a mão em seus olhos” previa uma morte pacífica. Atkinson explica o idioma lindamente:

…José fecharia os olhos de seu pai no momento de sua morte. Joseph estaria com ele quando morresse. Observe a promessa pessoal graciosamente feita a Jacó, que o compensaria pelos longos anos de tristeza e luto por José. Deus cuida das necessidades pessoais de Seus servos (1 Pe. 5: 7).
(Basil F. C. Atkinson, The Pocket Commentary of the Bible, The Book of Genesis, p. 405.)

E assim Jacó chegou ao Egito com todos os seus descendentes, seu gado e seus bens pessoais.

46:8–27 Nos versículos 8–27 temos o registro familiar de Jacó e seus filhos. Havia sessenta e seis membros da família (v. 26) que vieram com Jacó para o Egito. Há dificuldades admitidas em conciliar esta figura com os setenta do versículo 27 e de Êxodo 1:5 e os setenta e cinco de Atos 7:14. A explicação mais óbvia é que os números se expandem de descendentes diretos para círculos mais amplos de parentes.

46:28–34 O encontro épico entre Israel e José ocorreu em Gósen, a região mais fértil do Egito, perto do delta do Nilo. Jacó e seus filhos preferiram ficar lá, pois era o melhor pasto para seus rebanhos. Ficou combinado que eles contariam ao Faraó que eram pastores. Como os pastores eram desprezados pelos egípcios, o faraó os deixava viver na terra de Gósen, longe do palácio real. Lá em Goshen eles foram isolados das relações sociais com os egípcios, primeiro por causa de sua nacionalidade (43:32) e depois por causa de sua ocupação. Deus os deixou nesta incubadora até que se tornassem uma nação forte, capaz de possuir a terra que Ele prometeu aos seus antepassados.

Notas Adicionais:

46.3 É provável que Jacó se estivesse mostrando tão relutante em ir para o Egito pelo fato de ter em mente a aliança vinculada com Abraão mediante a qual a terra de Canaã estava prometida a seus descendentes. Em virtude da certeza que Deus lhe dera de que, não somente seria preservada a família (cf. 45.7), mas haveria de multiplicar-se e tornar-se numa poderosa nação, a qual haveria de voltar e entrar na posse da terra e da herança, Jacó resolveu partir.

46.6 Toda a descendência de Jacó foi para o Egito, em cumprimento do plano divino (cf. v. 3). Dois eram os propósitos: 1) Estabelecendo-se em Gósen os filhos de Israel estariam isolados das influências paganizadoras, tanto de Canaã como do Egito; 2) Por outro lado, porém, o povo de Deus entrava em contato, daquela maneira, com a mais avançada civilização contemporânea. Entre outros benefícios, encontram-se os seguintes: regime governamental sem o qual a nação nem mesmo chegaria a existir: administração baseada em estatutos legais, além da escrita, sem a qual Moisés jamais poderia ter escrito os cinco primeiros livros da Bíblia.

46.26, 27 O número sessenta e seis, corresponde aos constituintes da família de Jacó, não incluindo o próprio Jacó, José e os dois filhos deste. Na lista referida, fica evidente que Hezrom e Hamul (v. 12) não vieram para o Egito pessoalmente, uma vez que Perez, pai deles, dificilmente teria mais do que quatro anos de idade. Benjamim, que não contaria mais do que vinte e quatro anos de idade, não poderia ser pai de dez filhos já. A maneira de admitir-se que tais pessoas foram para o Egito expressa-se pela frase: “inlumbis patrum”, exatamente como Levi pagara o dízimo através de Abraão (Hb 7.9). De acordo com a Septuaginta, o número dos que partiram para o Egito era de setenta e cinco, que é também o número dado por Estêvão (At 7.14). Os cinco adicionais viriam a ser os netos de José, provavelmente.

46.34 O plano patente naquela informação transmitida a Faraó, de que os filhos de Israel eram pastores, continha a intenção de conseguir-lhes o melhor do território, bem como isolá-los relativamente do paganismo egípcio. O fato de o pastoreio constituir-se em abominação para os egípcios, indica que era ocupação reservada a membros de casta inferior.

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