Josué 13 — Explicação das Escrituras

Josué 13 começa com Josué já avançado em anos, e Deus o instrui a continuar com a divisão dos territórios não conquistados remanescentes entre as tribos. O capítulo delineia as porções dadas às duas tribos e meia que se estabeleceram a leste do rio Jordão e lembra aos levitas que eles não receberão uma herança tradicional, mas dependerão das ofertas das outras tribos.

O capítulo destaca o processo de distribuição de terras e a importância de cumprir a tarefa que Deus havia designado aos israelitas. Ressalta o princípio de obediência e diligência na execução dos mandamentos de Deus, mesmo quando a conquista entra em uma nova fase. Josué 13 enfatiza a importância do papel de cada tribo em possuir sua porção designada da Terra Prometida e a jornada contínua dos israelitas para cumprir as promessas de Deus.

O ESTABELECIMENTO DA TERRA PROMETIDA (caps. 13–21)

A. As terras ainda a serem possuídas (13:1–7)

13:1–6 Josué era agora um homem velho, e toda a terra prometida aos israelitas ainda não havia sido ocupada por eles. Os versículos 2–6 descrevem porções no sudoeste e no nordeste que ainda eram habitadas pelos pagãos. Sabemos também que a terra a leste do Eufrates foi prometida aos judeus, mas nunca foi ocupada por eles.

13:7 O Senhor instruiu Josué a dividir a terra que já havia sido conquistada entre as nove tribos e meia tribo de Manassés.

A Distribuição da Terra (13:8—19:51)

1. A atribuição a Rúben, Gad e metade de Manassés (cap. 13)

13:8–33 Duas tribos e meia já haviam recebido terras a leste do Jordão. É assim descrito: todo o território ocupado pelas duas tribos e meia (vv. 8–13); Rúben (vv. 15–23); Gade (vv. 24–28); e metade da tribo de Manassés (vv. 29–31).

Levi não recebeu uma herança tribal (v. 14), pois aquela era a tribo sacerdotal, e o Senhor era sua herança de maneira especial (v. 33).

Tirar Levi das tribos deixa apenas onze tribos. Mas os dois filhos de José, Efraim e Manassés, estão incluídos no lugar de José, e isso aumenta o número para doze novamente. A razão pela qual os filhos de José estão incluídos é que eles foram adotados por Jacó como seus próprios filhos antes de sua morte (Gn 48:5).

Menção especial é feita ao fato de que Balaão estava entre os mortos na Transjordânia (v. 22). O Senhor não se esqueceu da terrível calamidade que esse profeta iníquo causou a Seu povo (ver Núm. 23–25). “Certifique-se de que o seu pecado o descobrirá” (Números 32:23).

Um problema interessante surge no versículo 25. A tribo de Gade possuía parte da terra dos amonitas, o que era proibido em Deuteronômio 2:19. Mas esta terra já havia sido tirada dos amonitas por Siom, rei dos amorreus, e fez parte de seu reino. Assim, quando Israel tomou a terra de Siom, ela não pertencia mais aos amonitas.

A Debir mencionada no versículo 26 não é a mesma cidade mencionada no capítulo anterior. Esta cidade ficava a leste do Jordão, enquanto a que Josué conquistou ficava a oeste do rio.

Notas Adicionais

13.1 Terra... para... possuir.
Parece contrastar com 11.23 - “tomou Josué toda esta terra...” (vela a nota).

13.1-33 Aqui a ordem inclui a distribuição e a divisão de territórios que não tinham sido conquistados. Foi parcialmente uma obra de fé, e parcialmente uma vocação para os israelitas edificarem sobre os fundamentos de Moisés e de Josué, tendo a mesma obediência e a mesma coragem. Houve ainda nações poderosas para se conquistar: os filisteus, os gesuritas, os avitas, os giblitas e os sidônios, nações que continuaram sendo um tropeço aos israelitas ainda por muitos séculos. Da mesma maneira, a obra espiritual de Moisés, levada a efeito por Jesus, ainda inclui um apelo para cada crente lutar contra as trevas em seu redor.

13.2 Gesur. “Ponte” ou “Terra da ponte”. (Veja Dt 3.14; 1 Cr 2.23).

13.3 Sior. “Negrura” ou “Escuridão”. Às vezes, o nome indica o Rio Nilo (1 Cr 13.5; Is 23.3). Aqui, ele indica o moderno riacho “El-Arisch”, que separa o Egito da Palestina.

13.4 Meara. “Caverna”. Afeque. “Força”. Era chamada “Afaca”.

13.5 Terra dos Gibleus; estes eram da cidade de Gebal - “Montanha”, perto de Tiro (Ez 27.9) . “Monumento” ou “Fortaleza” O território dos cananitas, até à entrada de Hamá, localizada à beira do Rio Orontes, ao norte do Monte Hermom. Sidônios. Veja 11.8.

13.9 Aroer. “Ruínas” ou “Nudez”. Houve várias cidades com este nome: 1) “A borda do vale de Arnom” (Dt 2.36); 2) “Defronte de Rabá” (13.25); 3) Uma cidade em Judá (1 Sm 30.28). Medeba. “Águas cheias ou tranqüilas” (Nm 21.30; Is 15.2). Era uma cidade e também uma campina moabita, cerca de 25 km ao oriente da foz do Jordão. Dibom. ”Curso do rio” ou “dissipando”. Era uma das cidades construídas pelos filhos de Gade (Nm 32.34); ali foi descoberta a famosa Pedra Moabita em 1868, registrando certos fatos da história. (Veja MB, p 187, 188).

13.14 À tribo de Levi não deu herança, “...porque o Senhor Deus. . é a sua herança” (33; Nm 18.5-24; Dt 10.9; 18.1,2).

13.17 Bamote-Baal. “Altares ou Altos de Baal”. Baal era adorado nos lugares altos de Moabe (Nm 22.41), mas os moabitas usaram o nome, “Camós” para seu Deus. Sacrificaram crianças, e isto, do mesmo modo que fizeram a Moloque (Jz 11.24, 1 Rs 11.7; Jr 7.31, veja a nota). Mesa, rei de Moabe, segundo a Pedra Moabita, atribuía suas vitórias a Camós.

13.18 Jaza. “Pisado” (também Jaza 21.36; Jaza - Nm 21.23). É um lugar, na planície de Moabe, separado para os levitas (21.36), Quedemote. “Princípios” ou “Lugares Orientais” (Dt 2.26). Mefaate. “Altura” ou “Beleza”, cidade dada aos levitas.

13.19 Sibma. “Fragrante” ou “Frescor”.

13.20 Faldas de Pisga (igual a Ardote-Pisga em 12.3). Veja Pisga, Dt 3.27; Nm 21.20.

13.26 Betonim. “Altura”. Maanaim, “dois acampamentos”.

13.30 Aldeias de Jair ou “Havote Jair”, porque foram conquistadas por Jair (Nm 32.41; cf. Jz 10.4), cujo pai pertencia à tribo de Judá, enquanto a mãe era da tribo de Manassés (1 Cr 2.21-24). 13.33 À... Levi Moisés não deu herança. Novamente é dado destaque ao fato de que Levi não receberia herança, como as outras onze tribos (cf. 14.3, 4). Por Deus ser “sua herança”, entende-se que tudo que seria consagrado ou dedicado ao Senhor, terras, gado, sacrifícios, dízimos e ofertas, tudo pertenceria aos levitas, além das muitas cidades e aldeias concedidas a eles (21.1-43; Lv 27). • N. Hom. “O Senhor Deus é a sua herança”. Paralela a esta afirmação é o significado que Cristo tem para todo crente: 1) Ele garante e promete um cuidado todo especial para o crente (1 Pe 5.7); 2) Cristo dá certeza de terminar a sua obra começada no coração (Fp 1.6; Hb 12.2); 3) Ele habita no crente é lhe dá uma esperança absoluta de entrar na sua glória (Cl 1.27); 4) Cristo na sua ressurreição, providenciou a nossa herança viva, incorruptível, sem máculas e imarcescível, reservada, nos céus para nós (1 Pe 1.3, 4 cf. Cl 3.24).

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