Josué 21 — Explicação das Escrituras

Josué 21 registra a atribuição de cidades aos levitas das tribos de Judá, Simeão e Benjamim. Essas cidades levíticas também serviram como cidades de refúgio, garantindo que fossem distribuídas por toda a terra. O capítulo lista as cidades e suas origens tribais, enfatizando o cumprimento da promessa de Deus de prover para os levitas.

O capítulo destaca a importância de prover para os levitas, que não receberam uma herança territorial tradicional. Ele mostra a distribuição cuidadosa das cidades para garantir que os levitas fossem integrados em várias regiões da terra. Josué 21 enfatiza a importância de honrar os mandamentos de Deus e Sua provisão para aqueles que servem no tabernáculo, ao mesmo tempo em que mantém um sistema justo para aqueles que buscam refúgio. Reflete o compromisso dos israelitas com a justiça e suas responsabilidades espirituais dentro do contexto de posse da Terra Prometida.

As cidades levíticas (cap. 21)

21:1–42
Quarenta e oito cidades (v. 41) com suas terras comuns para pastagem, incluindo as cidades de refúgio, foram designadas aos levitas como o Senhor havia ordenado (Números 35:2–8).

Coatitas:

(a) Os filhos de Arão (isto é, os sacerdotes) - treze cidades de Judá,... Simeão e... Benjamim.
(b) O restante dos coatitas - dez cidades de Efraim,… Dan e… a meia tribo de Manassés.
Gersonitas: treze cidades de Issacar,… Aser, … Naftali e… a meia tribo de Manassés.
Meraritas: doze cidades de Rúben,... Gade e... Zebulom.

Cada tribo deu quatro cidades, exceto Judá e Simeão, que deram nove cidades entre eles, e Naftali, que deu três cidades.

As cidades de refúgio, sendo cidades dos levitas (vv. 13, 21, 27, 32, 36, 38), foram espalhadas por todas as tribos de Israel para cumprir a profecia de Jacó (Gn 49:5–7) e para melhor facilitar seu ministério de ensino para a nação.

21:43 Este versículo deve ser lido à luz de outras Escrituras. Isso não significa que Israel ocupou toda a terra desde o rio do Egito até o Eufrates; em vez disso, significa que a terra que Josué dividiu foi em cumprimento à promessa de Deus de que Ele lhes daria todo lugar que a planta de seus pés pisasse (Josué 1:3).

21:44 Da mesma forma, o versículo 44 deve ser interpretado com cuidado. Ainda havia inimigos dentro da terra; nem todos os cananeus foram destruídos. Mas isso não foi culpa de Deus; Ele cumpriu Sua promessa derrotando todos os inimigos contra os quais os israelitas lutaram. Se ainda havia inimigos invictos e bolsões de resistência, era porque Israel não reivindicou a promessa de Deus.

21:45 Observe o versículo 45. O SENHOR cumpriu todas as promessas. Nenhuma palavra falhou. Que tributo à fidelidade de Deus! Mas Israel não se apropriou de todas as promessas.

Notas Adicionais

21.2 Em Siló.
É justamente esta cidade que veio a ser o centro de adoração, por alguns séculos, e o lugar da Arca e dos sacerdotes de mais influência, 18.1. O fato de os levitas não terem uma herança propriamente dita não lhes tolhia o direito da sobrevivência: tinham que viver espalhados entre as tribos, e cada tribo teria o dever de ser-lhes solidária em assuntos de guerra, política, comércio e indústria. Note-se, também, que as cidades de refúgio descritas no capítulo anterior ficaram sob os cuidados dos levitas, vv. 13, 21,27, 32 e 38. É a tribo sacerdotal que administra essa misericórdia prescrita pela lei de Deus. E o novo sacerdócio real dos crentes (1 Pe 2.9) que revela o amor de Cristo aos homens, Jó 34.35; Mt 28.19.

21.3 Levitas... sua herança. Os levitas não receberam terras (13.33) mas somente cidades em que podiam habitar. Dependiam dos dízimos e ofertas do povo para seu sustento, e sofriam quando o povo se descuidava da vida espiritual (Ml 1.6-10; 3.8, 9).

21.17 Geba. “Morro” ou “ Altura”.

21.18 Anatote. “Respostas a orações” ou “orações respondidas”. O nome moderno é Anata, e ficava a cerca de 5 km de Jerusalém. Era a cidade natal de Jeremias (Jr 1.1). Almom “escondido” ou “coisa escondida”.

21.20 Coate. O segundo filho de Levi (Gn 46.11; Êx 6.16, 18) era o fundador da grande família dos coatitas que, além de servirem no tabernáculo (cf. Nm 3.27-32; 4.6) e no templo, eram cantores dos cultos na casa do Senhor (1 Cr 6.31-38).

21.22 Quibzaim. “Reunião dupla” ou “montão duplo”. Bete-Horom. “Casa da cova” ou ”casa das covas”. É o nome de duas cidades, Bete-Horom baixa, à distância de mais ou menos 3 km uma da outra. Foram construídas por uma mulher chamada Sara (16.3, 5; 18.13; 1 Cr 7.24). Uma dessas cidades foi habitada pelos levitas (21.22; 1 Cr 6.68). O rei Salomão mandou cercá-las de muralhas, porque dominavam uma importante estrada (2 Cr 8.5).

21.23 Elteque. “Deus é seu temor” ou “Deus é seu terror” (19.44) Gibetom. “Altura cônica”. Nadabe, filho de Jeroboão foi ali assassinado quando a sitiava (1 Rs 15.27).

21.24 Aijalom. “Lugar onde há gazelas ou veados”. O nome indica: 1) Uma cidade designada para os levitas e um local de refúgio (19.42; Jz 1.35; 1 Cr 6.69); 2) Um lugar na tribo de Zebulom (Jz 12.12); O vale de Aijalom (10.12; 2 Cr 28.18), sobre o qual a lua se deteve quando Josué lutou contra os amorreus.

21.25 Taanaque. “Lugar arenoso”. O rei da cidade foi derrotado e morto por Josué (12.21). Os israelitas não expulsaram os seus habitantes cananeus, mas fizeram-nos tributários (Jz 1.27). Teve grande importância no tempo de Salomão (1 Rs 4.12). Gate-Rimom. “Prensa das romãs”. É o nome de duas cidades, esta de Manassés e outra de Dã (19.45; 21.42; 1 Cr 6.69).

2l.27 Golã. “Círculo” ou “circuito” (20.8; 1 Cr 6.71; Dt 4.41). Beesterá. “Casa (templo) de Astarte”, a construção de Bete-Asterá; é a mesma Astarote de 1 Cr 6.71.

21.33 Gersonitas. No deserto, os gersonitas (que montaram em 7.500, com idade de um mês para cima) carregavam o tabernáculo entre os outros serviços indicados em Nm 3.17-26; 4.38-41 Os asafitas e ladanitas, descendentes de Gerson, cantavam na casa do Senhor e guardavam o tesouro da “casa de Deus” (1 Cr 6.39; 23.1-11; 26.21-22). São mencionados na ocasião em que Davi trouxe a arca para Jerusalém (1 Cr 15.7; 25-28) e nas purificações do templo, sob Ezequias e Josias (2 Cr 29.12; 35.15). Serviam também sob Esdras e Neemias (Ed 3.10; Ne 11.17).

21.43.44 Jurara. O Antigo Testamento, repetidas vezes, fala das promessas acerca da Terra que Deus “jurou dar a Abraão, Isaque e Jacó” (Gn 50.24; Sl 105.9-11). O sinal exterior destas promessas era a possessão da terra santa (cf. Dt 6.18, 23; 7.13) e incluía tudo quanto à Aliança dizia respeito Dt 4.31). Nem a desobediência de Israel revogaria seu juramento (cf. Is 45.22, 23). No Novo Testamento as promessas de Deus são cumpridas em Cristo (Lc 1.68-73; 2.6ss; cf. 2 Co 1.19, 20). A garantia das bênçãos divinas tem sua fonte e fundamento no juramento feito a respeito do Rei-Sacerdote, i.e., o Messias (Sl 110.4; Hb 7.20-28) cumprido na pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.

21.44 O Senhor lhes deu repouso. A Bíblia indica que Deus nunca dá as suas bênçãos sem a luta ou esforço da nossa parte para possuir tudo o que Ele nos oferece. Hb 4.11 enuncia este princípio: “Esforcemo-nos pois por entrar naquele descanso”. Este esforço se baseia na fé (Hb 4.3), que nos leva a procurar, “com diligência cada vez maior, confirmar a nossa vocação e eleição” (2 Pe 1.10). 21.45 Nenhuma promessa falhou. Deus prometeu a terra da Palestina a Israel, quando falou a Abraão (Gn 13.15; 5-18), a Isaque (Gn 26.3) e a Jacó (Gn 28.13). O povo recebeu tudo como Deus tinha prometido, o que também serve de estímulo para os crentes da Nova Aliança esperarem com fé o cumprimento de todas as promessas acerca do céu (2 Co 3.11; 1 Pe 1.3-5).

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