Josué 22 — Explicação das Escrituras

Josué 22 relata a história das duas tribos e meia — Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés — que se estabeleceram a leste do Jordão. Essas tribos retornam aos seus territórios depois de ajudar seus companheiros israelitas na conquista de Canaã. Antes de partirem, surge um mal-entendido sobre um altar que construíram perto do rio Jordão. As outras tribos assumem que estão criando um local alternativo de adoração, o que pode levar à apostasia. No entanto, após um diálogo, fica claro que o altar é um memorial e não um local de culto não autorizado.

O capítulo enfatiza a importância da unidade e adesão às práticas de adoração adequadas entre as tribos. Ressalta a necessidade de uma comunicação aberta para evitar mal-entendidos e possíveis divisões. Josué 22 destaca o compromisso dos israelitas em manter sua fé e lealdade aos mandamentos de Deus, mesmo quando se estabelecem em diferentes regiões. Mostra a resolução do conflito por meio do diálogo e da cooperação, preservando a unidade da comunidade israelita ao possuir a Terra Prometida.

O Altar a Leste do Jordão (Cap. 22)
22:1–9
Quando a terra a oeste do Jordão foi dividida, Josué permitiu que os rubenitas, os gaditas e metade da tribo de Manassés retornassem ao seu território a leste do Jordão, conforme originalmente combinado. Ele também disse a eles para levarem consigo sua parte do despojo das batalhas que haviam travado.

Fazia mais de sete anos que eles deixaram seus entes queridos para lutar contra os cananeus. Eles suportaram as dificuldades do combate até que a terra fosse assegurada. Nós também somos chamados por nosso Comandante a suportar dificuldades e combater o bom combate da fé para promover o reino de Deus na terra (1 Tim. 6:12; 2 Tim. 2:3). Esse tipo de sacrifício não é fácil, mas é um ingrediente essencial na vida que agrada a Deus. Homens com zelo ardente são necessários no campo de batalha hoje:
Devo ser levado aos céus em canteiros floridos de facilidade,
Enquanto outros lutaram para ganhar o prêmio e navegaram por mares sangrentos?
Claro que devo lutar se quiser reinar; aumenta minha coragem, Senhor;
Eu vou suportar a labuta, suportar a dor, apoiado por Tua Palavra.

Isaac Watts
22:10, 11 No caminho para casa, esses homens decidiram erguer um altar perto das margens do Jordão. Quando as outras nove tribos e meia souberam disso, ficaram muito furiosas. Eles temiam que fosse um altar rival do de Siló. Eles também temiam que ele pudesse se tornar um altar idólatra no futuro e que Deus punisse toda a nação por causa disso.

22:12–20 Antes de declarar guerra às tribos a leste do Jordão, os filhos de Israel enviaram uma delegação para entrevistá-los e lhes ofereceram terras a oeste do Jordão se considerassem seu próprio território impuro (v. 19).

Ao lidar com os homens que construíram o altar, Finéias e os outros relembraram como Israel havia sofrido por causa da iniquidade de Peor (v. 17; cf. Num. 25) e a transgressão de Acã (v. 20; cf. cap. 7).

Eles viram este altar como outra ameaça ao seu bem-estar; daí sua forte reação a ele. Como povo, aprenderam que o pecado contaminava todo o acampamento e que Deus considerava a nação responsável pelo comportamento de seus indivíduos.

22:21–29 Então os homens de Rúben, Gade e meia tribo de Manassés explicaram que este não era um altar de sacrifício. Era simplesmente um altar memorial, testificando para as gerações futuras que as tribos a leste do Jordão eram de fato parte da nação de Israel.

22:30–34 As outras tribos ficaram satisfeitas com esta explicação e a guerra foi evitada. As tribos orientais chamavam o altar de Testemunha, o que significa que era um testemunho entre as tribos de ambos os lados do Jordão de que o SENHOR é o verdadeiro Deus.

Notas Adicionais

• N. Hom. 22.4, 5 “O Repouso do Senhor”. A vida sem ansiedade (cf. Fp 4.6) é uma vida de: 1) Cuidar “de guardar com diligência o mandamento... do Senhor”; 2) Amar ao Senhor nosso Deus; 3) Andar em todos, os Seus caminhos (Cl 2.6); 4) Guardar os Seus mandamentos; 5) Achegar-se a Ele (cf. Tg 4.8); 6) Servi-lo de todo o coração e alma.

22.6 Suas tendas. A metade da tribo de Manassés, de Basã, foi para o seu lar permanente, ao oriente do Rio Jordão.

22.10-34 Não se deve pensar que os israelitas que ficaram além do Jordão estavam fora dos termos de Israel; a verdadeira fronteira não era o rio, mas sim a serra de montanhas, além de Gileade, que separava a herança das duas tribos e meia do deserto. Os poderosos reinos de Siom e de Ogue tinham sido entregues por Deus às mãos do Seu Povo (Nm 21.21-35); alguém tinha o dever de administrar este rico território, como fiel mordomo das bênçãos recebidas por Deus; por isso, ficou aos cuidados das tribos que tinham mais gado, para aproveitarem melhor está parte da Terra Prometida, Nm 32.1-5. O zelo religioso de ambas as partes deste povo, v. 12 e v. 29, se contrasta com a situação de Jr 11.13.

22.10 Edificaram um altar... grande e vistoso. Foi construído no monte dos rubenitas e gaditas. Realmente, não era um altar no qual iam sacrificar animais (26) mas era apenas um monumento religioso em memória da aliança feita por Deus com Israel; mesmo separadas das outras pelo rio Jordão, essas tribos constituam uma só nação. A construção de tais monumentos era comum (Gn 31.45-49). Um outro altar com o propósito de sacrificar animais tinha sido contra o mandamento de Deus (Dt 12.14).

22.13 Finéias. O mensageiro foi bem escolhido, era tanto o representante da tribo de Levi como o do sumo sacerdote,. Ele era zeloso para a honra de Deus.

22.14 Um príncipe de todos os tribos. Cada uma das nove tribos e meia tinha seu representante. Estes iam corrigir o erro das outras tribos que edificaram o altar.

22.17 A iniqüidade de Peor. Os representantes tinham medo que Deus castigasse a Israel por causa do novo altar. Falaram acerca da praga causada pelo pecado de prostituição e idolatria de Israel em Moabe (Nm 25.1-9). Não temiam a outra praga.

22.18 Abandoneis o Senhor... irará contra toda a congregação. Os representantes das tribos do ocidente do Jordão sabiam que se aquelas outras tribos deixassem o Senhor Deus, em pouco tempo todo o resto de Israel também o deixaria.

22.19 Se a terra... é imunda. Todas as terras não santificadas pela presença do Senhor, eram consideradas imundas. Ao modo de ver dos representantes, aquela rebelião tinha afastado Deus da terra. Assim, seria melhor que aquela minoria passasse para o outro lado do Jordão afim de gozar da Sua presença.

22.20 Cometeu Acã. Era outro exemplo semelhante a este, tão patente na história de Israel (7.1-26); um pecado podia trazer castigo para toda a congregação (Nm 16.22).

22.22 O Poderoso, o Deus, o Senhor. Três nomes de Deus são usados: El, o Poderoso; Elohim, o Majestoso; e Jeová, o Senhor que se revelara a Moisés. Esta é uma fórmula impressionante, usada a fim de despertar os “rebeldes”, alertando-os de que estavam tratando com o verdadeiro e único Senhor Deus dos céus e da terra!

22.29 O altar do Senhor. O altar oficial de Israel, naquela época, ficava em Siló (18.1).

22.31 O Senhor está no meio de nós. Finalmente, os representantes do além-Jordão concluíram que o altar levantado não era um ídolo, como pensavam. E, já que as tribos não se tinham rebelado, Deus ainda estava com, Israel, (Veja Mt 18.20).

22.34 Chamaram o altar. O nome do altar mostrava que este era, realmente, um monumento ao único Deus. “O Senhor é Deus” é uma expressão que significa que Jeová é o único Deus verdadeiro.

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