Vermelho — Estudos Bíblicos
VERMELHO
Ver o artigo geral sobre Cores, quinto item.
Está em pauta o termo hebraico shashar, de etimologia
desconhecida. A Septuaginta traduz esse termo por míltos, “ocre
vermelho”. Nossa versão portuguesa o traduz por “vermelhão” e por “vermelho”, respectivamente,
nos dois únicos trechos onde essa palavra ocorre: Jer. 22:14 e Eze. 23:14.
O vermelhão é um pigmento vermelho, obtido em várias fontes, usado em
pinturas. Primeiramente foi usado o inseto feminino do gênero cochonilha,
cujo nome em árabe, kermis, está vinculado à nossa palavra carmesim.
Também era feito a partir do cinábrio ou sulfeto de mercúrio, de cor
muito vermelha. O cinábrio é usualmente encontrado em forma maciça,
granular, de cor vermelha brilhante. Mas o vermelhão também pode ser
fabricado a partir da hematita, um minério de ferro, também chamado “ocre
vermelho” (no grego, míltos).
Nos dias do profeta Jeremias, o vermelhão era usado pelas pessoas das
classes abastadas, para pintura das paredes de suas residências. O rei de Judá,
da época, Jeoaquim, foi condenado pelo profeta porque se preocupava'mais em
adornar o seu palácio do que em praticar a justiça (Jer. 22:14). Em uma
alegoria, relatada pelo profeta Ezequiel, Oolibá, uma prostituta que
representava a cidade de Jerusalém, teria visto “...homens pintados na
parede, imagens dos caldeus, pintados de vermelho” (Eze. 23:14). Isso
sugere que o vermelhão também era usado nas decorações murais. E também
era empregado para pintar ídolos de madeira, feitos pelos
carpinteiros. Ver Sabedoria de Salomão 13:14.
Os gregos usavam o vermelhão para pintar suas peças de cerâmica, o que
chegou a ser imitado pelos romanos. Os homens das tribos africanas cobriam seus
corpos com vermelhão, como pintura de guerra. Ver Heródoto 55.191,194;
7.69. Isso nos faz lembrar de nossos indígenas, que também se pintam de
vermelho, feito de urucum, e que assim se adornam tanto para a guerra
quanto para as suas freqüentes festas e cerimoniais. De fato, todos os
mongóis apreciam muito a cor vermelha.
Como adjetivo ou como verbo, aparece como várias palavras hebraicas e
gregas, no A.T. hebraico, no N.T. grego e na LXX. Ver Gên. 25:25; 49:12; Pro.
23:29; Lev. 13:14; Mat. 16:7,3; Jó. 16:6.
Da longa lista de palavras hebraicas e gregas, a raiz hebraica mais
comum se baseia na cor do solo vermelho do Oriente Médio. A palavra grega
mais comum (purrós), vem da palavra que significa “fogo”. Em
conexão com a palavra hebraica, temos o nome do primeiro homem, “Adão”,
que foi criado com terra vermelha. O nome da nação “Edom” tem os mesmos
elementos radicais. Outra conexão é entre a palavra hebraica para “vermelho” e
a palavra hebraica para “sangue”. O trecho de II Reis 3:22 tem um jogo de
palavras com essas duas palavras.
O vermelho era uma cor natural de alguns cereais (Gên. 25:30), do vinho
(Pro. 23:31), de uma novilha (Núm. 19:2), de alguns cavalos (Zac. 1:8; Apo.
6:4) e do firmamento antes do tempo bom (Mat. 16:2 ss.). Pontos vermelhos
em uma pessoa podem indicar lepra, de acordo com Lev. 13:19; ou pode indicá-la
em uma peça de vestuário (Lev. 13:49). O vermelho ou a púrpura era usado
em coisas dispendiosas, como as peles de carneiro, tingidas de vermelho,
usadas na cobertura do tabernáculo (Êxo. 25:5), ou como os escudos
de guerra (Naum 2:3). Isaías 1:18 usa três palavras paralelas para indicar
“vermelho”, para descrever o pecado.