Tamuz — Estudos Bíblicos
TAMUZ
Uma divindade e ídolo
sírio e fenício, correspondente ao Adônis dos gregos. Na Bíblia, esse deus
pagão é mencionado somente em Eze. 8:14. A origem de seu nome perde-se na
obscuridade da antiguidade. Mas muitos pensam que se derivou da história
lendária suméria sobre Dumuzi (“verdadeiro filho”), um pastor
pré-diluviano e suposto marido de Istar (vide). Embora nunca tenha obtido
mui grande popularidade na Babilônia e na Assíria, tomou-se famosíssimo na
Síria e na Fenícia, bem como, mais tarde, entre os gregos, onde o casal
aparecia com os nomes de Adônis e Afrodite. No Egito, Adônis chegou a ser
identificado com Osiris (vide), que teria sua própria história lendária.
Na Síria, o principal centro desse culto ficava em Gebal, onde havia o
templo dedicado a Afrodite, a deusa do amor carnal.
Provavelmente, foi devido
à contiguidade entre a Síria e Israel que o culto a Tamuz penetrou entre o
antigo povo de Deus. Ezequiel, em uma visão, viu mulheres sentadas na
porta norte do templo de Jerusalém, a chorarem por Tamuz, o que consistia
em um tremendo desvio religioso, condenado pelo Senhor, como uma das “abominações”
que faziam Deus tapar seus ouvidos aos apelos dos judeus incrédulos.
Na Suméria, essa
divindade apareceu como deus da vegetação da primavera. Ali ele era considerado
irmão e marido de Istar, a deusa da fertilidade. Primeiramente ela o teria
seduzido, cometendo incesto com ele, para depois traí-lo. Uma bela história,
sem dúvida! Ali, Tamuz era representado em selos como protetor dos rebanhos,
aos quais defendia das feras. Esse culto foi mais elaborado na Babilônia, onde
já se falava em sua morte, visita ao mundo dos mortos e ressurreição. Essa
morte e ressurreição corresponderíam, anualmente, ao início do verão e
ao reflorescimento primaveril da vegetação. Os ritos em que se chorava
pela imaginária morte de Tamuz ocorriam no 4o mês (correspondente
aos nossos meses de junho e julho). Isso deu azo a que os judeus de tempos
pós-bíblicos chamassem o seu quarto mês de Tamuz. Ver sobre o Calendário.
Havia muitas afinidades
entre o culto a Tamuz e o culto a Osiris, este último no Egito. Até hoje, em
regiões remotas do Curdistão, há variações desse antigo culto. Segundo a
opinião de alguns estudiosos, Tamuz representaria o monarca reinante. E este,
por sua vez, representaria todos os homens, dentro do potencial de que
eles teriam de participar da natureza divina de Istar, o princípio da
vida e da fertilidade.
Muitos cultos pagãos
antigos giravam em torno de questões sexuais e do mistério da reprodução. Como
essa é uma questão muito atrativa para os seres humanos, não admira que
muitos judeus se tenham deixado envolver por cultos dessa natureza,
ao longo de sua história. Mas, como é claro, todos os cultos
dessa ordem indicam e levam a uma grande degradação. As sugestões deixadas
pelos imaginários deuses pagãos nunca eram puras, mas sempre envolviam as
piores perversões morais. Não admira que os profetas do Senhor sempre
tivessem sentido que tais cultos eram infames, representando um grave perigo para
o povo de Deus!