Vingador do Sangue — Estudos Bíblicos
VINGADOR DO SANGUE
Esse termo é aplicado ao
parente mais próximo de uma pessoa assassinada (ver II Sam. 14:7,11; Jos. 20:3,5,9;
Sal. 8:2), que tinha o direito de vingar o homicídio. As culturas antigas,
antes mesmo de Moisés, incorporavam essa provisão. Ver Gên. 9:5. Todos os
membros de uma tribo eram considerados como de um só sangue, pelo que um
crime de sangue que afetasse a um dos membros envolvia todos os outros
membros; o parente mais próximo tinha a responsabilidade, e não apenas o
direito, de vingar o crime. A lei mosaica permitia que o vingador matasse
o assassino, mas ninguém mais da família do assassino (ver Deu. 24:16; II
Reis 14:6 e II Crô. 25:4). Provisões extraordinárias foram decretadas para
o caso de homicídios acidentais, havendo cidades de refúgio e lugares seguros
para os homicidas não-intencionais, onde estes eram protegidos do
vingador do sangue. Essa provisão reconhecia gradações de culpa, o que
está incluído em quase todas as legislações. A vingança pelo
sangue derramado persistia durante o reinado de Davi (ver II Sam. 14:7,8; II Crô.
19:10). De fato, a prática sempre foi generalizada, sem importar se
sancionada por lei ou não. Os ofensores, mesmo quando condenados, usualmente
recebiam sentenças leves.
Prática no
seio do cristianismo. Muitos
cristãos estão certos de que as provisões do Antigo Testamento não-somente
permitem, mas também exigem a punição capital. Certas leis, em todos os
países cristãos, têm sido influenciadas pelas provisões do Antigo
Testamento. Porém, outros cristãos não vêem qualquer solução na
violência, preferindo apelar para a restauração e a aplicação da lei do
amor, mesmo no caso dos mais empedernidos criminosos. Ainda
outros cristãos tomam uma posição intermediária, dizendo que cada
caso precisa ser julgado por seus próprios méritos. Assim, alguns
casos são melhor resolvidos por meio da punição capital, mas não outros.
Nenhum crente verdadeiro,
entretanto, quererá reverter à posição da antiga lei, tomando vingança
pessoalmente e ignorando as leis que regulamentam esses crimes. Aqueles
que se opõem à punição capital tomam uma posição intermediária, apontando
para o caso de Paulo. Sem dúvida ele foi culpado de muitos assassinatos,
embora nunca tivesse pessoalmente matado alguém. Mas enviava as pessoas
para a morte certa. No entanto, foi perdoado, e sabemos qual foi o
resultado disso. Assim também, atualmente. Talvez a melhor solução seja a
posição intermediária, que evita ambas as posições extremas. O meio-termo
usualmente é o melhor.