Estudo sobre Jonas 2

Estudo sobre Jonas 2

Estudo sobre Jonas 2 




Jonas 2
II. CAPÍTULO 2: O Senhor SALVA O DESOBEDIENTE JONAS DA MORTE POR AFOGAMENTO
Ao passo que o restante do livro está em prosa, esse capítulo em termos linguísticos é poesia, um salmo em quartetos na medida elegíaca com uma parelha acrescentada no final. Por isso, alguns têm sugerido que esse capítulo foi acrescentado ao texto posteriormente, mas não há evidência textual de que em alguma época o livro tenha circulado sem o salmo que é encontrado na mesma forma e posição no nosso manuscrito hebraico mais antigo, um rolo do mar Morto dos Doze Profetas datado do século II d.C.
v. 1. Jonas orou ao Senhor: é paralelo de 4.2, que também se refere a angústias anteriores sofridas por Jonas (cf. Landes, cujo trabalho acerca de Jonas é digno de estudo), v. 2. clamei [...] me respondeu [...] gritei [...] ouviste: os tempos verbais no passado indicam que o texto da primeira oração não é dado (cf. v. 7). Portanto, esse salmo é a segunda oração de Jonas. Jonas já havia lamentado, clamado por ajuda e expresso o arrependimento, mas esse salmo agora expressa a gratidão de Jonas porque escapou do afogamento e sobreviveu aos três dias na barriga do peixe e, mais importante, que ele está novamente “na presença do Senhor”. Isso responde à objeção daqueles que acham que o salmo de gratidão é inadequado para a situação desagradável e desconfortável de Jonas. O autor propositadamente nem sempre é cronológico (cf. 4.2 quando Jonas explica por que não queria ir a Nínive). Do ventre da morte. é igual a “do mundo dos mortos” (NTLH), uma expressão singular, v. 3. todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim: as quatro palavras heb. assim traduzidas também estão em SL 42.7, um salmo de Corá: não está claro quem está citando quem. Um profeta embebido dos salmos estaria propenso a fazer eco da linguagem deles em suas orações, v. 4. expulso da tua presença: isso ajuda a entender 1.3 como uma experiência mais subjetiva experimentalmente, do que uma verdade teológica objetiva. Jonas expressa isso como algo passado, pois, tendo se arrependido, ele agora está consciente da presença do Senhor novamente enquanto ora dentro do peixe.
v. 5. águas [...] me envolveram: como para Noé no Dilúvio, e Moisés, no mar Vermelho, a expressão denota ser engolido na morte, as algas marinhas se enrolaram em minha cabeça é uma expressão singular, embora a palavra heb. súph para alga marinha seja encontrada em outros textos; e.g., Yãm süph (mar Vermelho). Seria possível que essa descrição tão vívida retratasse experimentalmente as vísceras do grande peixe? v. 6. terra embaixo, cujas trancas me aprisionaram para sempre, a “terra que tem o portão trancado para sempre” (NTLH). v. 7. teu santo templo-, também no v. 4; isso provavelmente não é uma referência ao templo literal em Jerusalém (Jonas vinha do Reino do Norte), mas ao templo celestial de Is 6.1ss. v. 8. ídolos inúteis-, ou “falsas vaidades” (ACF). R. D. Wilson vê aqui a única outra citação do salmo (de SL 31.6), possivelmente um chavão conhecido; expressões semelhantes são usadas por Oséias, o contemporâneo posterior de Jonas (Os 10.4;
12.11). v. 9. salvação-, a forma heb. é intensa — a salvação poderosa vem do Senhor. Isso poderia ser considerado o tema de todo o livro; uma descrição da salvação, graça e arrependimento.
v. 10. Acerca de comparações interessantes entre a experiência de Jonas e a do Senhor Jesus, v. D. W. B. Robínson (NBCR) concernentes a esses versículos.


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