Estudo sobre Neemias 2
Neemias 2
II. A VIAGEM DE NEEMIAS
PARA JERUSALÉM COM A AUTORIZAÇÃO DO REI (2.1-20)
1) O pedido de
Neemias e a comissão do rei (2.1-8)
Quatro meses se passaram
até que Neemias tivesse a em oportunidade de fazer o seu pedido ao rei
Artaxerxes, sendo esse o intervalo entre o “mês de quisleu” (1.1) e o mês
de nisã (2.1). Neemias estava ocupado com a sua tarefa normal de
servir vinho ao rei. Normalmente, quando fazia isso o seu semblante e comportamento
eram alegres; mas nessa ocasião, em virtude da situação em
Jerusalém, ele estava triste. E o rei notou isso e inquiriu-o
acerca da razão da sua tristeza (v. 2). Neemias explicou que era porque
Jerusalém, a cidade em que os seus ancestrais haviam vivido
e morrido, tinha sido devastada. Quando Artaxerxes perguntou se havia
algo que Neemias queria que fosse feito acerca dessa situação, este
lhe expressou o desejo de ir a Jerusalém para reparar os danos. Gomo
resposta à oração de Neemias, Deus predispôs favoravelmente o coração do rei,
não somente para concordar com o pedido de Neemias, mas também para
lhe dar todo tipo de ajuda possível nessa empreitada. Para que Neemias não
fosse perturbado na viagem (v. 7), o rei enviou uma escolta de oficiais
do exército e de cavaleiros (v. 9) para acompanhá-lo, uma provisão que
Esdras, em circunstâncias um pouco diferentes, preferiu dispensar (Ed 8.22).
O rei também concordou com o pedido de Neemias de que Asafe,
guarda da floresta do rei (v. 8) — provavelmente o chamado “jardim de
Salomão”, a cerca de 10 quilômetros ao sul de Jerusalém — lhe fornecesse a
madeira de que precisaria. Somos informados (não aqui, mas em 5.15)
de que Artaxerxes, a essa altura, até mesmo nomeou Neemias governador de
Jerusalém e estipulou o período em que deveria agir nessa função antes
de apresentar-se novamente ao rei. A duração desse período não é
estabelecida; e parece que Neemias de fato não voltou a
Artaxerxes durante 12 anos (13.6). Provavelmente foi estabelecido um
período mais breve que isso, mas foi ampliado progressivamente.
2) A viagem de Neemias
(2.9,10)
Neemias iniciou, então, a
longa viagem de Susã a Jerusalém. Quando chegou à região ao norte da Judeia
que desde o final do século VIII a.C. era chamada de Samaria (v. 9), encontrou
Sambalate, o horonita, e Tobias, o oficial amonita (v. 10). Os papiros
de Elefantina, que consistem em cartas dos e para os colonizadores judeus
na ilha de Elefantina no Nilo no alto Egito, escritas em grande
parte durante o século V a.C., mostram que em 408 a.C. Sambalate era
governador de Samaria, e ele provavelmente exercia essa mesma autoridade
ali nessa época anterior. (Aliás, em 408 a.C. parece que ele já era bem
idoso e tinha delegado a sua autoridade a dois dos seus filhos.) O
termo horonita talvez indique que ele vinha de Bete-Horom, no
distrito de Samaria. Tobias parece ter sido seu subordinado, e a descrição
que se faz dele é que originariamente era um escravo amonita. Talvez nessa
época estivesse governando em Amom, a leste da Judeia. Sambalate e
Tobias ficaram muito irritados pelo fato de que Neemias havia
sido escolhido e autorizado a restaurar Jerusalém de sua degradação,
pois sentiam que, se Judá fosse fortalecida, Samaria seria enfraquecida.
3) Neemias faz uma inspeção dos muros (2.11-16)
Três dias depois de Neemias
chegar a Jerusalém, decidiu fazer uma inspeção dos muros derrubados,
escolhendo fazer isso de noite (v. 12) para evitar chamar atenção
desnecessária. Montado num jumento ou numa mula, começou a sua inspeção na
porta do Vale (v. 13), próximo do canto sudoeste da cidade,
chamada assim em virtude do vale do Tiropeão, e continuou para o leste
por mais 450 metros (3.13), examinando os muros pelo lado de fora, até
chegar à porta do Esterco, pela qual o lixo da cidade era levado para
o vale de Hinom. Seguiu então o muro oriental da cidade até o tanque do
Rei, que provavelmente era o tanque de Siloé; mas o muro aqui
estava tão arruinado que ele teve de desmontar do animal (v. 14), e,
assim, prosseguiu ao lado do muro oriental devastado, com vista para o vale
de Cedrom (v. 15), a pé. Depois de ter seguido, provavelmente, para o
canto nordeste da cidade, Neemias voltou (v. 15), o que provavelmente
significa que voltou pelo mesmo caminho, retornando à porta do
Vale, não inspecionando, nessa ocasião, os muros do norte e do oeste, que
ele talvez já inspecionara de dia.
4) ”Venham,
vamos reconstruir” (2.17-20)
No dia seguinte,
Neemias reuniu os líderes judeus e lhes contou das suas intenções e da ajuda de
Deus até aquele ponto, e eles concordaram em começar a reconstruir os
muros sem demora (v. 18). Mas os inimigos Sambalate, Tobias e Gesém, o
árabe, que talvez estivesse governando em Edom ao sul, começaram
a espalhar boatos de que os judeus estavam planejando uma rebelião contra o rei
Artaxerxes (v. 19) e podem bem ter lembrado os judeus do que aconteceu
quando haviam tentado reconstruir os muros da vez anterior (Ed 4.12ss). A
isso, Neemias respondeu: O Deus dos céus fará que sejamos bem-sucedidos
(v. 20).Índice: Neemias 1 Neemias 2 Neemias 3 Neemias 4 Neemias 5 Neemias 6 Neemias 7 Neemias 8 Neemias 9 Neemias 10 Neemias 11 Neemias 12 Neemias 13