Comentário de J.W Scott: Filipenses 1:1-2

comentário bíblico de filipenses
I. SAUDAÇÃO INICIAL Filipenses 1.1-2

E Timóteo (1). Neste preâmbulo, Paulo associa Timóteo consigo mesmo, não como autor, mas como companheiro de lutas. Pode ter sido até o amanuense do apóstolo. Os dois nomes também aparecem juntos nas saudações do começo de 2 aos Coríntios, Colossenses, 1 e 2 aos Tessalonicenses e Filemom. Paulo intitula-se a si e a seu assistente como servos de Cristo Jesus. No grego a palavra douloi significa literalmente "escravos" e demonstra que os laços espirituais entre Cristo e eles eram de servidão, pois eles se haviam dado a Cristo, como a um Senhor e não se iriam livres (Êx 21.5-6). Paulo não usa seu título de apóstolo aqui (cf. 1Co 1.1; Gl 1.1). Sem dúvida porque sua posição jamais foi disputada na relação de amor existente entre ele e esta igreja. Note-se a ordem no uso do nome de Nosso Senhor. Em algumas versões temos Jesus Cristo e em outras "Cristo Jesus", que é a ordem preferida no texto grego. Isto é importante porque Paulo é cuidadoso neste ponto. Quando a ênfase recai sobre a humanidade histórica de Cristo, ele coloca "Jesus" primeiro, em qualquer construção; quando, porém, a palavra "Cristo" tem a precedência, ele significa com isso o Cristo ressurreto, o Messias eterno.

Os destinatários são todos os santos... com os bispos e diáconos (1). O apóstolo chama os filipenses convertidos de santos, tanto por causa de sua presente justificação através de Cristo, como por causa de seu fim assegurado inteiramente por Sua divina Pessoa, totalmente santificados nEle (cf. Filipenses 1.6). A adição com os bispos e diáconos torna esta saudação única. O termo episkopos ou "bispos" significa alguém que inspeciona ou revista, uma espécie de superintendente (cf. 1Ts 5.12, "os que vos presidem"). Do uso desse termo na literatura paulina, muitos adotam a opinião que o episkopos estava presente na igreja primitiva, desde a sua fundação, e não que apareceu mais tarde, em séculos posteriores. Outros notam que presbyteros ("presbítero" ou "ancião") é o nome geral do dirigente de uma igreja, no Novo Testamento, e estão convictos de que o episcopado é de data posterior. Episkopos o presbyteros são aceitos como termos idênticos, especialmente porque encontramos, na Epístola aos Filipenses, a palavra bispos, no plural. É interessante ressaltar aqui a origem das duas opiniões a respeito do governo da igreja. O vocábulo diakonos aparece freqüentemente nos Evangelhos e Epístolas, sendo traduzido por "servo" ou "ministro" que é sua significação. Num sentido mais técnico "diácono" é o termo aplicado à classe dos oficiais da igreja, cujo dever se relaciona mais com os negócios materiais da igreja, do que com assuntos espirituais (1Tm 3.8). A função especial dos diáconos pode ter tido origem na escolha dos sete, em At 6, ainda, que ali tal nome não seja mencionado para eles. As saudações do vers. 2 são uma combinação cristã do grego familiar e da forma de saudação dos hebreus, graça e paz que somente podem vir de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo (Ef 6.23-24 n).