Comentário de J.W Scott: Lucas 1:26-43

comentario biblico do evangelho de lucas
I. A anunciação de Jesus (Lc 1.26-38)

Do templo em Jerusalém a narrativa nos leva ao lar de uma virgem humilde em uma aldeia da Galiléia. O mesmo anjo que anunciara a chegada de João, foi enviado a Nazaré para anunciar um nascimento ainda mais transcendente. Saudou ele a Maria com uma saudação que a embaraçou, e ela ficou a imaginar o que significaria aquilo (26-29). Disse-lhe ele que Maria havia encontrado o favor de Deus e que daria à luz um filho, a quem chamaria Jesus. NEle cumprir-se-ia a promessa que havia sido dada por Deus a Davi - um trono e um reino eterno (30-33). Em resposta à pergunta que Maria lhe fez, o anjo concedeu-lhe a explicação-com delicada reserva e um gozo santo-de que Deus haveria de ser o Pai de seu Filho (34-35). Encorajou ele, então, a Maria e contou-lhe a respeito de Isabel. As palavras finais de Maria expressam a submissão humilde com que ela se colocou à disposição de Deus (36-38).

Chamarás pelo nome de Jesus (31). O nome é a forma grega de Josué; e significa a salvação de Jeová. Foi revelado também a José (veja Mt 1.21). Como será isto? (34). A indagação de Maria não implica em dúvida alguma ou descrença, tal como indica a pergunta de Zacarias (cf. vers. 18), porém simplesmente uma surpresa inocente. Descerá sobre ti o Espírito Santo (35); em Sua capacidade como o poder criativo de Deus (Gn 1.2). A encarnação foi o começo de uma nova criação. O poder do Altíssimo (35) livre de toda a mancha do pecado. Ainda que verdadeiramente da raça de Adão, Jesus no entanto nasceu como Cabeça, sem pecado, de uma nova raça. Será chamado Filho de Deus (35). As palavras do anjo dão base à filiação divina do filho de Maria quando de Sua concepção pelo Espírito divino. Isto não implica, nem tão pouco exclui a Sua pré-existência. Seu resultado é visto na consciência da paternidade de Deus que Jesus possuía desde Seus anos primordiais. As palavras simples de Maria no vers. 38 são uma expressão sublime de sua fé e consagração de si mesma. Ela aceita o sacrifício que isso envolvia - tal sacrifício de sua reputação, tal como é revelado no que José tencionava fazer com ela antes que o assunto fosse revelado a ele (Mt 1.19).

II. A visita de Maria a Isabel (Lc 1.39-56)

Maria foi para a Judéia de muito bom grado e Isabel recebeu-a com uma saudação inspirada, de intenso sentimento (39-45). O cântico de Maria respira um descanso calmo e profundo e também um profundo senso de exaltação (46-55). Está modelado no cântico de Ana (1Sm 2.1-10), e contém várias citações de Salmos. Maria parece ter permanecido com Isabel até que João nascesse (56). Possuída do Espírito Santo (14). O espírito profético do velho pacto veio sobre Isabel e ela mesma reconheceu Maria como a mãe do Messias (43). Então disse Maria (46). Suas primeiras palavras expressam o estado de sua alma e revelam o plano altamente espiritual em que ela havia vivido.