Panorama de 1 Pedro

panorama de 1 pedroPANORAMA DE 1 PEDRO

O novo nascimento para uma esperança viva por intermédio de Cristo (1:1-25). Logo de início, Pedro dirige a atenção de seus leitores ao “novo nascimento para uma esperança viva” e a esperança imarcescível reservada para eles nos céus. Isto é segundo a misericórdia de Deus mediante a ressurreição de Jesus Cristo. Por conseguinte, os “escolhidos” se regozijam grandemente, embora contristados por várias provações, a fim de que a qualidade provada de sua fé “seja achada causa para louvor, e glória, e honra, na revelação de Jesus Cristo”. Os profetas da antiguidade, e até mesmo anjos, investigaram a respeito desta salvação. Assim, os escolhidos devem avigorar as suas mentes para atividades e fixar a sua esperança nessa benignidade imerecida, tornando-se santos em toda a sua conduta. Não é isso apropriado, em vista de terem sido livrados, não com coisas corruptíveis, mas “com sangue precioso, como o de um cordeiro sem mácula nem mancha, sim, o de Cristo”? Seu “novo nascimento” é por intermédio da palavra do Deus vivente e permanecente, Yehowah, que permanece para sempre, o que lhes foi declarado como boas novas. — 1:1, 3, 7, 19, 23.

Mantendo conduta excelente entre as nações (2:1-3:22). Quais pedras viventes, os cristãos são edificados como casa espiritual, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo, a pedra angular de alicerce, que se tornou a pedra de tropeço para os desobedientes. Os que exercem fé tornaram-se ‘um sacerdócio real, uma nação santa, para divulgarem as excelências daquele que os chamara da escuridão para a sua maravilhosa luz’. Como residentes temporários entre as nações, que se abstenham dos desejos carnais e mantenham uma conduta excelente. Sujeitem-se a “toda criação humana”, quer a um rei, quer a seus governadores. Sim, ‘honrem a homens de toda sorte, tenham amor à associação inteira dos irmãos, tenham temor de Deus, dêem honra ao rei’. Da mesma forma, estejam os servos em sujeição a seus donos, com boa consciência, suportando o sofrimento injusto. Até mesmo Cristo, embora sem pecado, sujeitou-se ao insulto e ao sofrimento, deixando “um modelo” para se seguir de perto os seus passos. — 2:9, 13, 17, 21.

A sujeição aplica-se também às esposas, que, por meio de conduta casta junto com profundo respeito, podem até mesmo ganhar sem palavras o marido descrente. A sua preocupação não deve ser o adorno externo. Deve ser como no caso da obediente Sara, “a pessoa secreta do coração, na vestimenta incorruptível dum espírito quieto e brando, que é de grande valor aos olhos de Deus”. Os maridos devem honrar as suas esposas como a um “vaso mais fraco” e como “herdeiros com elas do favor imerecido da vida”. Todos os cristãos devem mostrar amor fraternal. “Aquele que amar a vida . . . , desvie-se ele do que é mau e faça o que é bom; busque a paz e empenhe-se por ela. Porque os olhos de Yehowah estão sobre os justos.” Em vez de temer a homens, devem sempre estar prontos para fazer uma defesa de sua esperança. É melhor sofrer por fazer o bem, se esta for a vontade de Deus, do que por fazer o mal. “Ora, até mesmo Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito.” A fé de Noé, expressa na construção da arca, resultou na preservação de si mesmo e de sua família. De modo correspondente, os que, à base da fé no ressuscitado Cristo, dedicam-se a Deus, são batizados em símbolo desta fé e continuam a fazer a vontade de Deus, são salvos, e Deus concede-lhes uma boa consciência. — 3:4, 7, 10-12, 18.

Alegrando-se em fazer a vontade de Deus como cristão, apesar de sofrimentos (4:1-5:14). Os cristãos devem ter a mesma disposição mental de Cristo, vivendo apenas para fazer a vontade de Deus e não mais a das nações, embora as nações falem deles de modo ultrajante por não continuarem a correr com eles “para o mesmo antro vil de devassidão”. Visto que se aproximou o fim de todas as coisas, eles devem ser ajuizados, voltados para as orações, e ter intenso amor uns pelos outros, fazendo todas as coisas de modo que Deus seja glorificado. Ao surgirem tribulações entre eles, não devem ficar intrigados, mas sim regozijar-se como participantes dos sofrimentos do Cristo. Contudo, que ninguém sofra como malfeitor. Visto que o julgamento começa na casa de Deus, que “os que estão sofrendo em harmonia com a vontade de Deus persistam em recomendar as suas almas a um Criador fiel, enquanto estão fazendo o bem”. — 4:4, 19.

Os presbíteros devem pastorear o rebanho de Deus espontaneamente, sim, com anelo. Serem eles exemplos para o rebanho lhes assegurará a coroa imarcescível de glória na manifestação do Pastor Principal. Que os homens mais jovens estejam em sujeição aos de mais idade, tendo todos humildade mental, “porque Deus se opõe aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes”. Sejam eles sólidos na fé e vigilantes sobre aquele “leão que ruge”, o Diabo. Novamente, soam poderosas palavras de reafirmação, ao concluir Pedro a sua exortação: “Porém, depois de terdes sofrido por um pouco, o próprio Deus de toda a benignidade imerecida, que vos chamou à sua eterna glória em união com Cristo, completará o vosso treinamento; ele vos fará firmes, ele vos fará fortes. Dele seja o poderio para sempre. Amém.” — 5:5, 8, 10, 11.