Introdução ao Livro de Provérbios
Introdução 1.1-7
Primeira coleção: elogio à
Sabedoria 1.8—9.18
1. Conselhos da Sabedoria
1.8—2.22
2. Sabedoria para os moços
3.1-20
3. Orientação para a vida
4.1—7.27
4. Elogio à Sabedoria 8.1-31
5. A Sabedoria e a falta de
juízo 9.1-18
Segunda coleção: provérbios de
Salomão 10.1—22.16
Terceira coleção: trinta
provérbios dos sábios 22.17—24.22
Quarta coleção: outros
provérbios dos sábios 24.23-34
Quinta coleção: outros
provérbios de Salomão 25.1—29.27
Sexta coleção: palavras de
Agur 30.1-33
Sétima coleção: palavras do
rei Lemuel 31.1-9
1. O rei ideal 31.1-9
2. A esposa ideal 31.10-31
INTRODUÇÃO
1. NATUREZA
1.1. Provérbios é um livro
de sabedoria prática. Trata de assuntos de moral, de bom senso, da maneira
correta de proceder e de religião.
1.2. Provérbio é um ditado breve,
fácil de lembrar e decorar, que resume uma verdade básica ou uma lição de vida.
1.3. Há dois tipos de provérbios.
Uns são de declaração, e outros são de conselho (ver Introdução
aos Livros de Sabedoria e aos Livros Poéticos 2.3.2).
2. CONTEÚDO E MENSAGEM
2.1. O Livro de Provérbios dá a
conhecer a maneira de pensar dos antigos mestres israelitas sobre o que a
pessoa sábia deve fazer em certas situações. Alguns provérbios são a respeito
das relações de família; outros, sobre o comportamento nos negócios. Alguns
tratam de boa educação nas relações sociais; outros, da necessidade de a pessoa
agir corretamente, de acordo com os princípios da moral. Nos provérbios são
severamente condenadas a imoralidade sexual, a bebedeira, a glutonaria, a
preguiça e a ganância. De outro lado, os provérbios ensinam a dedicação ao
trabalho, a prudência, o autocontrole, a humildade, a lealdade para com amigos
e parentes e a prontidão para ajudar os pobres e os necessitados.
2.2. O Livro de Provérbios
registra, logo no princípio, esta condição básica para se alcançar a sabedoria:
“Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor” (1.7). A sabedoria não é alcançada simplesmente pela
prática dos ensinamentos dos sábios. Ela vem do íntimo da pessoa que tem o
coração dominado por um sentimento de respeito a Deus, o Senhor, e pela disposição de ser
obediente a ele (9.10).
2.3. Vários provérbios são
baseados no princípio sustentado pelos sábios israelitas daquele tempo segundo
o qual, aqui na terra mesmo, os maus são castigados, enquanto que as pessoas
boas recebem a sua recompensa. Mas nem sempre é assim. E a própria Bíblia mostra
que, às vezes, acontece o contrário; é só comparar o Sl 37 com o 73.
2.4. Os sábios israelitas
reconheciam que é fácil cair em pecado, e por isso as pessoas precisam de
direção e auxílio para que façam escolhas acertadas e consigam vencer o mal. E
sempre estava presente na mente dos sábios o fato de que os esforços humanos
estão condicionados à vontade de Deus, que dirige todas as coisas: “As pessoas
podem fazer seus planos, porém é o Senhor
Deus quem dá a última palavra” (16.1).
3. FORMA LITERÁRIA
3.1. O provérbio típico tem duas
linhas e obedece ao paralelismo, que é a forma usada na poesia hebraica (ver Sl
Intr. 5). Esse paralelismo tem três variedades.
3.1.1. No paralelismo sinonímico, a segunda linha repete com outras palavras o
pensamento da primeira linha. Exemplo:
“O Senhor
Deus vê o que acontece em toda parte;
ele está observando todos, tanto os bons como os
maus” (15.3).
3.1.2. No paralelismo de contraste ou antonímico, a segunda linha diz o oposto
da primeira. Exemplo:
“O Senhor
Deus detesta quem tem coração perverso,
mas se alegra com as pessoas corretas” (11.20).
3.1.3. No paralelismo sintético, a segunda linha confirma ou amplia o
pensamento da primeira. Exemplo:
“Eduque a criança no caminho em que deve andar,
e até o fim da vida não se desviará dele” (22.6).
3.1.4. Há variações dessas três formas básicas de paralelismo.
3.2. Alguns provérbios assumem
outras formas literárias.
3.2.1. Alguns começam com a afirmativa “é melhor” (15.16-17).
3.2.2. Outros fazem uso de números: “Existem sete coisas que o Senhor Deus detesta” (6.16-19;
30.15-33).
3.2.3. No texto hebraico, o elogio à esposa ideal (31.10-31) é alfabético,
isto é, a primeira palavra de cada versículo começa, em ordem, com uma letra do
alfabeto hebraico, que tem vinte e duas letras.
4. AUTORES E DATA
4.1. Logo no primeiro versículo do
livro, o nome de Salomão é indicado como seu autor, o que parece abranger os
primeiros nove capítulos. Também Salomão aparece como autor das outras duas
maiores coleções de provérbios, que abrangem os cap. 10—22; 25—29. Em 1Rs 4.32,
diz-se que Salomão “escreveu três mil provérbios e compôs mais de mil canções”.
Salomão reinou mais ou menos de 970 a 931 a.C.
4.2. No tempo de Ezequias (2Cr
29—32), que reinou de 716-687 a.C., sábios trabalharam no colecionamento e na
edição de provérbios (25.1).
4.3. Um grupo de sábios anônimos
escreveu os provérbios registrados em 22.17—24.34.
4.4. Outros dois autores, ambos
não-israelitas, também são mencionados: Agur, filho de Jaque (30.1), e a mãe do
rei Lemuel (31.1-9).
4.5. É provável que o Livro de
Provérbios como o temos hoje tenha sido editado em fins do sexto século antes
de Cristo.