A Necessidade de Amar a Si Mesmo

AMAR A SI MESMO, CONSCIÊNCIA, ESTUDO BÍBLICO, TEOLOGICO
Amar a si mesmo? Não parece isso como se estivesse falando a geração do Eu? Não, pois não se trata do amor egocêntrico do Narciso mitológico, que eliminava a possibilidade de verdadeiramente se amar a outros. Com efeito, é preciso amar a si mesmo antes que possa amar a outros. A psicologia moderna sabe disso, mas isto foi reconhecido já 35 séculos antes da psicologia hodierna. Moisés escreveu em Levítico 19:18: “Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.” Tem de amar a si mesmo, e ao seu próximo como a si mesmo.

Nós devemos amar a nós mesmos no sentido de cuidar de nós mesmos, respeitar a nós mesmos, tendo um senso de valor pessoal. A fim de podermos fazer isto, temos de nos colocar à altura do que sabemos ser certo aos olhos de Deus, ao que nossa consciência devidamente treinada e sensível espera de nós. Se falharmos, ficamos descontentes com nós próprios e sentimos o delito e a culpa. Insatisfeitos com este estado de coisas, tentamos lançar a culpa em outros, e isso estraga nossas relações com outros.

Isto é ilustrado no caso de Adão e Eva. Eles sabiam qual era a coisa certa a fazer. Quando fizeram o oposto, ocultaram-se de Deus, por se sentirem culpados. Quando confrontados por Ele, ambos tentaram lançar a culpa — Adão em sua esposa, e em Deus, por lhe ter fornecido tal mulher; Eva lançou-a na serpente. (Gên. 3:12, 13) Adão não mais podia sentir genuíno amor ou respeito por si mesmo, e isso estragou sua relação tanto com sua esposa como com Deus. Eva também tentou lançar a culpa em outrem, de modo a poder livrar-se dela e assim respeitar a si mesma. Mas, no caso de pessoas cuja consciência não está totalmente cauterizada, a culpa não se dissolve deste modo. Podemos tentar, mas não enganamos a nós mesmos, e nosso desagrado íntimo interfere em nosso amor aos outros. Precisamos, deveras, amar a nós mesmos.