Os Escritos Sagrados

ESCRITOS, SAGRADOS, JUDAÍSMO, ESTUDO BIBLICOS, TEOLOGICOS
“Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne” (Ec 12.12). Essas palavras, sem dúvida, têm uma qualidade atemporal, mas provavelmente o escritor tinha em mente os livros de origem grega escritos no início do segundo século a.C. ou um pouco mais tarde, e que refletiam a cultura helenística prevalecente naquela época. Esses escritos não estão diretamente ligados ao nosso contexto, mas sua citação nos ajuda a lembrar que na própria Palestina, do primeiro quarto do segundo século a.C. ao primeiro século d.C, havia também muitos escritos judaicos, de diversos tipos que tiveram uma influência duradoura, se não sobre o Judaísmo em si, então sobre o cristianismo, que reivindicava ser o “novo Israel” de Deus.

Tem sido prática comum classificar a literatura dos judeus desse período como canónica, rabínica, apócrifa e pseu-depígrafa. Contudo, como G. F. Moore indicou,(Op. dt., vol. I, pp. 125 ss) tal classificação era bem desconhecida para os judeus daquela época e é, na verdade, muito enganosa. Melhor classificação, ele sugere, seria de livros canónicos, “normativos” e “irrelevantes” (ou “excluídos”). Por “canónico” entenda-se o conjunto das Sagradas Escrituras reconhecido como autorizado; “Normativo” significa a literatura, ou mais corretamente a tradição oral que posteriormente encontrou expressão na literatura do judaísmo rabínico; e “irrelevante” significa escritos não-canônicos, aos quais os rabinos davam o nome de “livros excluídos”.


Fonte: Between the Testaments: From Malachi to Matthew, de Richard Neitzel Holzapfel.

Veja outros estudos bíblicos relacionados:

Cf. Macabeus - Quem eram? (1)
Cf. Macabeus - Quem eram? (2)
Cf. A Torá e as Seitas Judaicas