Ágora — Templos, Santuários e Deidades

AGORA, DEUSES, TEMPLO, TERRAS BIBLICAS
Os visitantes ficam impressionados com a presença de tantos templos e santuários devotados a diversas deidades. Tudo isso fez com que a ágora fosse um grande centro de adoração, só inferior à Acrópole. Durante a fase áurea da Atenas clássica, a religião infiltrara-se em todos os aspectos da vida pública. Isso necessariamente significava que as diversas divindades, chamadas de “deidades padroeiras” de departamentos governamentais e de serviços administrativos, receberam santuários na ágora.

Destacado entre estas construções havia o Templo de Hefesto. A deusa Atena era associada com Hefesto. Ambas essas deidades eram adoradas aqui como deidades padroeiras das artes e dos ofícios. Descobertas arqueológicas de artefatos de metal e de cerâmica em torno deste templo o identificam com Hefesto, deus grego das artes que exigia o uso de fogo. Foi provavelmente no sétimo século EC que este templo, bem preservado, foi convertido na Igreja Ortodoxa Grega de S. Jorge, embora hoje não seja usado como tal.

Naturalmente, a ágora precisava ter sua própria deidade padroeira. Era o Zeus Agoreta, suposto inspirador da oratória, a quem se dedicou um altar embelezado, esculpido do precioso mármore pentélico. (Note Atos 14:11, 12.) O vizinho altar da Mãe dos Deuses estava ladeado de uma série espetacular de monumentos dedicados a heróis.

Um pouco mais adiante, encontramos um pequeno templo jônico. O geógrafo Pausânias o identificou como o Templo de Apolo, o Pai. Por quê? Porque, segundo uma antiga lenda grega, ele era o pai de Jônio, fundador da raça jônica, a que pertenciam os atenienses. Nesta qualidade, Apolo era uma das deidades padroeiras da organização administrativa do estado, em especial relacionado com as diversas fraternidades existentes na cidade.

Logo ao norte, vemos os restos calcários de um templo menor, construído em meados do quarto século AEC. Ali eram adorados Zeus e Atena da Pátria, principais deidades das fraternidades ancestrais, religiosas. Ser membro delas era quase que um pré-requisito para a cidadania ateniense. Logo do outro lado da rua, encontramos os restos dum altar dos Doze Deuses.

Na vizinha Stoá do Zeus Eleutério, a principal deidade grega era novamente homenageada, esta vez como deus da liberdade e da libertação. Esta colunata, ou stoá, era um passeio público popular e um lugar de encontros. Diz-se que o famoso filósofo Sócrates se reunia com os amigos nesta stoá, onde podiam ficar sentados e conversar, ou passear. Muitas dedicatórias e ofertas feitas para decorar esta stoá, tais como os escudos de guerreiros que morreram lutando em defesa de Atenas, tinham relação direta com a libertação da cidade dos seus inimigos ou com a preservação da sua liberdade.