FILHO DO HOMEM — Apocalíptico

FILHO DO HOMEM — Apocalíptico
FILHO DO HOMEM — Apocalíptico

Jesus anunciou seu sofrimento e, ao mesmo tempo, proclamou sua vinda em glória. Depois do evento em Cesareia de Filipo, aparecem com relativa frequência as predições de sua vinda gloriosa como o Filho do Homem. Esta ideia deveria ser bem familiar aos seus ouvintes, pois eles conheciam a profecia de Daniel. Mas a ideia de que o Filho do Homem divino deveria primeiramente viver como um homem entre os seres humanos e submeter-se ao sofrimento e à morte era uma ideia completamente nova.

Talvez a mais vivida das declarações apocalípticas seja uma que já foi discutida - a resposta de Jesus à pergunta do sumo sacerdote, se Ele era o Messias, o Filho de Deus. Se Jesus respondeu, “Eu o sou” (Mc. 14:62), ou “Tu o disseste” (Mateus 26:64), o resultado é o mesmo. Ele imediatamente define o que quer dizer por sua reivindicação ao messiado: “Vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu”. Jesus é o Messias, mas um Messias do tipo do Filho do Homem divino, não de um rei davídico terreno. Jesus disse, certamente, para seus acusadores, que viria o dia quando a situação seria reversa. Agora Ele estava diante do tribunal deles sob julgamento. Viria o dia quando eles - os juízes - estariam diante do seu tribunal e Ele, o Filho do Homem divino, desempenharia a função de juiz escatológico.

Desde o surgimento do estudo de Glasson sobre o Segundo Advento - The Second Advent - muitos estudiosos aceitaram sua sugestão de que Jesus, em sua resposta ao sacerdote, fala não de uma vinda à terra, mas somente de uma exaltação e de uma vinda à presença de Deus. (T. F. Glasson, The Second Advent (1963), 54-62.) Entretanto, é difícil evitar o argumento a respeito da ordem das palavras. A vinda segue a ação de estar assentado à direita de Deus.(C. E. Cranfield, Mark, 144.) A declaração combina a exaltação (o estar assentado) e a parousia (vinda).(45. R.H. Fuller, NT Christology, 145. Fuller, entretanto, a considera como uma declaração secundária.)

FONTE: Teologia Do Novo Testamento de George Eldon Ladd.