Filipos foi a primeira grande cidade na antiga Macedônia a ser visitada por Paulo e Silas, quando rumavam para Europa partindo da Asia (At 16.11-40). Mas a epistola de Paulo à igreja data de uma fase posterior, quando ele estava na prisão, seja em Roma (cf. At 28.16-31) ou em algum outro local, o que e menos provável. A epístola é essencialmente uma manifestação de amizade ou, melhor, de companheirismo entre Paulo, junto com Timóteo, e a congregação em Fillipos, que foi considerada com afeto pelo apóstolo como uuma cooperadora na tarefa comum da missão cristã (Fp 1.5). A igreja o havia ajudado por meio de suas orações (Fp 1.19) e doação (Fp 4.10-20) Paulo compartilha informações sobre a sua situação de prisioneiro com o objetivo de encorajar os seus leitores (Pp 1.12-26) e escreve sobre outros contatos com a congregação por meio de Timóteo e Epafrodito (Fp 2.19-30). Ao mesmo tempo, há um forte apelo pastoral na epístola para que a congregação evite a dissensão e cultive a unidade, a fim de que não se torne fraca e incapaz de resistir a poderosa tentação de abandonar a sua fé em razão da ativa oposição (Pp 1.27-2.18; d Fp 4.2-9). Também havia um perigo para a igreja vindo da parte de um grupo de pessoas (os pastores rivais itinerantes) que aparentemente encorajava o ritual judeu e as práticas da lei como caminho para perfeição ou maturidade espiritual (Fp 3.1-4.1). Temos, desse modo, uma epístola que é moldada pela situação de Paulo, de seus leitores e pela interação entre ambos. A resposta de Paulo a essa situação na epístola é profundamente
teológica e representa um típico uso de sua profunda
teologia com fins pastorais.
FONTE: New Testament Theology de I. Howard Marshall.
