Posição da Reforma Calvinista

Posição da Reforma Calvinista

por Louis Berkhorf

A posição reformada é que Cristo morreu com o propósito de real e seguramente salvar os eleitos, e somente os eleitos. Isto equivale a dizer que Ele morreu com o propósito de salvar somente aqueles a quem Ele de fato aplica os benefícios da Sua obra redentora. Várias tentativas têm sido feitas, em círculos que se dizem reformados, para modificar esta posição. Os arminianos holandeses sustentavam que Cristo morreu com o propósito de tornar a salvação possível para todos os homens, sem exceção, embora nem todos sejam salvos. A salvação lhes é oferecida em termos inferiores aos do oferecimento feito a Adão, a saber, com a condição de haver fé e obediência evangélica, condição que eles podiam preencher em virtude da dádiva divina da graça suficiente ou comum a todos os homens. Os universalistas calvinistas procuravam colocar-se entre a posição reformada e a dos arminianos. Distinguiam um duplo decreto de Deus: (a) Um decreto para enviar Cristo ao mundo para salvar todos os homens por Sua morte expiatória, com a condição da fé nele. Contudo, porque Deus viu que este propósito fracassaria, dado que ninguém aceitaria a Cristo pela fé, Ele propôs um segundo decreto ao primeiro. (b) Um decreto para dar a um certo número de pecadores, a saber, aos eleitos, uma graça especial, com o fim de gerar fé nos seus corações e garantir a sua salvação. Este conceito dúbio e deveras insatisfatório foi mantido pela escola de Saumur* (Cameron, Amyraldus e Testardus), e também por eruditos ingleses como Wardlaw, John Brown e James Richards. Alguns teólogos da Nova Inglaterra, como Emmons, Taylor, Park e Berman sustentavam um conceito algo similar. Os “homens-marrow”** da Escócia foram perfeitamente ortodoxos ao afirmarem que Cristo morreu com o propósito de salvar unicamente os eleitos, embora alguns deles empregassem expressões que apontavam também para uma aplicação mais geral da expiação. Diziam eles que Cristo não morreu por todos os homens, ms que Ele está morto, isto é, está disponível para todos. O dadivoso amor de Deus, que é universal, levou-os a praticar um feito de dádiva e concessão a todos os homens; e este é o fundamento de toda oferta universal de salvação. Seu amor eletivo, porém, que é especial, redunda somente na salvação dos eleitos. Os mais importantes “homens-marrow” foram Hog, Boston e os dois Erskine.