Estudo sobre Salmo 95


Estudo sobre Salmo 95



Salmo 95: Salmo de adoração
Há muito tempo, o salmo 95 e usado pela igreja como cântico de adoração e ação de graças. Tal qual o salmo 81, este pode ser dividido em duas partes. Começa com profuso louvor e termina com uma solene advertência de Deus sobre a importância de obedecer a sua palavra.

95:l-7a Convite para adorar a Deus
Os versículos iniciais do salmo 95 nos chamam a participar da adoração não a um deus qualquer, mas ao Senhor, aquele que mantem um relacionamento de aliança com Israel. Somos convidados a nos juntar a outros e cantar com jubilo (95:1a). A expressão do original se refere, normalmente, ao cântico usado para comemorar vitória na batalha. Nossos cânticos e clamores evidenciam a sinceridade e entusiasmo com que adoramos a Deus e celebramos sua vitória.

O Senhor e o Rochedo da nossa salvação (95:l0). Quem vive perto de montanhas com cavernas entende o que o salmista quer dizer quando descreve Deus dessa maneira. Rochedos e cavernas oferecem proteção e abrigo em momentos de perigo, como Davi sabia muito bem (ISm 23:5). Como em 95:1, em 95:2 o salmista usa o imperativo (“vinde”; “vitoriemo-lo”) e o presente do subjuntivo (“cantemos”, “celebremos”, “saiamos”) para nos exortar a agir. Dessa vez, focaliza menos os cânticos e mais o ato de se apresentar diante do Senhor. E possível que o povo esteja sendo convocado para o templo em Jerusalém. Apesar de Deus estar presente em toda parte, há lugares e momentos especiais nos quais temos maior consciência de sua presença.

Ainda que sejam ocasiões solenes, devem ser caracterizadas por ações de graças (95:2). A gratidão por quem e Deus e por seu amor imensurável e uma das melhores dadivas que temos a lhe oferecer. Podemos expressar nossa gratidão com musica, cânticos, palmas, danças e regozijo. Pessoas do mundo inteiro adoram deuses de todo tipo, mas o Deus que o povo e chamado para louvar aqui e singular, pois e o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses (95:3). Os povos das nações ao redor de Israel talvez pensassem que seus deuses eram grandes, mas o Senhor e maior do que todos eles. Demonstra sua grandeza pelo senhorio e controle sobre tudo, desde as profundezas da terra ate as alturas dos montes (95:4). Foi ele quem fez o mar e os continentes (95:5). Em outras palavras, Deus criou e sustenta todo o universo. Nenhum deus feito por mãos humanas pode realizar nada parecido!

A contemplação da grandeza de Deus inspira o salmista a fazer o quarto e o quinto convites a adoração: Prostremo-nos [...] ajoelhemos (95:6). O grande Deus não e apenas nosso Criador, mas também nosso pastor, que nos guia e cuida de nos (95:7a; cf. tb. 23:1-4; Jo 10:1-10). O reconhecimento de seu cuidado leva a uma mudança da celebração exultante para a reverencia devota.

95:7-11 Uma palavra de advertência
Os convites para louvar a Deus com entusiasmo e reverencia-lo com humildade são seguidos inesperadamente de uma palavra de advertência. É fácil agir como se estivéssemos adorando sem, de fato, ter um compromisso com aquele a quem prestamos culto. O salmista nos lembra, portanto, que devemos estar dispostos a ouvir a voz de Deus (95:7). Também devemos estar preparados para ouvir hoje, e não apenas prometer ouvir amanha. O momento de agir e agora; esta e a hora da graça e da misericórdia. A referência a voz de Deus liga a segunda parte do versículo a primeira, a qual fala de Israel como rebanho de Deus. Conforme Jesus nos lembra, as ovelhas de Deus reconhecem a voz do bom pastor e o seguem (Jo 10:3-5).

Aqueles que celebram a gloria de Deus e ouvem sua voz, mas adiam obedecer-lhe, suscitam sua ira. Deus não ignora os pecados de seu povo. As sérias consequências de endurecer o coração e não dar ouvidos ao Senhor são ilustradas por episódios extraídos da historia de Israel. Em Meriba (nome que significa “contenda”) e Massa (que significa “tentar”), os israelitas ignoraram todas as suas experiências passadas do cuidado de Deus por eles (95:8). Em vez de confiar em Deus e pedir que provesse a água da qual precisavam encarecidamente, contenderam com ele e o puseram a prova, dizendo: “Está o Senhor no meio de nos ou não?” (Êx. 17:1-7; Nm. 20:1-13). A pergunta e absurda quando vem do povo que testemunhou todas as obras de Deus em seu favor ao livra-los do Egito, faze-los atravessar em segurança o mar Vermelho, afundar Faraó e seu exército nas águas do mar e prover alimento no deserto (95:9).

Graças a esse tipo de atitude, uma indisposição de ouvir e obedecer ao Senhor, o povo escolhido de Deus foi sentenciado a vagar pelo deserto durante quarenta anos (95:10; Dt. 1:34-35; 2:14). Deus os descreveu como povo de coração transviado que não conhece os meus caminhos e, em sua ira, jurou: Não entrarão no meu descanso (95:11; Nm. 14:23; Dt. 1:35). O livro de Hebreus retoma essa advertência e a aplica a nos (Hb. 3:7—4:16). Se desejamos desfrutar o descanso que aguarda os cristãos no céu, precisamos ser fieis a Deus, confiar em sua palavra e obedecer ao Filho de Deus que nos concedeu salvação.