Interpretação de Jeremias 18

Jeremias 18

Jeremias 18 continua a mensagem profética de Jeremias ao povo de Judá e de Jerusalém, usando a metáfora do oleiro e do barro para transmitir a soberania de Deus, o julgamento e o potencial para o arrependimento.

O capítulo começa com a instrução de Deus a Jeremias para descer à casa do oleiro e observar o oleiro trabalhando com o barro. O oleiro molda e modela o barro de acordo com sua vontade, destacando a imagem de Deus como o Oleiro e do povo de Judá como o barro.

Jeremias 18 continua enfatizando o princípio da soberania de Deus e Sua capacidade de remodelar e mudar Seus planos em resposta às ações humanas. O capítulo ilustra o conceito do julgamento de Deus e Sua disposição de ceder ao julgamento se o povo se arrepender.

O capítulo também contém uma mensagem sobre a teimosia e a recusa do povo em voltar para Deus. Apesar do chamado de Deus para que se arrependam, eles permanecem obstinados em seus caminhos.

Jeremias 18 continua com a declaração de julgamento de Deus contra Judá por sua idolatria e desobediência. O capítulo descreve as consequências de suas ações e o desastre iminente que lhes sobrevirá.

O capítulo termina com um chamado ao arrependimento e um apelo para que o povo retorne a Deus. A imagem do oleiro e do barro é revisitada, enfatizando o desejo de Deus de remodelar o povo se eles apenas voltassem para Ele.

No geral, Jeremias 18 transmite uma mensagem da soberania de Deus, da Sua disposição de julgar e remodelar as nações, e da importância do arrependimento. O capítulo usa a metáfora do oleiro e do barro para ilustrar a autoridade de Deus e Seu desejo de um povo receptivo e obediente. Serve como um chamado à humildade, ao arrependimento e ao reconhecimento da capacidade de Deus de moldar e transformar vidas de acordo com o Seu plano divino.

Interpretação

18:1-23 O trabalho do oleiro, um símbolo do procedimento divino.

18:1-17. Aqui se enfatiza o caráter condicional da profecia. Mesmo a mais inflexível declaração de desgraça, proferida por Jeremias, como a de Jonas (Jn. 3:4), pressupõe uma oportunidade para o arrependimento. Esta parábola também ensina a paciência do divino Oleiro.

18:2, 3 Casa do oleiro. Provavelmente localizada no bairro dos oleiros no extremo sul da cidade, perto da Porta do Oleiro e do Vale do Filho de Hinom (cons. 19:2, observação). Sobre as rodas. Eram usadas duas rodas de pedra. A inferior, que era impulsionada pelo artista, era ligada à superior por meio de um eixo, onde o barro era moldado (Eclesiástico 38:29, 30 descreve o processo).

18:5-11. A homília. Jeová, o Oleiro das nações, é soberano em Sua obra; contudo a Sua soberania reage à vontade de Suas criaturas. Aqui a analogia é interrompida. O barro humano não é passivo como o do oleiro de Jeremias; e se Israel se arrepender, Deus ainda fará dela um “vaso para honra”.

18:8. Eu me arrependerei. O uso da palavra “arrepender-se” com referência a Deus não implica em instabilidade da parte do Todo-poderoso. Quando uma palavra humana é usada para descrever as atitudes do Divino, a palavra passa por uma sutil redefinição. Deus não é como o homem que deve se arrepender (cons. 4:28; 15:6) – Ele não se inflama, nem se acalma. Contudo Ele se enternece quando o Seu povo se aproxima dEle; e esta atitude de enternecimento é chamada de arrependimento (cons. 20:16; 26:3, 13, 19; 42:10).

18:13. A virgem de Israel. Veja observação referente a 14:17.

18:14. Este versículo 14 é de difícil interpretação. Parece ensinar a impropriedade da apostasia de Israel. A RSV traduz assim: Por acaso a neve do Líbano faltará à rocha do campo? ou as águas frias que vêm de longe por acaso secarão? É o mesmo que dizer que a natureza segue o seu curso imutável, mas a nação mudou o seu curso contrariando a natureza.

18:15. Ídolos. Veja observação referente a 2:5. Veredas, desvios. Veredas não aterradas, isto é, indevidamente construídas, não estradas propriamente ditas.

18:16. Espanto... espantará. Essas palavras têm a mesma raiz no hebraico. Poderiam ser traduzidas para um horror... horrorizará.

18:17. Vento oriental. Veja observação referente a 4:11. As costas, e não o rosto. Porque Deus está de partida. O rosto de Deus simboliza o Seu favor (Nm. 6:25, 26).

Os três grupos de líderes religiosos são mencionados (v. 18), junto com o trabalho especial de cada um. O sacerdote ensinava a lei (Ml. 2:6) e executava os rituais ordenados; o sábio apresentava a sabedoria acumulada através dos séculos; e o profeta era o transmissor da palavra direta do Senhor (o falso profeta, que se opunha a Jeremias, é o que foi mencionado aqui). Certamente Jeremias (que rejeitava todas as três categorias) não podia estar certo! Firamo-lo com a 1íngua; isto é, vamos acusá-lo de alguma coisa. Quanto aos versículos 21-23, veja observação referente a 12:3.

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