Interpretação de Salmos 57-58
Interpretação
de Salmos 57-58
Salmo 57. Uma Oração de Proteção
A mesma pessoa
que escreveu o Salmo 56 possivelmente teria também escrito esta lamentação
individual. Em espírito, conteúdo, estilo e situação, os dois salmos são
semelhantes. Ambos começam com o mesmo apelo e ambos usam um refrão notável
como divisão de estrutura. Os versículos 7-11 deste salmo formam um hino
admirável que é repetido no Salmo 108. É possível que os dois poemas fossem
reunidos para formarem este salmo na sua forma atual.
1-5. Uma Oração por
Proteção. Tem misericórdia de mim, ó Deus. O pedido do salmista não é
por vingança ou destruição mm pelo cuidado e misericórdia de Deus. Uma vez que
sua confiança em Deus é tão implícita, ele se refugia na confiança de que a
misericórdia e verdade divinas serão suficientes.
6-11. Uma Resolução
de Ação de Graças. Firme está o meu coração . . . cantarei e entoarei
louvores. Depois de breve lembrete de sua atual situação e a certeza de que
seus inimigos sofrerão auto-destruição, o salmista toma sua firme resolução.
Seu louvor é universal e baseia-se em dois motivos para a sua confiança,
mencionados no versículo 3 - a misericórdia divina e a sua verdade. O salmo
termina com um refrão em forma de oração exaltando a soberania universal de
Deus.
Salmo 58. Um Protesto Contra a
Injustiça
Este é o
lamento de um indivíduo indignado pela falta de justiça no mundo. Ele vê a
tirania e a opressão que reina na sociedade e que não é uma exceção. Ele está
especialmente preocupado com a perversão da justiça pelos governantes ou juízes
da terra. É difícil, entretanto, determinar se ele se refere aos líderes de
Israel ou aos governadores estrangeiros (cons. Sl. 82).
1-5.
Um
Mundo de Injustiça. No íntimo engendrais iniquidades. Todo o problema da
injustiça nos negócios dos homens está aqui reconhecido como devido à maldade
inata. O termo traduzido para juízes (‘elem) no versículo 1 é obscuro.
Alguns comentadores preferem a tradução – ó deuses (‘elîm), e acham que
é uma expressão de sarcasmo dirigida aos juízes injustos. Esta revisão faz
paralelo com o Salmo 82 mas não tem o apoio da MSS ou da LXX. Nos versículos
3-5 faz-se referência direta a esses homens perversos como sendo inatamente
perversos e indomáveis.
6-11.
Um
Grito de Vingança. Ó Deus, quebra-lhes os dentes. Com linguagem empolada
o salmista cria uma série de pequenas metáforas com os dentes dos leões,
ribeiros, uma serpente, aborto e espinhos. Cada uma delas foi enunciada como
uma imprecação contra seus injustos inimigos. Assim, temos aqui uma maldição
sétuplo em forma de oração. Os versículos 10, 11 mostram a confiança do
salmista em termos realistas. Ele tem certeza de que os justos, que ele
representa, verão e se regozijarão na completa destruição daqueles inimigos
injustos.