Significado de 2 Samuel 2

Significado de 2 Samuel 2

Significado de 2 Samuel 2


2 Samuel 2
2.1—4.12 — Este trecho relata a história do reinado de Davi, quando ele reinou sobre Judá em Hebrom. Foi um período de conflito entre dois rivais: Davi, que assumiu o trono em Judá, e Isbosete, o filho sobrevivente de Saul, que assumiu o trono em Israel. Este é um registro de deslealdade, traição e jogos de poder — o círculo doloroso da modernidade.

2.1 — Davi consultou ao SENHOR. Antes de dar um passo importante, Davi costumava buscar a vontade do Senhor (1 Sm 23.2;30.8). Algumas vezes, isso era feito por meio do Urim e do Tumim, afixados no peitoral do éfode do sacerdote (Êx 28.30; Lv 8.8; Nm 27.21; Dt 33.8; 1 Sm 23.6-9; Ed 2.63; Ne 7.65). O Senhor dirigiu Davi a Hebrom (1 Sm 30.31). Sua localização central — cerca de 20 milhas ao sul de Jerusalém — e sua posição defensável fizeram dela uma capital apropriada para Davi.

2.2 — As suas duas mulheres. Os casamentos de Davi com Abigail e Ainoã estão registrados em 1 Samuel 25.2-43.

2.3 — O nome antigo para Hebrom era Quiriate-Arba (Gn 23.2), que significa cidade dos quatro. Aparentemente, a cidade tinha quatro municípios, um dos quais deve ter sido Manre (Gn 35.27); portanto, pode-se falar das cidades de Hebrom (Js 21.11).

2.4 — Ungiram ali a Davi rei. Esta, na verdade, foi a segunda vez que Davi foi ungido. A primeira se deu por intermédio do profeta Samuel, enquanto Saul ainda era o rei (1 Sm 16.13), e foi um sinal do propósito de Deus; a segunda unção consistiu num reconhecimento do povo de Judá de que Davi era, verdadeiramente, um ungido de Deus (2 Sm 5.3). Jabes-Gileade ficava na margem ao norte do rio Jaboque, cerca de sete milhas a leste do Jordão. Os habitantes desse local arriscaram suas vidas para prover um enterro adequado a Saul e ajônatas (1 Sm 3 1 .11-13).

2.5-7 — Enviou Davi mensageiros. As ações sinceras de apreço e bondade de Davi pelas atitudes generosas dos homens também lhes anunciaram que ele estava pronto para agir em seu favor, porque agora era o rei ungido da tribo de Judá. O termo hebraico hesed, traduzido nesta passagem como beneficência, aparece em vários trechos como misericórdia ou bondade com misericórdia; também pode ser interpretado como amor leal. E a palavra-chave nos salmos para descrever o caráter de Deus.

Então, Davi ora para que Yahweh retribua os atos deles de fidelidade por Seus próprios atos de bondade e verdade. Ao dizer esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, o rei apelou aos homens de Gileade para que apoiassem o seu reinado. Porém, a lealdade deles à dinastia de Saul prevaleceu, e Jabes-Gileade se tomou o quartel-general de Isbosete, o rival de Davi.

2.8 — Isbosete significa homem de vergonha. Seu nome original, Esbaal, que quer dizer homem do amo ou homem do senhor, foi trocado porque a terminação baal sugeria adoração ao deus Baal (1 Cr 8.33;9.39). Maanaim, a capital de Gileade, situava-se ao norte de Jaboque (1 Rs 4.14). Ela foi chamada assim em virtude do episódio que ocorreu com Jacó, quando ele viu um exército de anjos de Deus em volta de seu próprio acampamento (Gn 32.2). Por isso, significa campo duplo.

2.9 — Gileade normalmente se refere ao local central do território israelita a leste do Jordão; neste versículo, é provável que o termo aluda a toda aquela área. O nome do povo sobre o qual Isbosete foi constituído rei, os assuritas, talvez seja uma variação do termo aseritas (Jz 1.32), remetendo à tribo de Aser. Este possuía um território que se estendia ao norte do monte Carmelo ao longo da costa mediterrânea e a leste, penetrando nos pés das montanhas da Galiléia. Jezree 1 faz alusão ao amplo vale localizado entre as montanhas da Galiléia e a cordilheira do sul. Efraim e Manassés ocuparam o distrito central ao norte de Benjamim, o pequeno planalto exatamente ao norte de Jerusalém.

2.10,11 — Enquanto Davi foi rei em Hebrom por sete anos e meio, Isbosete reinou apenas dois anos. A diferença pode significar que Isbosete levou cerca de cinco anos para reaver o território do norte das mãos dos filisteus após a derrota de Saul. O breve período em que permaneceu no trono seria o seu reinado sobre todo o Israel (v. 9).

2.12,13 — Gibeão ficava cerca de seis milhas a noroeste de Jerusalém. Escavações em El-Jib — onde se localizava Gibeão — revelaram uma piscina natural na rocha de 37 pés de diâmetro e 82 pés de profundidade. Uma escada espiral de 79 degraus esculpida na rocha leva até o fundo. O tanque de Gibeão teria sido destinado a estocar a água da chuva ou prover acesso a um lençol freático. Perto desse lugar, os servos de Isbosete se encontraram com os de Davi, entre estes Joabe, sobrinho de Davi que se tornou um competente comandante militar do exército de seu tio (2 Sm 10.7-14; 12.26-28).

2.14-17 — Abner propôs uma disputa entre os jovens para determinar o resultado do conflito entre Isbosete e Davi (1 Sm 17.38-54). Ele não sugeriu um jogo amigável, mas uma luta até a morte, a fim de estabelecer um vencedor. Todavia, as consequências dessa peleja provavelmente salvariam muitas vidas.

Os dois grupos de 12 se enfrentaram. Dois guerreiros lutavam de cada vez, um matando o outro, até que todos os 24 fossem mortos. Uma vez que um grupo claramente triunfasse sobre o outro, a batalha apontaria o novo líder de Israel. Se houvesse empate, o que na verdade ocorreu, uma guerra entre os dois exércitos sucederia, uma crua peleja, a qual terminou com a vitória dos homens de Davi.

2.18 —Joabe, Abisai e Asael eram irmãos, filhos da irmã de Davi, Zeruia (1 Cr 2.13-16). Nesta passagem, Asael é comparado às cabras monteses porque estas eram conhecidas em Israel por sua beleza e rapidez.

2.19,20— Asael sabia que, se Abner fosse morto, a base do poder de Isbosete se dissolveria e as tribos poderiam ser reunidas sob a liderança de Davi.

2.21,22 — Abner, confiante de que poderia vencer Asael, queria evitar o derramamento de sangue que certamente aconteceria se ele matasse o irmão de Joabe. Também parece que Asael, conhecido por sua velocidade (v. 18), não vestia a armadura que teria feito da luta com Abner uma disputa honesta. Abner ainda pediu a Asael que se desviasse para a direita ou para a esquerda ou que, pelo menos, tomasse os despojos de um dos jovens, mas ele não lhe deu ouvidos.

2.23 — Incapaz de impedir Asael de perseguilo, Abner o feriu com o conto da lança, o lado oposto à ponta. É provável que estivesse direcionada de tal modo que poderia ter sido fincada no chão (1 Sm 26.7).

2.24 — A batalha estava favorecendo os homens de Davi, e os irmãos Joabe e Abisai (v. 18) iniciaram uma perseguição ferrenha a Abner. Eles ainda não sabiam que seu irmão Asael havia sido morto (v. 30). O outeiro de Amá e a cidade de Giá são locais citados apenas neste versículo e não foram identificados.

2.25 — E os filhos de Benjamim. Os homens da tribo de Saul estavam entre os mais fortes apoiadores de Abner e Isbosete.

2.26-28 — Consumirá a espada para sempre? Reconhecendo que a luta contínua resultaria apenas em mortes e no aumento da hostilidade, Abner e Joabe concordaram em cancelar o conflito. O uso de buzinas de prata para transmitir as mensagens ao exército havia sido estabelecido no tempo de Moisés (Nm 10.1-10). Nesta passagem, a buzina, um chifre de veado, foi usada para instituir uma trégua entre as partes.

2.29-31 — O exército de Abner bateu em retirada pelo Jordão e retornou a Maanaim, o quartel-general de Isbosete (v. 8,12).

2.32 — Após enterrarem Asael em Belém, seis milhas ao sul de Jerusalém, Joabe e seus homens marcharam outras 14 milhas para Hebrom, a capital de Davi (v. 1).