Significado de 2 Samuel 23

2 Samuel 23

Em 2 Samuel 23, o capítulo é dividido em três partes principais: as últimas palavras de Davi, a lista dos valentes de Davi e uma seção específica detalhando os feitos heroicos de alguns desses guerreiros. Aqui está um resumo dos eventos e temas principais deste capítulo:

1. As Últimas Palavras de Davi (2 Samuel 23:1-7):

Davi, identificado como o "doce salmista de Israel" e o "homem exaltado pelo Altíssimo", declara suas últimas palavras, refletindo sobre a justiça e o governo.
Ele afirma que o Espírito do Senhor falou por meio dele e que as palavras de Deus estavam em sua língua.
Davi descreve um governante justo, que governa com o temor de Deus, comparando-o à luz da manhã ao nascer do sol em um céu sem nuvens e à relva brilhando após a chuva.
Ele expressa confiança na aliança eterna feita por Deus com ele, uma aliança ordenada e segura, que é toda a sua salvação e todo o seu desejo.
Davi conclui com uma observação sobre os ímpios, afirmando que serão como espinhos lançados fora, que não podem ser tocados com a mão e que serão completamente queimados onde estiverem.

2. Os Três Principais Valentes de Davi (2 Samuel 23:8-12):

O texto descreve os feitos dos três principais guerreiros entre os valentes de Davi:Josebe-Bassebete, o taquemonita: também conhecido como Adino, o eznita, ele matou oitocentos homens numa única batalha.
Eleazar, filho de Dodô, o aoíta: ele foi um dos três valentes que desafiaram os filisteus reunidos para a batalha, permanecendo firme quando os homens de Israel recuaram. Ele lutou até que sua mão ficou cansada e ficou grudada à espada. O Senhor concedeu uma grande vitória naquele dia.
Sama, filho de Agé, o hararita: quando os filisteus se reuniram em Leí onde havia um campo cheio de lentilhas e o povo fugiu dos filisteus, Sama permaneceu no meio do campo, defendeu-o e derrotou os filisteus, proporcionando uma grande vitória ao Senhor.

3. Os Feitos Heroicos de Outros Valentes (2 Samuel 23:13-39):

Três dos trinta chefes foram a Davi na caverna de Adulão durante a colheita, quando uma tropa de filisteus estava acampada no vale de Refaim. Davi expressou seu desejo de beber da água do poço de Belém, que estava ocupado pelos filisteus.
Os três valentes romperam o acampamento dos filisteus, tiraram água do poço e a trouxeram para Davi. No entanto, Davi se recusou a beber e a derramou como oferta ao Senhor, afirmando que seria como beber o sangue dos homens que arriscaram suas vidas.
Abisai, irmão de Joabe, foi o líder dos trinta e matou trezentos homens com sua lança, tornando-se famoso entre os trinta, embora não tenha sido contado entre os três principais.
Benaia, filho de Joiada, era um guerreiro valente, conhecido por seus grandes feitos, incluindo matar dois heróis de Moabe, descer a uma cova em um dia de neve e matar um leão, e matar um egípcio de grande estatura com a própria lança do inimigo. Benaia foi chefe da guarda pessoal de Davi.
A lista continua com os nomes dos trinta valentes, incluindo Asael (irmão de Joabe), Elcanã, Sibequeai, Zalmon, Maharai, Helez, Ira, Garebe, Urias, o hitita, e muitos outros, totalizando trinta e sete guerreiros notáveis.

Este capítulo destaca a bravura e a lealdade dos guerreiros que serviram Davi, oferecendo um tributo aos feitos heroicos que contribuíram para a estabilidade e o sucesso do reinado de Davi. As últimas palavras de Davi também refletem sua fé em Deus e a visão de um governante justo que age em temor ao Senhor.

Comentário de 2 Samuel 23

2 Samuel 23.1 — A palavra em hebraico para e diz é um termo estilizado recorrente em discursos proféticos. Adiciona significado ao que é dito e pode ser traduzido como discurso solene ou revelação. E muito expressivo na poesia hebraica; neste versículo, é usado duas vezes.

O emprego da qualificação que foi levantado em altura indica que Davi se lembrou de suas humildes origens como um filho de Jessé, que Deus soberanamente exaltou ao trono de Israel. Dos 150 salmos no livro dos Salmos, 73 são atribuídos a Davi, o suave em salmos de Israel, por causa do texto. Nas Escrituras, ninguém é mais intimamente associado com música na adoração ao Senhor do que Davi.

2 Samuel 23.2 — O Espírito do SENHOR falou por mim. Davi zelou por falar as palavras de Deus por meio de sua inspirada poesia (SI 139.4). Esta é uma reivindicação da inspiração divina das Escrituras, tanto quanto o são as passagens do Novo Testamento de 2 Timóteo 3.16, Hebreus 1.1,2 e 2 Pedro 1.19-21.

2 Samuel 23.3, 4 — Haverá um justo que domine sobre os homens. Davi deu voz aos planos de Deus para os governantes. Trazendo bênçãos como a luz da manhã após a chuva, como uma clara manhã, como uma grama macia, cada uma destas comparações fala de uma nova vida, pureza e refrigério. A função do rei não era empobrecer a nação. Em vez disso, ele tinha de enobrecer o povo, na medida em que apresentava aos israelitas a restauradora vontade de Deus.

2 Samuel 23.5 — O estabelecimento de um concerto eterno de Deus com Davi está registrado em 2 Samuel 7-12-16. No versículo em análise e no Salmo 89 Davi comemora sua aliança com o Senhor em forma de canção. A afirmação apesar de que ainda não o faz brotar expressa a fé de Davi em que Deus cumpriria Sua promessa. A aliança davídica se baseava na soberania do Altíssimo, em Sua imutável vontade.

2 Samuel 23.6, 7 — Os filhos de Belial. O termo hebraico usado nesta expressão indica desprezo e escárnio. Foi a mesma palavra que o ímpio Simei disse contra Davi quando este estava fugindo da rebelião de Absalão (2 Sm 16.7). O vocábulo também foi empregado para descrever Seba, o canalha da tribo de Benjamim (2 Sm 20.1). Davi antecipou o julgamento de Deus sobre os perversos, que eram semelhantes a espinhos, os quais só serviam para serem queimados.

2 Samuel 23.8-12 — O termo valentes sugere que estes faziam parte da elite da tropa de Davi; talvez fossem seus guarda-costas pessoais. Esses homens eram heróis no sentido pleno da palavra. A escolha deles para esse grupo deve ter inspirado outros a alcançar tais objetivos. Embora 1 Crônicas 11.11 registre que Adino feriu trezentos, oitocentos provavelmente é o número correto (v. 18).

2 Samuel 23.13, 14 — O vale dos Refains era uma rota para Jerusalém (2 Sm 5.18). Belém, a cidade natal de Davi (1 Sm 16.1-13), ficava cerca de seis milhas ao sul de Jerusalém.

2 Samuel 23.15, 16 — Mas derramou-a perante o SENHOR. A água havia sido providenciada em meio a um risco tão grande que Davi a considerava muito preciosa para beber; por isso, a ofereceu em sacrifício. Geralmente, o vinho era usado nas ofertas de libação a Deus (Lv 23.13,18,37). Nesta passagem, a água era mais valiosa do que o melhor dos vinhos e foi derramada em celebração, diante do Senhor.

2 Samuel 23.17 — Davi chama a água de sangue porque ela lhe foi trazida à custa de vidas que correram risco.

2 Samuel 23.18, 19 — As proezas de Abisai, o irmão de Joabe, estão detalhadas no relato sobre a vida de Davi (2 Sm 2.18;10.10; 1 Sm 26.6-9).

2 Samuel 23.20-23 — Benaia foi comandante dos quereteus e dos peleteus (2 Sm 8.18). Ele era o chefe dos guarda-costas pessoais de Davi. O termo seus guardas significa sua obediência, isto é, alude àqueles que eram escolhidos para obedecer a Davi e protegê-lo. O tempo da neve era comum na montanha de Judá durante o inverno.

2 Samuel 23.24-39 — Trinta. Na verdade, a lista contêm 31 nomes. Aparentemente, o número de soldados ativos nessa unidade era cerca de 30. Com variações menores, este rol também consta em 1 Crônicas 11.26-41.

2 Samuel 23.39 — Trinta e sete. Este número inclui os três valentes que estavam com Davi (v. 8-17), Abisai e Benaia (v. 18-23), os 31 (v. 24-39) e o comandante de Davi, Joabe (v. 37).

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