Significado de Isaías 60
Isaías 60
Isaías 60 fala da glória e esplendor de Sião, a cidade de Deus. O capítulo começa com um chamado ao povo para que se levante e brilhe, pois a glória do Senhor veio sobre eles. Isaías declara que as trevas que cobriram a terra serão substituídas pela luz da glória de Deus e que todas as nações virão a Sião para adorar o Senhor.
O capítulo continua falando da restauração e prosperidade que virão para Sião. Isaías declara que o povo será como uma cidade reconstruída das ruínas e que seus inimigos serão derrotados. Ele fala da riqueza e abundância que virão para a cidade, e da honra e respeito que serão dados ao povo.
Na última parte do capítulo, Isaías fala da grandeza de Deus e da importância de adorá-lo. Ele declara que o Senhor será a luz eterna de Sião e que o povo não precisará mais do sol nem da lua. Ele encoraja o povo a confiar em Deus e a adorá-lo de todo o coração.
No geral, Isaías 60 é um capítulo que enfatiza a glória e o esplendor de Sião, a cidade de Deus. Isso nos lembra que a glória de Deus brilhará sobre seu povo e que eles serão restaurados e prosperarão em sua presença. O capítulo serve como uma mensagem de esperança para aqueles que sofreram, lembrando-os de que Deus está no controle e que trará restauração e prosperidade para aqueles que confiam nele. Também serve como um chamado à adoração, lembrando-nos da grandeza de Deus e da importância de adorá-lo de todo o coração.
Comentário de Isaías 60
60:1 Levanta-te é uma ordem transmitida a Sião (v. 14). Resplandece. Sião é tanto o recipiente da luz de Deus quanto o refletor dela. As profecias de Isaías geralmente enfatizam o contraste entre luz e trevas para simbolizar a separação entre a vida e a morte eternas, a salvação e o julgamento (Is 9.2; 10.17; 58.8; 59.9; 60:19, 20).60:2 Como aconteceu no Egito, as trevas estão sobre os ímpios, enquanto que a luz de Deus brilha sobre Seu povo (Ex 10.23). A escuridão presente em todos os lugares descreve uma nuvem envolvendo a glória de Deus (Ex 20.21) e serve como advertência de seu julgamento iminente (Jr 13.16).
60:3 Na passagem anterior, os gentios se dirigem à Sião celestial para serem ensinados por Deus. Aqui eles se aproximam para trazer tributos (v. 5, 11, 13). Isaías vê o dia em que não apenas o remanescente justo em Israel será fiel a Deus, mas também os redimidos de todos os povos. Cristo será a luz para os reis (Is 42.6; 49.6).
Isaías 60:1-3
A Luz Rompe
Isaías 60-62 resume a mensagem de Isaías 58-66. Eles nos mostram o resultado final de Israel como o povo que o Senhor restaurará e salvará para mostrar a salvação de Deus neste mundo. Vemos claramente que essa salvação não é resultado da obra de Israel em si, mas daquilo que o SENHOR faz.
Como resultado do que acabou de acontecer (Isaías 58-59), de repente uma mensagem encorajadora chega a Sião. Por muito tempo permaneceu na escuridão e na desolação, mas a glória do reino da paz está chegando. O novo dia está chegando e “o sol da justiça” brilhará (Ml 4:2). Isso também é verdade na vida do pecador quando a luz brilha em seu coração quando ele ouve e obedece ao chamado do evangelho (2Co 4:4; 2Co 4:6).
A luz chega ao povo de Deus na Pessoa do Messias (Is 9:2; Is 49:6; Jo 1:9). A ordem “levanta-te” é uma palavra que contém o poder de obedecer (Is 60,1; cf. Mar 3,5) e contrasta com a situação descrita no capítulo anterior (Is 59,10). Sião deve erguer-se do pó, no qual esteve tanto tempo como num sono de morte, para brilhar, porque vem a sua Luz, a Doadora da luz, através da qual a glória do Senhor nasce sobre ela (cf. Is 2 :5). Fala da restauração de Israel para finalmente ser o farol de luz de Deus, um farol para as nações.
Is 60:2 revela a condição das nações em suas densas trevas que estarão lá especialmente quando o anticristo reinar. Normalmente há pouco conhecimento de Deus entre as nações. Somente o poder eterno de Deus na criação é conhecido por eles (Rm 1:20). Mas mesmo isso desaparecerá completamente nos anos sob o reinado do anticristo. Através deste homem, o anticristo, haverá um eclipse sem precedentes sobre Deus. Este homem se declara Deus (2Ts 2:4; Gn 3:5; Atos 12:21-23). Essa escuridão permanecerá até que o SENHOR se levante sobre Seu povo e Sua glória seja vista sobre eles. Então as nações virão para aquela luz (Is 60:3).
Até que o Senhor venha para tomar Sua igreja para Si, a luz do evangelho brilha nos corações individuais, enquanto as nações ainda estão em trevas. Este evangelho não trará todas as nações para receber a luz. Somente quando Israel for restaurado, as nações receberão a luz do testemunho de Deus e reconhecerão a verdade sobre o Deus vivo e Seu Cristo. No Salmo 67 encontramos a oração do remanescente fiel de Israel: “Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, [e] faça resplandecer o Seu rosto sobre nós — Selá. Para que o teu caminho seja conhecido na terra, a tua salvação entre todas as nações. Louvem-te os povos, ó Deus” (Sl 67:1-3).
60:5 Serás iluminado. Veja resplandece no versículo 1. As riquezas das nações. Veja expressões semelhantes em Ageu 2.7; Zacarias 14.14.
60:6, 7 Os camelos eram animais de carga e transportavam ouro e incenso. Midiã era famosa como líder de caravanas e no comércio (Gn 37.28, 36). Efa foi um dos filhos de Midiã (Gn 25.4). A alusão a Sabá, reconhecida por suas riquezas, estabelece uma conexão entre essa cidade e a de Salomão (1 Rs 10.1-13; SI 72.10). Publicarão os louvores. As nações não se limitarão a trazer suas riquezas. Os presentes serão acompanhados do reconhecimento público das obras maravilhosas de Deus (1 Rs 10.9; Hb 13.14, 15).
Isaías 60:4-7
Trouxe para Israel
As nações não apenas subirão a Jerusalém como o centro, mas também trarão de volta o povo de Deus de todos os países para os quais estão espalhados (Is 60:4; Is 49:22-23). Aqui é sobre as dez tribos perdidas. Esses pagãos os tratarão com cuidado. O que o povo de Israel experimentará então lhes dará grande e comovente alegria (Is 60:5). “Emocione e regozije-se” é literalmente “trema e abra bem”. A enorme mudança em sua situação não só lhes dará imensa alegria, mas também um alargamento de seus corações para compreender a infinita bondade de Deus.
O reavivamento nacional de Israel foi prometido antes (Is 26:19). Vemos isso também na visão do vale com os ossos (Ez 37:1-14; Ez 37:21-22). Lá vemos que não apenas o reino das duas tribos, mas também o reino das dez tribos será restaurado.
As nações se esforçarão para prover o povo de Deus com todas as riquezas (Is 60:5-6). “Uma multidão de camelos”, símbolo de uma economia próspera, será usada para trazer tudo o que é valioso para Israel. Eles vêm “de Sabá”, a terra de onde uma rainha veio visitar Salomão, também com “camelos carregando especiarias e muito ouro e pedras preciosas” (1Rs 10:1-2). Assim como quando Israel levou consigo as riquezas do Egito em sua redenção (Êxodo 12:35-36), no futuro as dez tribos retornarão carregadas com as riquezas das nações (Is 60:5).
Os povos que vivem nas imediações de Israel serão os primeiros a chegar à fé. Os nomes mencionados aqui: Midiã, Efá, Sabá, Quedar e Nebaiote, falam dos países árabes que ainda hoje são países islâmicos, mas também virão à fé em Cristo no futuro. Eles trarão ouro, incenso e rebanhos em abundância para Israel.
“Ouro e incenso” também foram trazidos ao Menino Jesus por magos do oriente como representantes das nações quando Ele nasceu (Mt 2:11). Mateus também menciona a mirra, que está faltando aqui. A mirra está no lugar ali, porque fala do sofrimento que o Rei nascido dos judeus terá que suportar em Sua primeira vinda. Mas não há mais sofrimento aqui, porque em Sua segunda vinda Ele reina em glória. O ouro fala de Sua glória divina, Ele é o Emanuel (Mateus 1:23), o Deus conosco. Frankincense fala de Sua glória como Homem, Ele é o Homem Jesus, que salva Seu povo de seus pecados (Mateus 1:21).
Mas também no reino da paz haverá sempre a memória da obra que Cristo realizou na cruz. É disso que fala a grande multidão de “rebanhos” e “carneiros” que são dados ao povo de Deus para trazer abundância de sacrifícios sobre o altar do novo templo (Is 60,7). A fragrância desses sacrifícios envolverá e encherá esta casa e dará “glória” à “casa gloriosa” do SENHOR. Esses sacrifícios subirão “com aceitação” no altar de Deus e Deus dará à Sua casa o maior esplendor e glória.
60:9 A expressão navios de Társis (Is 2.16) são uma referência à riqueza do rei Salomão (1 Rs 10.22).
60:10 Estrangeiros, como Hirão, rei de Tiro, ajudaram a construir o primeiro templo (1 Rs 5); atualmente, os gentios estão edificando a igreja, o templo do Senhor (Ef 2.11-22). Furor é traduzido por indignação em Isaías 34.2.
60:11 As portas de Sião estarão abertas de contínuo porque a cidade estará segura e também porque as portas deverão ser abertas para permitir o grande fluxo das riquezas das nações (v. 5). Veja outra referência às portas de Sião em Salmos 87.1-3; esse versículo é mencionado em Apocalipse 21.24, 25.
60:12 A nação e o reino que não servem a Sião, onde Cristo agora reina (At 2.29-36), perecerão (Jo 3.18; Hb 2.3; 9.27; 10.27). No reino por vir, não haverá oposição ao governo do Rei Salvador.
60:13, 14 Como a glória do Líbano, a faia, o pinheiro e o buxo magníficos, que tiveram destaque no primeiro templo (1 Rs 5.10, 18) irão ornar o segundo templo (v. 5-7). Antes disso, o lugar em que assentavam os pés do Senhor era a arca do concerto (1 Cr 28.2); mais tarde passou a ser o templo (Ez 43.7), e então toda a terra (Is 66.1).
60:15 O novo santuário será maior que o antigo porque será perpétuo, rico e espiritual (v. 17, 18). Ninguém passam por ti. Veja conceitos semelhantes em Isaías 49.14, 21; 50.1; 54.6.
60:16 Esse versículo baseia-se em Isaías 49.26. No versículo 15, as nações servem Israel; aqui o enriquecem. Te alimentarás aos peitos dos reis. Essa frase, representando grande fluxo de riqueza, demonstra claramente que o profeta está usando linguagem figurada.
Isaías 60:8-16
Nações e Reis Servem a Israel
A questão em Isaías 60:8 pode muito bem ser percebida no grande número de passageiros que chegam à terra com aviões em nosso tempo. Isso possibilita que um grande número de judeus retorne à sua terra em um breve período de tempo. No entanto, em nossos dias, eles são apenas uma amostra do grande retorno à terra que acontecerá depois que o Senhor Jesus vier à terra, derrotar os inimigos e estabelecer Seu reino.
Eles também virão de navios de países distantes (Is 60:9). O SENHOR sinalizará aquelas terras para deixar Seu povo ir. Isso não será por decisões políticas, mas em um ato consciente para a honra do Nome do SENHOR, o Deus de Israel. Eles lhes fornecerão ouro e prata. Ao mesmo tempo, as nações ajudarão pessoalmente a reconstruir os muros da cidade (Is 60,10; cf. Zc 6,15). A ajuda do rei Hiram de Tiro na construção do templo é um prenúncio da ajuda que as nações darão no futuro na construção do estado de Israel (2Cr 2:3-16).
Tudo serve como prova de que o tempo de ira e disciplina acabou e que o SENHOR cuida deles agora com prazer. Portanto, os portões estarão constantemente abertos (Is 60:11), indicando que não há mais mal a temer e que a paz chegou. As nações terão liberdade de entrar para prestar homenagem a este povo tão atormentado e oprimido na época (cf. Ap 21, 25-26).
Is 60:12 mostra que o julgamento de Deus virá durante o reino da paz sobre as nações que revelarem um espírito rebelde e se recusarem a apoiar Israel (Zc 14:17-19). No entanto, as nações que apoiam Israel serão abençoadas. Um princípio que também vemos quando Deus abençoa Potifar por causa de José (Gn 39:5). Isso prova que ainda não se trata do estado eterno, mas de um estado na terra onde o Senhor Jesus governa e onde Ele pune o mal diretamente.
Em Is 60:13, em uma frase intermediária, é mencionada a alegria do SENHOR por Ele ter a perspectiva da glória de Seu santuário, o belo templo do reino da paz. Ele o chama de “lugar dos Meus pés”, que é a arca no templo (1Cr 28:2; Sl 99:5; Sl 132:7), indicando que Ele habitará ali (Êx 25:21-22). É o lugar de Seu descanso. As árvores do Líbano, aqui chamadas de “a glória do Líbano”, aumentarão o esplendor do templo. Possivelmente deveríamos pensar em plantá-los nas proximidades do templo, ou decorar as avenidas que levam ao templo.
Então o SENHOR em Isaías 60:14 passa a falar sobre as nações de quem tanto sofreram na grande tribulação. Agora seus filhos virão e se curvarão diante deles. Seus pais serão exterminados pelos juízos do dia do Senhor. Também “todos aqueles que te desprezaram” se curvarão diante deles. Essas são as pessoas que não se reuniram de forma direta contra o SENHOR e Seu Ungido, mas desprezaram o povo de Deus no tempo da inimizade. Esses grupos chamarão Jerusalém de “a cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel”. Que diferença em comparação com os velhos tempos, quando as pessoas os desprezavam!
Em vez de ser abandonada e odiada como uma mulher mal amada (cf. Dt 21,15), o SENHOR fará da cidade “um orgulho eterno, uma alegria de geração em geração” (Is 60,15). A alegria passará pelas gerações. As nações e seus reis colocarão sua força vital à disposição deste povo, assim como uma mãe dá leite a seu filho (Is 60:16). Acima de tudo, eles não serão mais cegos, mas saberão que o Senhor é seu Salvador e o Poderoso de Jacó, seu Redentor.
60:18 A julgar pela linguagem figurada dos versículos 15-22, principalmente o versículos 17, a salvação de Deus e o louvor de Israel serão a defesa da cidade (Zc 2.4, 5).
60:19, 20 Esses versículos são a base para descrição da nova Jerusalém, no novo céu e na nova terra (Ap 21.1, 23; 22.5; 65.17; 66.22).
Isaías 60:17-20
A Glória da Cidade
Então Israel será a terra mais rica do mundo. A cidade será reconstruída com metais imperecíveis, sobre os quais o clima e o vento não terão influência (Is 60:17). É glorioso e forte. A vida na cidade é determinada pela paz e retidão. Vai ser gostoso morar lá. A violência e a destruição estão ausentes (Is 60:18). As muralhas da cidade são chamadas de “salvação” porque a cidade é inexpugnável e seus habitantes estão perfeitamente seguros. Os portões da cidade são chamados de “louvor” porque Deus continuamente glorificará Seu nome ali.
O sol e a lua ainda existirão, mas não serão mais necessários por causa do grande esplendor que a presença do SENHOR na Shechiná, a nuvem da glória em que Ele habita, causará e na qual a igreja também está envolvida (Is 60:19-20; cf. Ap 22:5; Mateus 17:2; Atos 26:13). Esta será verdadeiramente a vitória da luz sobre as trevas. Em tal estado, não há mais espaço para coisas como luto e tristeza. Eles fugirão para dar lugar à alegria eterna (Is 35:10). A alegria é sempre experimentada com mais intensidade após um período de tristeza e provação.
60:22 O menor virá a ser mil. Os habitantes da nova Sião serão numerosos (Is 54.3; Lv 26.8).
Isaías 60:21-22
Tudo é obra do Senhor
No reino da paz, todo o povo de Deus na terra são apenas os “justos” (Is 60:21). A massa ímpia pereceu por causa dos julgamentos de Deus. O que resta do povo de Deus são apenas aqueles que, arrependidos de seus pecados, aceitaram o Messias. Este Israel de Deus possuirá a terra permanentemente.
No passado, Israel nunca possuiu toda a herança, nem mesmo na época de Salomão. Mas agora chegou a hora de se cumprir a promessa de Deus a Israel. Eles são o “renovo” plantado pelo SENHOR. É a palavra que se usa também para Cristo (Is 11,1) e, portanto, indica a unidade de vida entre o povo e seu Messias. Eles irradiarão Sua glória para Sua glorificação.
O povo dará frutos exuberantes e se tornará uma nação poderosa (Is 60:22). “O menor” pode significar uma pessoa com poucos ou nenhum filho. “O menor” pode significar o insignificante. O aumento da população também significará um aumento na alegre comunhão. Quando chegar a hora, tudo isso acontecerá em grande velocidade. E certamente acontecerá, pois Ele, “o SENHOR”, o fará.