Significado de João 15

João 15

João 15 enfoca os ensinamentos de Jesus sobre a importância de permanecer nele. O capítulo inclui vários eventos significativos, incluindo a declaração de Jesus de que ele é a videira verdadeira e seu mandamento para seus seguidores amarem uns aos outros.

O capítulo começa com a declaração de Jesus de que ele é a videira verdadeira e seus seguidores são os ramos. Essa metáfora enfatiza a importância de permanecer conectado a Jesus para dar frutos e viver uma vida que honre a Deus. Também ressalta a importância da fé em Jesus como fonte de nutrição e crescimento espiritual.

O capítulo também inclui o mandamento de Jesus a seus seguidores de amar uns aos outros como ele os amou. Este mandamento serve como um lembrete da importância do amor altruísta e do serviço ao próximo, bem como da unidade e comunidade que existe entre os seguidores de Jesus. Também destaca o poder transformador do amor e o papel do amor em moldar nossos relacionamentos e interações com os outros.

Finalmente, o capítulo inclui a advertência de Jesus sobre o ódio do mundo por seus seguidores e sua promessa de enviar o Espírito Santo para guiá-los e confortá-los. Essa advertência ressalta a realidade da perseguição e do sofrimento que geralmente acompanham uma vida de fé, enquanto a promessa do Espírito Santo oferece esperança e consolo diante da adversidade.

No geral, João 15 apresenta um quadro poderoso e profundo da importância de permanecer em Jesus e viver uma vida caracterizada por amor altruísta e serviço aos outros. O capítulo enfatiza o poder transformador da fé e do amor, bem como a realidade da perseguição e do sofrimento que muitas vezes acompanham uma vida de fé. A mensagem de João 15 continua a ser relevante hoje, lembrando-nos da importância da fé, do amor e da unidade ao buscarmos seguir a Jesus.

Comentário de João 15

15:1 Videira. Essa nomenclatura pode significar uma simples videira ou a vinha toda. Seja como for, a imagem aqui dá uma ideia de total dependência. Israel era a videira plantada por Deus, mas não conseguiu dar bons frutos (Is 5.1-7; Jr 2.19-21).

Jesus, com Seus “ramos”, todos os que creem nele, “enxertados” nele, é a videira verdadeira. Assim como todo o povo de Israel descende dos seus patriarcas, a nova geração do povo de Deus é apresentada aqui como descendência de Cristo, organicamente ligada a Ele, como ramos que nascem da videira. Esse é o cumprimento do Salmo 80, em que o filho do homem (Sl 80.17) é a videira plantada por Deus.

15:2, 3 Toda vara está ligada a Cristo. Paulo usa as palavras em Cristo para falar do direito legal dos cristãos e da sua posição na família de Deus, algo que lhes é dado pela graça. A ênfase de em mim nesse texto, contudo, está na comunhão profunda e permanente. O propósito de Jesus era fazer com que Seus discípulos passassem de Seus servos para amigos (v. 13-15). Mas isso envolvia um processo de disciplina relacionado aos Seus mandamentos. Não dá fruto. Nenhuma árvore dá fruto de uma hora para outra; o fruto é resultado de um processo. O mesmo acontece com os cristãos. Aqueles que não dão frutos o lavrador os tira (gr. airo), o que tem o mesmo significado de ser levantado. Quando termina o inverno e chega o tempo de plantar, o lavrador percorre a vinha levantando os ramos do solo, onde eles ficaram no inverno, e prendendo-os em estacas, para que eles sejam aquecidos pelo sol. O calor faz com que os ramos brotem.

Além disso, ao tirar os ramos do solo, o lavrador evita que eles criem raízes na superfície, onde não há umidade suficiente para produzir nada além de uvas duras e azedas. Quando o ramo é levantado da terra suja, entretanto, ele é obrigado a procurar umidade nas raízes mais profundas da videira, produzindo assim frutos deliciosos.

Tira (gr. kathairo) significa limpa. Quando há fruto na videira, o lavrador a deixa limpa de pragas e doenças. A purificação de toda colheita espiritual é feita pela Palavra (v. 3). O que Jesus diz aqui são as mesmas palavras ditas aos Seus discípulos no cenáculo para confortá-los (cap. 14). São palavras que fariam com que eles não fossem mais discípulos medíocres e covardes e se tornassem poderosos soldados de Cristo. Mas esse é um processo que se daria com o passar do tempo. O verbo usado nesse versículo também significa limpar. Portanto, o lavrador levanta os ramos sem fruto e limpa aqueles que dão frutos, para que frutifiquem ainda mais. A questão principal aqui não é a união, mas a comunhão que produz frutos.

15:4 Para que o ramo dê mais frutos, ele tem de estar na videira, ou seja, ficar, fazer parte, permanecer, criar raízes. E a maneira como permanecemos em Cristo é obedecendo (Jo 15:10; 1 Jo 3.24). O cristão que obedece à Palavra de Deus com amor dá muitos frutos.

15:5 Nada podereis fazer. Sem Jesus, o cristão não consegue fazer nada que tenha valor espiritual e que permaneça.

15:6 Se alguém não estiver em mim [em Cristo], sofrerá diversas consequências: (1) será lançado fora, o que significa perda de comunhão; (2) secará, o que significa perda de vitalidade; (3) será lançado no fogo, o que significa perda da recompensa. O fogo aqui tem um sentido figurado e simboliza a ardente prova (1 Pe 1.7; 4.12) ou o juízo do tribunal de Cristo (1 Co 3.11-15). Não permanecer em Cristo traz consequências espirituais desastrosas. E os colhem: veja a mudança de ele (o Pai, que é o lavrador, v. 2) para ws (o cristão que está ou não em Cristo, v. 4) e depois para eles (os ímpios que buscam sinais em sua vida, Jo 13.35).

15:7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós. Permanecer em Cristo traz seis resultados: resposta à oração (v. 7); frutos (v. 8); cumprimento de propósito, portanto o Pai é glorificado (v. 8); amor (v. 9, 10); plenitude de alegria (v. 11); evangelismo eficaz (Jo 13.35; 15:8). Permanecer em Cristo significa ter comunhão pessoal com Ele. Permanecer na Sua Palavra envolve obediência. Conhecer o Salvador gera em nós fé, que nos leva a uma atitude óbvia: obedecer-lhe por amor. Veja o que o apóstolo Paulo diz sobre esse processo (Fp 3.10).

15:8 Nisto é glorificado meu Pai. Veja que semelhança interessante há entre esse versículo e o de João 13.35. O amor descrito em João 13.35 é representado como fruto aqui. O texto fica completo ao mostrar como é estratégico os discípulos amarem-se uns aos outros, pois esse é o método de evangelismo de Cristo para alcançar os perdidos. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos se transforma em assim sereis meus discípulos. Onde há bons frutos, há também sementes que se espalharão.

15:9 Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós. O amor de Deus Pai por Deus Filho é a medida do amor do Filho pelos cristãos.

15:10 Permanecereis no meu amor. Jesus ama os cristãos incondicionalmente (v. 9). E enquanto eles obedecerem a Sua Palavra e permanecerem no Seu amor, conhecerão e receberão o amor de Jesus cada vez mais (Ef 3.14-19).

15:11 E a vossa alegria seja completa é uma frase muito comum nos escritos de João (Jo 3.29; 16.24; 17.13; 1 Jo 1.4; 2 Jo 12). Ela descreve o que o cristão experimenta com o amor de Jesus: a alegria completa.

15:12 Que vos ameis uns aos outros. Para permanecer em Cristo, o cristão tem de obedecer (v. 10). Para obedecer, ele tem de amar os outros (Jo 13.34, 35).

15:13 Dar alguém a sua vida. Precipitadamente e confiando apenas no seu eu, Pedro se ofereceu para entregar sua vida por Jesus. Mas, na verdade, ele não estava pronto para morrer por Cristo; ele não estava pronto nem para viver para Ele (Jo 18.17, 18, 25-27). O maior exemplo do amor é a humildade de Jesus ao se sacrificar por nós (Jo 13.15).

15:14 Se fizerdes o que eu vos mando. Jesus é o nosso modelo de amor (v. 13). E a comunhão com Ele é a razão para amar como Ele ama. Se os cristãos obedecerem ao mandamento de Jesus de amar, eles terão comunhão e amizade com Ele. Veja que amizade, ao contrário de filiação, não é um dom dado de uma vez por todas, mas algo que cresce conforme há obediência ao mandamento de Jesus para amar.

15:15 Já vos não chamareis servos. Até aqui, Jesus tinha chamado Seus discípulos de servos (Jo 12.26; 13.13-16). Um servo recebe ordens para fazer as coisas e vê o que seu mestre faz, mesmo que não saiba o sentido ou propósito daquilo. Os amigos sabem o que acontece na vida dos outros amigos porque cultivam forte comunhão e conhecem uns aos outros.

15:16 Eu vos escolhi. Jesus que começou um relacionamento com Seus discípulos (1 Jo 4.10). Isso se iniciou com a seleção, depois passou para a servidão, e então chegou à amizade. Para que vades e deis fruto. Após escolher Seus discípulos, Jesus os comissionou para que dessem frutos, e que tais frutos permanecessem por meio da oração.

15:17 Que vos ameis uns aos outros. Jesus volta a falar do amor. Amar uns aos outros é uma ordenança, não uma opção.

15:18-21 O mundo [...] me aborreceu a mim. Enquanto Jesus dizia essas palavras, os fariseus estavam planejando matá-lo (Jo 11.45-57). Já que o mundo odiava Jesus, não era surpresa alguma que odiasse os seguidores dele também.

15:22-25 Não teriam pecado [...] não têm desculpa. O fato de o mundo odiar Jesus era um pecado contra Deus, pois foi Jesus quem revelou o Pai ao mundo. Também a meu Pai. Já que Jesus e o Pai são um, quem odiava Jesus odiava o Pai. O testemunho das palavras de Jesus (v. 22) e Suas obras (v. 24) tornaram aqueles que o rejeitaram culpados pelo seu pecado. No versículo 25, Jesus cita o Salmo 69.4 para mostrar como rejeitar o amor e a bondade dele torna-se algo maligno e irracional.

15:26, 27 Essa foi a terceira vez, durante as últimas horas de Jesus com Seus discípulos, que Ele falou do envio do Espírito Santo (Jo 14.16, 26). Consolador também pode ser traduzido por advogado ou conselheiro. O Pai e o Filho estavam envolvidos na vinda do Espírito. Tanto o Espírito como os discípulos capacitados por Ele testificariam de Jesus. Testificará de mim. E vós também testificareis. Quando os discípulos pregassem, o Espírito Santo convenceria o coração dos ímpios acerca de Jesus. Isso, por sua vez, faria com que os discípulos testificassem ainda mais dele.

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