Significado de Oseias 9

Oseias 9

No capítulo 9 de Oseias, o profeta continua a proclamar a iminência do juízo divino sobre Israel por causa de sua infidelidade e pecado. 

Oseias anuncia que o povo de Israel será punido pelo seu pecado e infidelidade. Ele descreve como eles se desviaram, amaram a prostituição e se tornaram impuros. Seu comportamento pecaminoso atraiu o juízo de Deus sobre eles.

O profeta profetiza que Israel será levado ao exílio, voltando para o Egito e sendo espalhado entre as nações. O motivo para isso é a idolatria e a adoração de imagens feitas por homens, o que os levará à vergonha e à humilhação.

Oseias adverte o povo sobre o seu destino iminente, enfatizando que eles colherão o que semearam. Ele lamenta o fato de que, apesar de sua infidelidade, Israel não reconhece a maldade de suas ações e não se volta para Deus em arrependimento.

O profeta ordena que o povo de Israel não se alegre nem se regozije com festividades pagãs, pois o juízo de Deus está prestes a cair sobre eles. Ele adverte que sua comida será impura e suas festas serão interrompidas.

Oseias lamenta a falta de discernimento do povo de Israel, que não reconhece a maldade de suas ações e não busca a Deus em arrependimento. Eles continuam a confiar em suas próprias forças e alianças políticas em vez de confiar em Deus.

O profeta descreve a desolação e a destruição que aguardam Efraim, uma das tribos de Israel. Ele compara Efraim a uma taça quebrada e inútil, destinada à rejeição e ao despejo.

O capítulo 9 de Oseias é uma advertência severa sobre as consequências do pecado e da infidelidade. Ele enfatiza a iminência do juízo divino sobre Israel e a importância do arrependimento e da busca por Deus como meio de evitar o castigo e encontrar restauração.

Comentário de Oseias 9

Oseias 9.1-17 Há cinco razões pelas quais Israel não podia orgulhar-se: (1) sua imoralidade (v. 1, 2); 2) o fato de ter sido preso (v. 3-6); (3) sua indiferença espiritual (v. 7-9); (4) sua esterilidade (v. 10-16) e (5) seu exílio vindouro (v. 17).

Oseias 9.1, 2 Em função de sua associação à colheita, as eiras de trigo eram onde as festas da agricultura aconteciam, ocasião em que Israel oferecia sacrifícios a Baal. Por isso, o Senhor estava prestes a tirar a alegria da colheita, destruindo a produção e deixando as eiras e o lagar vazios.

Oseias 9.3 Terra do SENHOR. Israel havia se esquecido de que sua terra pertencia ao Senhor. Somente Ele poderia decidir quem nela viveria ou não (Lv 25.23).

Oseias 9.4, 5 Por terem tocado um cadáver, os pranteadores ficaram cerimonialmente impuros e contaminaram tudo que tocaram (Nm 19.14, 15, 22). Habitando numa terra estrangeira, o povo de Israel estaria cerimonialmente impuro, ou seja, inapto para adorar ao Senhor com holocaustos e ofertas.

Oseias 9.6 Mênfis. Esta cidade egípcia, conhecida por seus vastos cemitérios, suas tumbas e pirâmides, simbolizava a terra impura do exílio (a Assíria) para a qual o povo de Deus seria levado cativo. A terra de Israel seria abandonada, e os bens dos israelitas seriam infestados por urtigas e espinhos.

Oseias 9.7 Israel desdenhou os profetas de Deus, considerando-os loucos. Em 1 Samuel 21.15, é usada a palavra hebraica traduzida como doidos, referindo-se a Davi, na ocasião em que ele se fingiu de louco diante do rei filisteu. Neste versículo, o ódio alude ao forte sentimento que pode dar lugar ao comportamento agressivo.

Oseias 9.8 O papel de um vigia era avistar exércitos invasores e denunciá-los ao povo, para que a cidade pudesse preparar-se para a batalha (Ez 33.6) em tempo hábil e manter-se segura. Os profetas atuavam como vigias, pois eram enviados por Deus para alertar o povo acerca do julgamento e exortá-lo ao arrependimento (Ez 3.17).

Oseias 9.9 Como nos dias de Gibeá. Esta expressão faz referência ao estupro e ao assassinato de uma jovem mulher por homens de Gibeá, o incidente que deu início a uma guerra civil (Jz 19). Os que testemunharam esse fato alegaram ter sido o crime mais violento de toda a história de Israel até então (Jz 19.30). Contudo, os pecados da geração de Oseias se equiparavam a esse infame assassinato.

Oseias 9.10 No início da história de Israel, Deus se deleitava em Seu povo. Uvas no deserto representavam grande surpresa. Fruta temporã da figueira no seu princípio se tratava de um figo irresistível (Is 28.4; Jr 24-2; Mq 7.1). Entretanto, Israel caiu em pecado rapidamente. Em Baal-Peor, os israelitas participaram de ritos de fertilidade com mulheres moabitas, ocasionando, assim, o juízo de Deus sobre a nação (Nm 25).

Oseias 9.11 Sua glória diz respeito à população de Efraim (Israel), especialmente às crianças. A população de Efraim diminuiria, sua fama voaria como ave, visto que as mulheres se tornariam estéreis. Tal punição seria apropriada, tendo em vista que essa geração de israelitas, assim como uma geração anterior em Baal-Peor, promovia a fertilidade adorando Baal.

Oseias 9.12, 13 Todos os filhos nascidos em Israel seriam mortos com a invasão. Tiro era um importante centro econômico localizado num local estratégico na costa do Mediterrâneo.

Oseias 9.14 Uma madre que aborte. Algumas mulheres israelitas se tornariam estéreis (v. 11); outras teriam filhos, mas os perderiam para a espada dos invasores (v. 12,13). Outras, ainda, engravidariam, mas depois abortariam.

Oseias 9.15, 16 Gilgal havia se tornado um centro de idolatria (Os 12.11; Js 5). O casamento e o divórcio servem de pano de fundo para a linguagem desta passagem. O Senhor rejeitou (os aborreci) Sua esposa infiel (Dt 22.13; 24-3), lançou-a fora de Sua casa (a terra) e deixou de cuidar dela (amá-la). Pode haver também neste trecho uma alusão a Gênesis 3.24 e 4-14, que descrevem como Deus afastou Adão e, depois, Caim de Seu cuidado.

Oseias 9.17 O termo desocupados deve fazer alusão ao fim de Caim (Gn 4-12), que, assim como Israel (v. 9), era culpado por um assassinato.

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