Significado de Zacarias 1

Zacarias 1

Em Zacarias 1, o profeta Zacarias recebe uma série de visões e mensagens do Senhor durante o segundo ano do reinado de Dario. O capítulo começa com um chamado para que os israelitas se arrependam e retornem ao Senhor, assim como seus antepassados foram chamados a fazer pelos profetas antigos. Zacarias os exorta a não repetirem os erros de seus ancestrais, que ignoraram as advertências de Deus e sofreram as consequências.

O capítulo então apresenta uma série de oito visões noturnas que Zacarias teve. Essas visões estão repletas de imagens simbólicas e metáforas, apresentando uma imagem dos planos de Deus para Jerusalém e as nações vizinhas. As visões incluem um cavaleiro em um cavalo vermelho, quatro chifres e quatro artífices, um homem com uma corda de medir, Josué, o sumo sacerdote, um candelabro de ouro e duas oliveiras, um pergaminho voador, uma mulher em uma cesta e quatro carros.

As visões de Zacarias transmitem mensagens de proteção divina, restauração e julgamento. Eles servem para encorajar os israelitas, mostrando que Deus está cuidando deles e, por fim, realizará Seus propósitos. O capítulo enfatiza a importância do arrependimento e da obediência, bem como a importância de compreender o significado espiritual mais profundo por trás das visões simbólicas.

Significado

1.1-6 A primeira seção do livro apresenta o profeta (Zacarias) e sua mensagem (conclamação para que o povo se volte para o Senhor dos Exércitos).

1.1 O oitavo mês judaico corresponde a meados de outubro e meados de novembro, em nosso calendário. Dario governou a Pérsia de 522 a 486 a.C. Assim, seu segundo ano de reinado foi em 520 a.C. O nome Zacarias quer dizer Yahweh se lembra, significando que Deus é fiel às promessas de Sua aliança com o Seu povo.

1.2 “Vossos pais”, aqui, refere-se aos ancestrais dos judeus pertencentes à geração que havia desobedecido a Deus e sido julgada por Ele (2 Cr 36.15,16); à geração que havia levado Jerusalém a ser destruída pelos babilônios, por se ter afastado do Senhor dos Exércitos. Nas palavras de Zacarias, encontra-se implícita uma advertência: Deus pode fazer no presente o que fez no passado. Tal como havia mostrado a triste experiência da geração do deserto (Nm 13; 14), Deus está para levantar um povo que seja fiel a Ele!

1.3 “Tornai para mim” são palavras que nos fazem lembrar a profundidade do amor incondicional de Deus. Diz o SENHOR dos Exércitos. O nome pessoal de Deus, aqui traduzido por SENHOR, fala do gracioso modo natural de Deus em relacionar-se com o Seu povo (Ex 3.15); os Exércitos são os batalhões angelicais, que obedecem a todas as Suas ordens.

1.4 Os primeiros profetas diz respeito a homens como Habacuque, Sofonias e Jeremias, que viveram durante os últimos anos do reino de Judá e advertiram sobre o juízo que viria.

1.5-6 “Seus país, os ancestrais” a que se refere a profecia, haviam morrido ou sido exilados; até mesmo os profetas referidos não mais viviam. A citada geração passada sofrera o juízo de Deus (Dt 28.15-68).

1.7-6.15 Esta seção traz uma sequência de oito visões noturnas sobre o futuro de Israel, seguida pela coroação simbólica do sumo sacerdote Josué. A profecia de Zacarias, aqui, visa ao mesmo objetivo da profecia de Ageu: a reconstrução do templo, tornando-o novamente centro de adoração e de domínio mundial, lugar de peregrinação de todas as nações (Zc 8.20-23; Ag 2.7-9). As visões noturnas seguem um padrão. Zacarias descreve o que vê e pergunta o que significa aquilo. Então, um anjo que está junto a ele lhe dá a devida explicação.

1.7-17 Este texto pode ser dividido em três partes: (1) ocasião da visão (v.7); (2) detalhes da visão (v.8-12); (3) promessa contida na visão (v.13-17).

1.7 Este mês undécimo (sebate é seu nome babilônico) corresponde aos dias entre janeiro e fevereiro do ano 519 a.C. A palavra do SENHOR, aqui, refere-se a uma visão profética.

1.8, 9 A murta é um arbusto esverdeado e perene, naquela época muito encontrado nos arredores de Jerusalém (Ne 8.15).

1.10 O rei Dario, por exemplo, contava com uma rede muito bem organizada de agentes do governo, que percorriam todo o império persa investigando denúncias e infidelidade para com o trono. Do mesmo modo, o Senhor sempre contou com Seus mensageiros e observadores fiéis, que lhe reportam tudo.

1.11 Quando Dario assumiu o trono da Pérsia, o império estava passando por um período de grande agitação. Muitas províncias haviam se rebelado. Durante os dois primeiros anos de seu reinado, ele teve de enfrentar e derrotar nove reis, em 19 batalhas, para poder manter-se no trono. Neste lugar, porém, tudo se achava tranquilo e em paz.

1.12, 13 O profeta ouve uma conversa entre o anjo do SENHOR e Deus. Esta pode ter sido uma conversa entre Deus Filho pré-encarnado e Deus Pai (Sl 110). Na verdade, faz alusão ao papel de Jesus como nosso Intercessor. Como afirma Hebreus, o Senhor Jesus está constantemente intercedendo por nós (Hb 7.25), à direita do Pai. Setenta anos se refere ao período do exílio babilônico, durante o qual o templo de Jerusalém, arrasado, permaneceu em ruínas (586-515 a.C.; Jr 25.7-14).

1.14 O anjo que falava comigo. Era o anjo que tudo interpretava das visões magníficas que Zacarias estava tendo, mas não, no caso, o anjo do Senhor (v. ll).

Com grande zelo estou zelando. Podemos ver aqui o verdadeiro amor que revela o Senhor em Sua relação especial com Israel e Jerusalém.

1.15 Com grandíssima ira, estou irado. O Senhor revela aqui estar irado contra as nações que Ele havia usado para castigar Seu impenitente povo.

1.16 Deus prometeu que teria misericórdia do povo e reconstruiria o templo em Jerusalém (a minha casa). Cordel era o recurso utilizado para calcular as medidas necessárias às construções. Deus estendê-lo, aqui, era a promessa de que teria início a reconstrução do templo e de Jerusalém, que com toda a certeza seria completada.

1.17 Ainda escolherá a Jerusalém. A eleição de Jerusalém mostra ser algo a que Deus, por Zacarias, dá muita importância (Zc 2.12; 3.2). O nome Sião fala de Jerusalém de maneira afetiva (Sf 3.14).

1.18-21 Em sua segunda visão noturna, Zacarias divisa quatro cornos, ou chifres (v. 18,9), e quatro ferreiros (v.20,21). Aqui, Deus promete destruir os inimigos que levaram Seu povo para o exílio.

1.18, 19 Os poetas e profetas geralmente usavam chifres de animais como símbolos das nações poderosas e de seus reis (Dn 7.7, 8, 24). Os chifres que perseguiam Israel e Judá eram Assíria, Babilônia, Pérsia e Grécia.

1.20, 21 Quatro ferreiros. Os ferreiros ou artesãos iriam destruir os chifres (v. 19,21). Historicamente, a Babilônia destruiu a Assíria; a Pérsia conquistou a Babilônia; a Grécia dominou o império medo-persa; e Roma submeteu a Grécia. Este é o enfoque de uma das mais notáveis profecias de Daniel (Dn 2.31-43).

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