Significado de Marcos 13

Marcos 13

Marcos 13 é um capítulo do Evangelho de Marcos que contém os ensinamentos de Jesus sobre o fim dos tempos, muitas vezes referido como o “Discurso do Monte das Oliveiras”. Este capítulo é significativo na escatologia cristã, pois fornece uma visão sobre o que o futuro reserva e como os crentes devem responder a esses eventos.

O capítulo começa com a predição de Jesus de que o templo em Jerusalém seria destruído, o que aconteceu em 70 d.C. Ele também adverte Seus discípulos sobre falsos messias e falsos profetas que virão para enganá-los. Jesus instrui Seus seguidores a não serem enganados por esses falsos ensinamentos e a permanecerem fiéis a Ele, mesmo em meio à perseguição.

Jesus continua descrevendo os sinais do fim dos tempos, incluindo desastres naturais, guerras e perseguições aos crentes. Ele também fala da “abominação da desolação” que ocorrerá no templo, que muitos estudiosos interpretam como uma referência à profanação do templo por Antíoco Epifânio em 167 aC e/ou à destruição do templo pelos romanos em 70 d.C.

Jesus encoraja Seus seguidores a permanecerem vigilantes e fiéis, comparando a vinda do Filho do Homem à chegada inesperada de um ladrão durante a noite. Ele enfatiza a importância da vigilância, oração e perseverança diante das provações e tribulações.

Finalmente, Jesus fala de Seu próprio retorno e da reunião de Seus eleitos, prometendo que aqueles que permanecerem fiéis a Ele serão recompensados com a vida eterna. Este capítulo termina com a exortação de Jesus aos Seus discípulos para estarem vigilantes e preparados para o Seu retorno.

No geral, Marcos 13 enfatiza os temas de escatologia, perseverança e fidelidade. Os ensinamentos de Jesus sobre o fim dos tempos fornecem informações sobre o que o futuro reserva e encorajam Seus seguidores a permanecerem fiéis a Ele em meio a provações e perseguições. Sua ênfase na vigilância e oração destaca a importância da preparação espiritual e prontidão para Seu retorno.

Comentário de Marcos 13

13.1-37 Jesus continuou a última semana do Seu ministério em Jerusalém ensinando Seus apóstolos sobre os eventos futuros. Seu discurso é conhecido como o sermão profético no monte das Oliveiras, chamado assim porque era lá que Cristo se sentava para ensinar (v.3).

13.1, 2 A empolgação dos discípulos com as pedras e os edifícios do templo era uma reação natural diante de sua arquitetura esplêndida e majestosa; cada uma de suas pedras pesava toneladas. As descrições de Josefo (Antiguidades judaicas) expressam sua magnificência. Não havia nada como ele em todo o mundo. Belíssimas pedras de mármore branco com ornamentação de ouro compunham a estrutura de mais de 30 m de altura que começou a ser construída por Herodes em 20 a.C. e foi completada por seu descendente em 66 d.C. Em sua área, havia passagens, escadas e átrios coloniais que ocupavam 20 acres da paisagem mais imponente de Jerusalém. Tudo isso ficava em um alto monte acima dos vales de Tiro e Cedrom. Quando Jesus disse que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada, isso certamente chamou muito a atenção. Porém, essa profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito saqueou a cidade. O arco de Tito ainda continua em Roma, na via Ápia, diante da entrada do Fórum, em cujos muros está retratada a conquista de Jerusalém por Tito.

13.3, 4 Somente Marcos, que se apega aos detalhes, cita os nomes dos quatro apóstolos que indagaram Jesus. Eles queriam saber: (1) a cronologia, o tempo exato; e (2) as circunstâncias, quando essa profecia se cumpriria. Uma terceira pergunta sobre a volta de Jesus está em Mateus 24.3. Sua resposta se encontra em Marcos 13.24- 37. Sua pergunta pressupõe que a destruição do templo indicaria o fim dos tempos e o início do reinado do Messias. Eles queriam saber se aquilo aconteceria logo.

13.5-12 De um modo geral, o que acontecerá nessa época envolve decepção religiosa, hostilidade entre nações, fome, terremotos, traição religiosa e a pregação do evangelho.

13.5-7 O fim dos tempos (Mt 24.3, 6, 13, 14).

13.8 O princípio de dores nos mostra o início de muito sofrimento. Como as contrações de uma grávida, esses eventos apressarão o estabelecimento do Reino do Messias.

13.9, 10 Nesse discurso, Jesus advertiu Seus discípulos quatro vezes de que vigiassem ou ficassem atentos (NVI) [gr. blepete]. Aqui, as palavras de Cristo têm uma aplicação prática.

13.11, 12 Inicialmente, a promessa de que o Espírito Santo falaria pelos 12 discípulos nos momentos difíceis apenas se aplica a eles, e, somente depois, aos outros que sofreriam perseguições. Todavia, essa promessa não garante imunidade às lutas e até mesmo à morte.

13.13 Quem perseverar até ao fim, esse será salvo não se refere à regeneração ou justificação, mas ao livramento da grande tribulação (v. 19,20). Aqueles que suportarem o sofrimento e perseverarem na fé serão libertos por Cristo e entrarão no Seu Reino (messiânico).

13.14-23 Esses versículos respondem à terceira pergunta feita pelos discípulos no v.4, a respeito de que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se (ARA) .

13.14 O grande sinal para os judeus remanescentes no fim dos tempos será a abominação do assolamento. O profeta Daniel fala sobre isso em Daniel 11.31 e 12.11 (compare com Daniel 9.27). Estar onde não deve estar é uma referência à presença do anticristo no templo judaico que será reconstruído no período da tribulação. Então, na metade dela, ele irá declarar-se deus e exigir adoração de todos os homens (2 Ts 2.3,4). Quem lê, que entenda leva seus leitores à origem hebraica desse ensinamento de Jesus, ou seja, ao livro de Daniel. O aviso de fugir para os montes é por causa do suposto protetor dos judeus, o príncipe romano de Daniel 9.26,27, que coloca suas garras de fora e começa a perseguir os judeus em Israel.

13.15-18 Para escapar da morte nos últimos tempos, você deverá deixar tudo para trás, com exceção de sua própria vida. Até mesmo as grávidas e o tempo frio do inverno poderão pôr em risco sua vida. Deus não quer que você olhe para trás naquele dia.

13.19 Naqueles dias, haverá uma aflição. Os eventos de Marcos 13.14 trarão um tempo de aflição sem precedentes. Mateus 24-21 (ARA) chama-o de grande [gr. megale] tribulação, e Jeremias 30.7, de o tempo de angústia para Jacó, dando ênfase à natureza judaica desse período. Esse tempo de aflição não será muito longo na história, pois coincidirá totalmente, ou em parte, com as 70 semanas de Daniel (Dn 9.26,27; 7.25; 12.7; Ap 11.2,3; 12.6,14; 13.5).

13.20 Se o Senhor não abreviasse aqueles dias aponta para o limite de Deus ou o término deste período da grande tribulação.

13.21-23 Para enganarem, se for possível, mostra que o engano não cumprirá seu propósito em meio aos escolhidos. Uma das vantagens de ser salvo pelo Senhor é ser guardado por Ele (compare com 1 Pedro 1.3-5).

13.24-25 Ora [gr. alia] expressa a diferença entre os falsos profetas do versículo 22 e a verdadeira volta de Cristo no versículo 26. Depois daquela aflição nos diz quando Cristo voltará para estabelecer Seu Reino milenar. Mudanças astronômicas acompanharão a gloriosa volta do Senhor. Um dos quatro propósitos para o sol, a lua e as estrelas mencionados nos dias da criação são estes sinais (Gn 1.14), os quais se cumprirão neste período. Imagine o espetáculo universal que Deus usará para marcar a segunda vinda do Seu majestoso Filho para reinar.

13.26 Jesus refere-se a si mesmo como o Filho do Homem que virá nas nuvens. Essa terminologia vem especificamente de Daniel 7.13,14. Nessa passagem, o Filho do homem, que obviamente é divino, recebe o Reino de Deus Pai. Em Daniel 7.27, vemos que o Filho do homem compartilharia Seu Reino com os santos (compare com Apocalipse 2.26,27). Os mártires da tribulação são retratados como aqueles que viveram e reinaram com Cristo durante mil anos (Ap 20.4).

13.27 Parece que a intenção de Jesus ao enviar os seus anjos é ajuntar os seus escolhidos, mas isso não se trata do arrebatamento. Este acontecimento será uma transformação repentina e instantânea dos cristãos, a qual os fará à imagem de Cristo no momento exato em que estiveram na Sua presença (compare com 1 Tessalonicenses 4.15-17; 1 Coríntios 15.51,52). Os anjos terão de transportar os escolhidos no fim do período da tribulação, pois ainda terão seu corpo físico. Eles continuarão vivendo em seu estado natural durante os mil anos do reinado de Cristo. Os anjos irão levá-los para a inauguração deste Reino.

13.28, 29 Jesus compara os sinais dos futuros eventos astronômicos com a figueira cujos ramos já começam a brotar. Ambos significam algo que ainda virá: a chegada do verão ou a gloriosa volta de Cristo.

13.30 Alguns eruditos afirmam que esta geração [gr. genea] refere-se àqueles que viveram na época de Jesus, ou a alguma raça ou povo, como os judeus, que são considerados pela sua raça. Veja uma discussão sobre isso em Lucas 21.32. A forma ampla como a profecia é cumprida aqui pode ser para reunir aqueles que viram a destruição de Jerusalém assim como os judeus que viverão na época da volta de Jesus e verão o cumprimento derradeiro de todas essas coisas. A locução sem que indica algo em que há muita convicção.

13.31 A afirmação de Jesus — de que passará o céu e a terra — também é encontrada em Isaías 65.17, 2 Pedro 3.10 e Apocalipse 21.1. A nova terra terá uma área habitável aproximadamente sete vezes maior, porque os oceanos não mais existirão. As palavras de Jesus, contudo, ao contrário desse planeta perecível, jamais (NVI) [gr. ou me, que dá um forte sentido negativo] passarão. Que conforto termos palavras tão confiáveis como essas!

13.32, 33 Por ser Aquele que é totalmente Deus e, ao mesmo tempo, totalmente homem, Jesus possui todos os atributos da deidade, inclusive a onipotência e a onisciência. Ele, por exemplo, tanto sabia o que estava no coração do homem (Mc 2.8) como podia aquietar o vento (Mc 4.39). No entanto, quando Cristo se tomou homem, Ele voluntariamente se recusou a fazer uso dos Seus atributos (Fp 2.5-8). Ele é como um pai que chuta a bola bem devagar para seu filhinho, embora possa usar toda a sua força, se necessário, para segurá-lo quando ele tenta atravessar uma rua sozinho.

13.34-36 A parábola do homem que deixou sua casa somente é encontrada em Marcos. A questão aqui é que ele voltaria a qualquer momento; então, todos os servos deveriam estar vigiando e atentos (compare com Lucas 19.11-27). Os romanos dividiam a noite em quatro vigílias, como vemos no versículo 35: à tarde (das 18h às 21h), à meia-noite (das 21h à meia-noite), ao cantar do galo (da meia-noite às 3h) e pela manhã (das 3h às 6h ).

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