Adoração de Antepassados

Adoração de AntepassadosAdoração de Antepassados         
Um fenômeno complexo, existente de uma maneira ou de outra entre muitos povos. Em suas formas rudimentares, nas religiões primitivas, a crença de que os espíritos dos mortos demoram-se em torno dos antigos lugares costumeiros durante a vida física, inspirou os sacrifícios de alimentos e outras oferendas, além das tentativas de comunicação. Essa crença usualmente é acompanhada pela noção de que esses espíritos são ciumentos da atenção que presumivelmente merecem, podendo punir àqueles que os negligenciam mediante o infortúnio, as doenças, etc. Motivações comuns a essa doutrina. 

1. Desejo de servir aos mortos, ou por motivo de medo ou de afeto e respeito.

2. Temor dos danos que as visitas dos fantasmas podem causar, resultando dai o desejo de aplacar.

3. Desejo de ser protegido e abençoado, o que seria conferido por tais espíritos.

4. A ideia de que os mortos avançam para um nível mais alto da existência, e são dignos de respeito, ou mesmo de veneração. Normalmente, é a família que cuida dessa adoração, visto que cada família tem seus próprios espíritos para venerar e aplacar. Algumas vezes, os heróis tribais ou nacionais são venerados em uma comunidade, o que pode levar à deificação. A prática pode tornar-se mais elaborada com ritos e santuários apropriados. Em nosso século, a prática continua comum na China e no Japão. Nesse último país, isso tem sido importante não som ente p ara a vida familiar, mas para a vida nacional, tendo adquirido consequências políticas. Altares dedicados ao exército do céu e foi culpado dessa forma de idolatria, chegando a instalá-la na própria casa do Senhor (ver 2 Reis 21:3-5). Alguns dos reis de Judá dedicaram cavalos e carruagens à adoração ao sol, ao qual também queimaram incenso (ver II Reis 23:5,11). 

Entre os povos vizinhos a: Israel, os árabes do sul e os fenícios consideravam o sol como uma divindade feminina, ao passo que os egípcios, sumários e acádios como uma divindade masculina. Mas os heteus tanto tinham um deus-sol quanto uma deusa-sol. Para os babilônios o deus-sol, considerado inferior à deusa lunar, Sin, era a luz do mundo, do qual dependiam a vida e a boa ordem do universo. E, como vencedor da noite e da morte, para eles essa divindade era o herói por excelência. E, em face da penetração de sua luz por toda a parte, eles também o consideravam o legislador supremo e o juiz onisciente, o qual aplicaria bênção ou castigo aos homens, conforme suas ações. Na Babilônia, o santuário central do deus-sol ficava em Sipar, onde era adorado juntamente com Aia, a “esposa”. 

Alguns estudiosos pensam que é devido à influência dessas idéias, cultivadas por povos com os quais os israelitas estavam tão ligados, que o autor de Salmos 19 comparou o sol nascente a um esposo que sai de seu aposento e, qual atleta, percorre heroicamente o seu curso (vs. 6 e 7). E nos vs. 8-13 do mesmo Salmo, onde a lei do Senhor é exaltada, o sol é lembrado como símbolo do direito e da lei. O profeta Jeremias revela-nos que os reis de Judá amavam, serviam e adoravam o sol, (ver Jer. 8:2). Ezequiel nos provê um quadro muito descritivo dos adoradores do sol, na casa do Senhor, de rostos voltados para o oriente, prostrados diante do sol (ver Eze. 8:16). Como é natural, houve em Israel reações contra essa invasão idólatra. Assim, Asa (ver II Crô. 14:5) e Josias (ver II Crô. 34:4,7) procuraram eliminar tal forma de adoração, derrubando os altares dedicados ao sol nas cidades de todo o Israel. Contudo, por ocasião da queda de Jerusalém, diante dos babilônios, tal prática prosseguia (ver Jer. 19:13; Eze. 6:4,6).