Jeremias 3 — Interpretação Bíblica

Jeremias 3

3:1-5 O Senhor encerra esta primeira acusação dizendo que não pode levar Judá de volta porque ela o deixou para se casar com outro. Na verdade, foi pior do que isso. Ela havia se prostituído com muitos parceiros (3:1)! Que figura da maldade espiritual de Judá, abandonando sua posição como noiva do Senhor para ser uma descarada... prostituta (3:3).

3:6-10 Jeremias começa sua próxima mensagem falando do reino do norte de Israel, que já havia sido levado cativo pelos assírios. Quando Israel foi julgado por seus adultérios espirituais (3:6), Judá deveria ter notado e evitado seus caminhos. Mas Judá provou ser ainda mais traiçoeira do que sua irmã Israel (3:7-8)! E enquanto Judá fingia se arrepender, Deus viu através disso (3:10). Devemos tomar cuidado porque é possível aparecer na igreja no domingo e cantar louvores ao Senhor, mas ter um coração duro como pedra.

3:11-25 Deus fez um chamado a Israel para que se arrependesse e fosse restaurado, um convite para retornar e reconhecer [sua] culpa (3:12-13). O que se segue é uma imagem ideal de uma nação unida (Israel e Judá) retornando à verdadeira adoração a Deus; seria tão glorioso que nem mesmo a arca da aliança do Senhor seria perdida (3:14-18). Deus deseja receber de volta seu povo rebelde (3:19). Assim, ele repete seu convite ao arrependimento (3:22), e Jeremias retrata a nação chorando e implorando por misericórdia (3:21). Mas tal reviravolta não aconteceria nos dias de Jeremias. Em vez disso, o que vemos aqui é uma imagem do futuro arrependimento de Israel quando seu Messias Jesus Cristo retornar para seu reino milenar. A salvação de Israel está somente no Senhor nosso Deus (3:23).

1. Escrituras Contemporâneas: Com Jeremias 3:6-6 pode concordar 2Crônicas 34:1 a 35:18; Sofonias 1-3; 2Rs 22:1 a 23:25; Naum e Habacuque.

2. Fatos históricos: Josias, viajando pessoalmente por Judá e Israel, continua sua purificação da nação; retorna a Jerusalém em seu 18º ano, conserta imediatamente o Templo para a restauração da adoração de Jeová nele. O retorno ostensivo de Judá a Jeová é uma zombaria solene (Jeremias 3:10). (Comp. B. p. 61, “Estado Atual de Judá.”)

3. História Contemporânea: Durante esses seis anos, Nabopolassar se rebela contra o rei da Assíria, torna-se rei da Babilônia e, assim, funda o império babilônico. Cyaxares (Ahasuerus, Dan 9:1) sucede a Phraortes no trono mediano e começa a fazer da mídia um grande poder (625 a.C.). Psammeticus continua a reinar sobre o Egito em Nínive.

4. Referências Geográficas: Jeremias 3:12. “Em direção ao norte”, isto é, para a Mesopotâmia, Assíria, Média, onde as dez tribos cativas foram localizadas por Tiglate-Pilesar (740 a.C.; cf. 2Rs 15:29; 2Rs 16:7-9; Amós 1:4-5) e Shalmanezar, ou melhor, Sargão, seu filho (pois os monumentos assírios mostram que Shalmanezar morreu durante o cerco de Samaria e que Sargon levou Israel cativo), cir. BC 720; cf. 2Rs 17:6; 2Rs 18:9-11. (Comp. Ap 60, “Facts re Outcast Israel.”)

5. História Natural: Jeremias 3:3. “Chuva tardia”, isto é, a chuva vernal, que caia por volta de abril, aperfeiçoando a colheita; a chuva “antiga” veio no início de novembro, preparando a terra para o cultivo. (Comp. C. p. 62, “A terra murcha pela seca.”)

6. Maneiras e Costumes: Jeremias 3:1; Jeremias 3:8. “Divórcio.” A lei encontrada em Dt 24:1-4. A “conta” era um documento legal; garantiu conhecimento legal e razões justificáveis para o ato do marido. Jeremias 3:2. “O árabe no deserto.” O beduíno à espreita e ansioso por pilhagem; assim Israel procurou a idolatria como saque.

Notas Adicionais:

3.1-5
Segundo Dt 24.1-4, a esposa divorciada que casasse com outro homem não poderia, caso se separasse do segundo marido, voltar para o primeiro. O povo de Israel, no entanto, pensava que, depois de trocar o Senhor por outros deuses, poderia voltar para ele quando bem quisesse.

3.4 Tu és o meu pai: O mesmo haviam dito aos ídolos (Jr 2.27).

3.6-13 Israel, o Reino do Norte, foi infiel a Deus, e sua irmã Judá, o Reino do Sul, estava seguindo seus passos.

3.8 me divorciei de Israel e... a mandei embora: Uma referência ao que aconteceu quando os assírios invadiram o Reino do Norte (2Rs 18.9-12). Judá... não ficou com medo: 2Rs 17.18-19.

3.9 cometeu adultério: A aliança entre Deus e Israel é vista em termos de um casamento. Deixar de ser fiel a Deus é o mesmo que adultério (Jr 3.20; 5.7; 9.2; Ez 16.32,38; Os 3.1).

3.10 só fingiu que voltava para mim: Provavelmente, isso se refira à reforma religiosa realizada no tempo do rei Josias (2Rs 22.1—23.27).

3.14-18 Depois de mostrar o pecado e chamar ao arrependimento (3.1-13), o profeta traz uma promessa de restauração. Este trecho prevê uma futura união futura dos dois Reinos, Israel e Judá, centralizada em Jerusalém.

3.16 não pensarão mais na arca: A arca da aliança ficava no Templo em Jerusalém e desapareceu quando este foi destruído pelos babilônios em 587 a.C. Aqui, se promete que a arca não fará falta no futuro, quando Deus vai se relacionar diretamente com seu povo (Jr 31.31-34).

3.24 Baal, o deus da vergonha: O texto hebraico traz a palavra vergonha (em hebraico, bosete), que era uma forma de falar sobre o deus Baal (2Sm 2.8).

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Fonte: Tony Evans Bible Commentary.