Ansiedade — Estudo Bíblico

Ansiedade — Estudo Bíblico

ANSIEDADE

A emoção da ansiedade, comum a todos os homens devido à precariedade da vida terrena, pode ser evitada pela fé, desde graus menores até um grau absoluto, dependendo da qualidade espiritual do momento. No trecho de Mat. 6:25-34, Jesus mostra razões pelas quais a ansiedade não se coaduna com a vida cristã, porque ela nega essencialmente o poder da providência de Deus. I Pedro 5:7 encerra uma afirmação bem conhecida contra a ansiedade: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. Não temos necessidade de viver ansiosos, porque Deus anela por nós. Essa ideia reflete o teísmo,  em contraste com o deísmo. 

O teísmo  ensina que Deus não som ente criou, m as também se faz presente em Sua criação, guiando, recompensando, punindo e alterando o curso dos eventos. Acima de tudo, Deus tem em mente a salvação  da humanidade, a forma suprema de teísmo. O deísmo  ensina que uma força cósmica, pessoal ou impessoal, criou tudo, m as abandonou sua criação, deixando-a sob o governo de leis naturais, como um relógio cuja corda permite que continue funcionando. Segundo essa posição, Deus não tem qualquer interesse pelo mundo, tendo-o abandonado, não recompensando e nem punindo, e jamais fazendo intervenções no mesmo.

A psicologia frisa que a ansiedade pode criar perturbações físicas. Realmente existem as doenças psicossomáticas. O existencialismo, dentro da filosofia, muito se vale da ansiedade, referindo-se a ela como inerente à condição humana, pois, de fato, há muita coisa que nos deixa ansiosos. O existencialismo ateu  crê que a vida é um a piada da natureza, por ter sucedido por mero acidente, sem qualquer propósito ou desígnio. O homem está só, e não Sabe onde. Não há Deus que o ajude, e a existência humana está cercada de ameaças, que as falsas esperanças bem pouco fazem para aliviar.

O existencialismo religioso propõe haver esperança, mediante o uso do livre-arbítrio, através do qual o homem pode evitar sua condição. Além disso, na opinião de alguns existencialistas religiosos a missão de Cristo teve o propósito de injetar esperança nesse melancólico quadro. A pesar de que a morte finalmente nos ameaça, devido à nossa condição de mortalidade (daí derivando-se a nossa ansiedade), o próprio “eu”, em sua liberdade, teria a consciência de transcender à consciência humana. Desse modo, o “eu” torna-se mais do que um mero expectador. O próprio “eu”, contemplando a dupla dimensão da realidade, a finitude (temporalidade), em contraste com a liberdade, precisa fazer sua escolha. A “ansiedade” é o concomitante inevitável do paradoxo da liberdade e da finitude, no qual o homem está envolvido, segundo dizia Niebuhr. A teologia cristã ensina que as grandes opções da existência são feitas em Cristo, com quem fomos identificados e cuja natureza e destino compartilhamos (Rom . 8:29; II Cor. 3:18).

Portanto, apesar da ansiedade ser uma realidade, pois somos mortais e fracos, as grandes questões da vida e da morte não mais continuam pendentes, mas foram resolvidas otimisticamente em face de nossa identificação com Cristo, por meio de Sua missão salvadora e transformadora. Pesquisas feitas no campo do retomo após a morte clinica, isto é, de pessoas que penetram nos primeiros estágios da morte, mas retomam à vida, e que podem lembrar-se do que sucede nesse ínterim, emprestam uma interpretação otimista à vida.

Em consequência, apesar da ansiedade ser um fato constante de nossa existência, sabem os que o sol haverá de raiar após o temporal, e podemos descansar nesse fato. Além disso, no tocante à vida diária, contamos com a permanente providência de Deus, o que significa que coisa alguma nos sucede fortuitamente. Ver o artigo sobre Experiências da Quase Morte.