Arianismo — O que Significa?
Arianismo
(Enciclopédia Bíblica Online)
O conjunto de ensinos de Ário
(ver o artigo), que viveu em cerca de 265-356 D.C. Ele e seus seguidores negavam
a divindade própria de Cristo. Ário desenvolveu sua doutrina com base em
especulações teológicas gregas, que floresceram no gnosticismo. Foi um a
elaborada tentativa de definir a relação de Cristo para com Deus, segundo a
razão natural. (Ver o artigo sobre Cristologia). Essa atividade racional e especulativa
teve lugar principalmente em Alexandria e Antioquia, sobretudo no século IV D
.C ., tendo obtido o apoio do imperador romano e de teólogos notáveis. Exercia
poderosa atração para as mentes bem-informadas da época. Doutrina. Estes são seus pontos principais:
1. Deus é ímpar e não-gerado
(agennetos). Fora de Deus, tudo o m ais
foi criado ex nihilo (do nada), através
da vontade de Deus.
2. O Logos (Cristo) é um intermediário
entre Deus e o homem. Ele começou antes do tempo, mas não seria eterno, o que
significa que houve tempo em que o Logos não existia, embora Deus já existisse.
3. Segue-se daí que o próprio
Logos foi criado por Deus (o Logos foi genetos). Ele também nasceu (gennetos), o que aponta
para a filiação por adoção.
4. O Logos encarnado (Jesus Cristo), é assim inferior
a Deus, em bora seja objeto próprio da adoração, por causa de Sua elevada
posição, estando acima de todas as demais criaturas. Nessa exaltação, Ele é
tanto Senhor quanto Redentor.
Formas de arianismo:
1. Arianísmo intransigente, que
mantinha que o Filho era diferente (anomois) do Pai.
2. O segundo grupo proclamou em
um sínodo de Ancira (358) que o Filho é semelhante em substância (homoiousia)
ao Pai. São os hotnoiousianos ou semi-arianos.
3. O terceiro grupo repelia os
termos homoousia (da mesma substancia) e homoiousia (de substância similar),
como também ousia (ser, substância, essência), simplesmente declarando que o Filho
era como o Pai. Os homoiousianos tendiam em favor da ortodoxia, conforme
determinada pelo concilio de Niceia (325), e foram bem recebidos por Atanásio,
no concílio de Alexandria (362). Os pais capadócios tentaram mostrar que o
problema poderia ser solucionado pelo reconhecimento de uma natureza e três
pessoas ou hipóstases. Apesar da
fanática oposição do imperador ariano Valente, prevaleceu a ortodoxia defendida
por Niceia, no Ocidente, abrindo caminho para sua vitória final no Oriente. O
Oriente inteiro subscreveu as doutrinas proferidas em Roma (378 e 379), e o imperador
Teodósio mostrou ser um ardente defensor da fé nicena. Ver o artigo sobre o
Credo Niceno. O sínodo de Constantinopla (381), reconhecido como segundo
concilio ecumênico, reafirmou o credo niceno com leves modificações, completando-se
assim a vitória em prol da plena divindade do Filho.
O arianismo foi
ultrapassado, embora tivesse prevalecido ainda durante algum tempo entre os
povos bárbaros. A conversão de Clóvis, rei dos francos, à fé ortodoxa, em 496,
assinalou um grande declínio do arianismo entre os povos teutônicos. Eusébio, o
famoso historiador eclesiástico, após o próprio Ário, foi o mais bem conhecido
defensor de arianismo.
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