Obediência Cristã — O Proceder Desejado

Obediência Cristã — O Proceder Desejado

Obediência Cristã — O Proceder Desejado


“Tomai sobre vós o meu jugo e tornai-vos meus discípulos, pois sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas. Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve.” — Mat. 11:29, 30.
Já viu alguma vez as poderosas ondas do mar lançar-se implacavelmente contra a costa? Observou qualquer misericórdia, qualquer brandura ou piedade da sua parte para com os rochedos ou a areia? Antes, estas ondas têm arrastado a areia; têm friccionado as rochas com mão gigantesca, até que se tornaram lisas e redondas. Têm desgastado a pedra dura e escavado cavernas e covas. Contudo, o mar tem sido obediente a muitas das leis de Deus, uma das quais é mencionada em Jó 38:8-11. Ali Deus diz: “Quem bloqueou com portas o mar, que começou a sair quando irrompeu da madre, quando lhe pus a nuvem por vestimenta e as densas trevas como suas faixas, e passei a fragmentar meu regulamento sobre ele e a pôr-lhe tranca e portas, e prossegui, dizendo: ‘Até aqui podes chegar, e não mais adiante; e aqui se limitam as tuas vagas orgulhosas’?” Mas, ao sermos obedientes ou exigirmos obediência de outros, devemos ser como o mar — frio, duro, inexorável, implacável e com ímpeto interminável, desgastando-nos mutuamente e por fim nos estorvando uns aos outros?
Às vezes ouvimos pessoas imaturas concluir que, se alguém indica uma falta ou um erro, ele é queixoso ou crítico, e elas citam o proceder de crítica dos israelitas. Mas há ocasiões em que se deve falar e dar a conhecer os erros cometidos, mesmo por nossos irmãos. Provérbios 21:13 diz: “Quanto àquele que tapa seu ouvido contra o clamor queixoso do de condição humilde, ele mesmo também clamará e não se lhe responderá.” Não temos todos a mesma sabedoria ou capacidade para mencionar o erro nos lugares certos e para não incorrer no desfavor daquela pessoa. Em vez de sermos como Natã diante de Davi, talvez sejamos bruscos, dogmáticos e em nada delicados; mas o erro pode existir, pequeno ou grande, e ele afeta pelo menos uma pessoa. (2 Sam. 12:1-14) Os maridos, os pais e os superintendentes não precisam ser duros nesta questão, quer o erro seja insignificante, quer seja um problema realmente bem fundado. Ser como o mar, com o seu poder abrasivo, desgasta com o tempo até mesmo o mais devoto servo de Deus e produz uma pessoa desanimada, que apenas prosseguirá de dia em dia, de ano em ano, indiferente para com o que acontece e dizendo: “Que adianta?” Talvez continue ativo, lembrando-se de que o Salmo 34:15 assegura: “Os olhos do SENHOR estão atentos aos justos e seus ouvidos estão atentos ao seu clamor por ajuda.” (Veja também os versículos 16-20.)
São muitas as coisas que afetam a atitude obediente dos dedicados a servir a SENHOR. Alguém talvez tenha sido criado num lar indisciplinado ao ponto de ser uma vida de constante fricção. (Mat. 24:12) Outro talvez tenha vivido num ambiente familiar em que a palavra do pai era uma lei rígida e ele era tão inacessível como o mar frio, fundo e poderoso. Outros vêm dum ambiente infeliz em que toda ação era cerceada por: “Não faça isso!” “Pare com aquilo!” — uma simples barragem infindável, sem qualquer apoio para o motivo da obediência. No entanto, outros tiveram a felicidade de ser criados num lar em que os pais e os filhos estavam interessados uns nos outros, e era fácil falar com o pai sobre problemas, sabendo que a ajuda era prestada em amor.
Na atual geração, os pais muitas vezes consideram seus filhos como sendo perfeitos e francamente não se apercebem da tendência que cada criança tem para o mal, conforme o Salmo 51:5 descreve todos os nascidos na terra até agora, dizendo: “Eis que em erro fui dado à luz com dores de parto, e em pecado me concebeu minha mãe.” Isto coloca o jovem ocasionalmente numa situação difícil. É assim especialmente quando as elevadas expectativas dos pais são muitas vezes apoiadas pela proclamação pública das realizações de seu filho.
Mas podem os filhos manter-se constantemente à altura das suas expectativas, dia após dia, sem obter a sua ajuda compreensiva e ter o reconhecimento de que sua carne é fraca? A falta de compreensão pode erguer uma muralha entre pais e filhos. Pode impedir que os filhos e as filhas considerem livremente os seus problemas, achando que não estavam à altura das expectativas. Portanto, talvez reprimam os problemas no íntimo e criem uma perspectiva frustrada da vida. Quão agradável e reanimador é, portanto, conversar sobre as coisas! Em poucos minutos, tudo parece de algum modo diferente, e a pessoa está novamente no rumo da obediência. Esta espécie de encorajamento é necessária para se permanecer na fé, assim como foi nos tempos primitivos, no caso de Paulo e Barnabé, que iam “fortalecendo as almas dos discípulos, encorajando-os a permanecerem na fé”. — Atos 14:22.
A associação com os não devotados a servir a SENHOR tornará a obediência mais difícil. Em geral, os de fora da adoração verdadeira estão inclinados a uma vida livre de restrições e têm a tendência de se afastar da obediência a qualquer espécie de lei ou princípio de Deus. (1 Ped. 4:3, 4) Manter-se forte na fé exige estudo da Palavra de Deus, e isto, naturalmente, requer tempo. Podemos continuamente tirar tempo de nosso programa de estudo para nos associarmos com os que não são obedientes a SENHOR e assim mesmo evitar problemas, Paulo o expressa de modo bem franco: “Não sejais desencaminhados. Más associações estragam hábitos úteis.” (1 Cor. 15:33) Por outro lado, se formos diligentes em manter a nossa fé e se tivermos desenvolvido o forte desejo de servir a SENHOR, desejo que se evidencia em nossa devoção equilibrada ao nosso Pai celestial, poderemos trabalhar ao lado dos que estão neste velho sistema. Poderemos pregar a eles no ministério e poderemos ajudar os nossos parentes incrédulos a aprender a verdade. E durante toda esta espécie de associação poderemos evitar ser desviados do proceder desejável da obediência.
Observe a linha de equilíbrio salientada para nós nas Escrituras: “Não fazeis parte do mundo.” (João 15:19) “Não estejais amando nem o mundo, nem as coisas no mundo.” (1 João 2:15-17) “Não continuais a correr com eles.” (1 Ped. 4:4, 5) “Não vos torneis co-participantes deles.” “Cessai de compartilhar com eles.” (Efé. 5:7-11) Mas, quanto aos israelitas, lemos: “Foram misturar-se com as nações e passaram a aprender os seus trabalhos. E continuaram a servir a seus ídolos e estes vieram a ser-lhes um laço.” (Sal. 106:35, 36) Observe como esta ação passo a passo desviou os israelitas de obedecerem a Deus. “Os filhos de Israel moravam entre os cananeus, os hititas e os amorreus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus. E passaram a tomar para si as filhas deles por esposas e deram suas próprias filhas aos filhos deles, e foram servir aos deuses deles.” (Juí. 3:5, 6, 8) Não precisamos adotar o proceder de viver com os deste presente sistema, nem amá-los, nem servir os seus ídolos, a fim de pregar-lhes as boas novas do Reino.
Esperar demais dos outros pode tirar a alegria da obediência. Como exemplo disso, tome os pais que esperam dos seus filhos realizações acima da média, e os filhos que esperam que os pais façam tudo para eles; os maridos que se esquecem que suas esposas não podem acompanhar o passo forte e decidido dum homem; as esposas que deixam de reconhecer que os homens não pensam nas coisas pequenas e delicadas da vida; os superintendentes que são muito exigentes por causa de seu desejo de ter uma organização eficiente e produtora. Há muitos que estabelecem para si mesmos um alvo frustrador, que não lhes permite ter a felicidade que resulta dum serviço contente.
Tome um momento para examinar João, capítulo vinte. O apóstolo Tomé perdera uma reunião muito importante, e em resultado disso não acreditou prontamente na declaração dos discípulos: “Temos visto o Senhor!” (João 20:25) Pois bem, uma semana depois, numa reunião com Jesus, ele viu e ouviu a evidência, e reconheceu a Jesus: “Meu Senhor.” Tratou Jesus com ele de modo severo, repreendendo-o por ter faltado e não ter estado com os outros discípulos e Jesus? Negou-se Jesus a explicar a questão outra vez? Objetou a satisfazer o desejo de Tomé, de ver e apalpar os sinais dos pregos, antes de crer? Perguntou a Tomé onde estava na semana anterior? Fez-lhe Jesus um sermão sobre o valor da associação correta ou a importância de se estar nas reuniões com os outros discípulos? Antes, ele estava disposto a edificar-lhe a fé e a ajudá-lo. Era o mesmo Jesus que dissera: “Vinde a mim todos os que estais labutando e que estais sobrecarregados, e eu vos reanimarei. Tomai sobre vós o meu jugo e tornai-vos meus discípulos, pois sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas. Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve.” (Mat. 11:28-30) Foi certamente edificante para o irmão Tomé, e depois ele continuou no seu serviço fiel. — Atos 1:13.

ESPOSAS SUBMISSAS

Quão fácil é a submissão quando o esposo dá um exemplo firme, mas amoroso. Em parte alguma da terra existe uma esposa perfeita. Elas têm muitos defeitos. São diferentes dos homens. Demoram mais em se adaptarem em muitas questões ou em ocasiões diferentes. As emoções sentimentais as afetam mais. O vínculo familiar é importante para elas. Os sentimentos religiosos estão à flor da pele. A empatia se manifesta prontamente. Esta criatura, de constituição geralmente delicada, empreende o que aos homens pode parecer um trabalho enfadonho e monótono e se empenha nele mês após mês, sem se queixar. Os homens se queixam da monotonia mais cedo que as mulheres. Há muitas outras qualidades na sua esposa, que poderá identificar, mas estas bastam para mostrar que as mulheres são diferentes dos homens.
Seria difícil calcular o valor duma esposa cristã. Ela cuida das necessidades da família de modo infindável e enfrenta problemas montanhescos com uma coragem que não deixa nada a desejar. Que bênção é, pois, ajudar a tal companheira à madureza e a reconhecer o valor maior dum espírito quieto e brando, mais do que o trançado externo dos cabelos ou o uso de ornamentos de ouro! (1 Ped. 3:3, 4) Quão sábio é o esposo cristão quando ajuda a sua esposa a cultivar as qualidades que ela talvez tenha, descritas em Provérbios, capítulo 31. Deve ter notado que a esposa mencionada em Provérbios 31 está intimamente ligada ao lar. As esposas, em geral, têm apego ao lar. Este é seu campo de ação. O marido cristão pode ter meios e tempo limitados, mas ele pode tornar a submissão uma sorte feliz se prover um lar que dá prazer à sua esposa, bem como o equipamento para cuidar da tarefa enorme de alimentar, abrigar e vestir uma família ativa e ocupada. O livro bíblico de Provérbios reconhece a capacidade da esposa de realizar muitas coisas. Quando se lhe dá a oportunidade, ela consegue que as paredes nuas dum lar humilde tenham animação e irradiem a alegria cordial dum lar cristão. Há certas coisas que elas, como criaturas humanas, gostam de ter, e os maridos devem cuidar de que tenham a oportunidade de usufruí-las. Conceder-lhes o desejo de administrar certas atividades no lar ou da família não viola os princípios bíblicos da submissão.
Portanto, a compreensão plena e contínua entre marido e esposa resulta em contentamento, sossego mental e obediência agradável à Palavra de Deus, neste domínio vital da submissão. O lar desempenha um papel muito importante na vida do homem. Precisa dele cada dia. É a sua base de operação. É o lugar de reunião, o lugar mais importante de reunião para a família. Abriga e protege. É seu próprio mundo pequeno. E onde ele vive. E pensar-se que SENHOR projetou e deu ao homem, para este lugar essencial, uma ajudadora para cuidar do lar. “Ela está vigiando os andamentos dos da sua casa.” (Pro. 31:27) E mesmo que o homem não lhe pague nem diga “obrigado”, por tudo o que ela faz, é bem possível que ela também tenha a rica recompensa que Rute podia aguardar, conforme expressa nas seguintes palavras: “SENHOR recompense teu modo de agir e haja para ti um salário perfeito da parte do SENHOR.” — Rute 2:12.
Nem todos os maridos trazem presentes ou se lembram de importantes datas de aniversário, mas cada um pode expressar de algum modo seu apreço e dar o necessário estímulo àquela que trabalha tão arduamente. A vida duma esposa submissa deve ser feliz. Um motivo disso é que ela dá tanto; ela dá diária e continuamente. Atos 20:35 declara: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” Se os maridos mantiveram a família espiritualmente forte, terão outro motivo de felicidade, conforme declara Isaías 65:14: “Meus próprios servos gritarão de júbilo por causa da boa condição do coração.” Segundo os Provérbios, toda a família reconhece prontamente o valor duma esposa feliz: “Seus filhos se levantaram e passaram a chamá-la feliz; seu dono se levanta e a louva. Há muitas filhas que demonstraram capacidade, mas tu — tu sobrepujaste a todas elas.” (Pro. 31:28, 29) Pode-se ver prontamente que o proceder desejável é o da submissão, conforme delineado na Bíblia, e quão cheio de felicidade é este proceder, quando o marido o torna fácil por usar de amor em tudo. “Deste modo, os maridos devem estar amando as suas esposas.” — Efé. 5:28.

MARIDOS AMOROSOS

“O amor significa o seguinte: que prossigamos andando segundo os seus mandamentos.” (2 João 6) Os maridos devotados a SENHOR Deus têm o desejo de andar em obediência à Palavra do SENHOR. As esposas têm muito que ver com a felicidade que sempre deve ser encontrada na vida do marido cristão. Todos os maridos são imperfeitos; em parte alguma da terra se pode encontrar um marido sem defeito. (Rom. 3:12) Eles tem muitos defeitos. Na maior parte, dessemelhantes das mulheres, se preocupam com os assuntos mais ponderosos. Podem adaptar-se bastante facilmente. Não são tão emocionais ou movidos pelos sentimentos. Podem às vezes até parecer indiferentes. Enquanto a mãe se preocupa com o filho que trepa em árvores e gostaria de impedir isso, por temer que se machuque, o pai se dá conta de que alguma vez vai trepar nelas de qualquer modo, e pode-se machucar ao fazer isso, mas também aprenderá algo deste modo. Nos homens, o cálculo vem antes da empatia. Os homens costumam confiar na esposa para manter o contato com os parentes.
Há ainda outras qualidades no seu marido, que poderá ver em operação todos os dias, mas estas poucas bastam para mostrar que ele é diferente em certo sentido da esposa. Ao passo que os homens recebem ordenados nos seus empregos seculares, seria difícil calcular o seu valor como chefes de família, a saber, como alguém que assume a responsabilidade por fazer a decisão final, que aguenta o peso das dificuldades, que acha uma solução para os problemas e as dificuldades que confrontam a família, que orienta a família de modo calmo, resultando em felicidade para cada membro dela. Todavia, outros membros da família têm muito que ver com a alegria do chefe da família, ao passo que ele ajusta a sua vida em obediência a SENHOR. Quanto contribui para o contentamento do sustentador da família voltar cada dia a um lar que reflete brandura, sossego e amor, a uma esposa que não faz caso das suas muitas faltas e que não mantém uma lista dos seus defeitos, que não o faz lembrar constantemente que ele não melhorou, mas continua a fazer as mesmas coisas vez após vez. Dá muita felicidade ao homem quando a sua esposa assume a responsabilidade como dona de casa, quando ela mantém o lar limpo e ordeiro, quando prepara refeições sadias e quando produz coisas com as suas próprias mãos, assim como diz o texto: “Ela está vigiando os andamentos dos da sua casa.” (Pro. 31:27) A esposa pode fazer coisas pequenas que significam muito, tão pequenas como costurar um botão na camisa.
Uma atitude muito edificante a demonstrar para com o marido é a positiva. Compreender primeiro as boas coisas da ideia dele. Tenha cuidado de não lhe impor um fardo financeiro desnecessário, fazendo-o trabalhar mais horas num emprego exasperante. O contentamento com coisas menos dispendiosas, a ausência da inveja e o apreço por um marido contente eliminarão o desejo de empurrá-lo para o alto da escada financeiro do sucesso. Diz-se: ‘Há sempre lugar no alto’, mas há felicidade ali? O homem, mesmo o homem cristão, está rodeado de competição, havendo outros homens que competem por posições de prestígio mais elevados, maior ordenado, menos trabalho e ‘folga’. É preciso manter-se constantemente em guarda, na maioria destes lugares, a fim de proteger a fé.
Manter-se constantemente alerta, o dia inteiro, no emprego, pode ser muito cansativo, e por isso a esposa amorosa pode aumentar a alegria no lar com um ambiente e uma atitude que permitam ao seu marido descansar desta tensão. Não importa quantos problemas ele enfrente, quão grande seja o inimigo, as Escrituras exortam ao uso do amor: “Ficai despertos, mantende-vos firmes na fé, procedei como homens, tornai-vos poderosos. Que todos os vossos assuntos se realizem com amor.” (1 Cor. 16:13, 14) Na atividade da Igreja, os irmãos conservam a sua felicidade quando usam de amor em todos os seus tratos com outros. Quando se aproximam congressos, com pouco tempo para preparação e com a falta de madureza instando em se tomarem atalhos, não é tempo de relegar o amor ao segundo plano. Quando uma coisa atrás da outra nos ocupa até haver pouco tempo restando para manter a fé, é tempo para examinarmos a nossa vida. A obediência à Palavra de Deus vem primeiro, e a fim de encontrar felicidade nela, o homem precisa continuar a alimentar-se da Palavra do SENHOR. Esta alimentação não pode ser relegada temporariamente com a desculpa de que temos algum assunto urgente a tratar ou de que mais tarde voltaremos aos nossos estudos. Jesus disse enfaticamente: “O homem tem de viver, não somente de pão, mas de cada pronunciação procedente da boca do SENHOR.” — Mat. 4:4.

FILHOS OBEDIENTES

Há muitas bênçãos em se criar filhos, e com esta vida vem a questão vital da obediência. Desde o primeiro fôlego, os filhos necessitam de orientação amorosa. As crianças são diferentes dos adultos. Dependem dos pais em muitas coisas. Podem ser facilmente amoldadas nos seus primeiros anos. São mais naturais do que os adultos — curiosas, ávidas de ver o que está acontecendo e descobrir o que faz as coisas funcionar. Têm diante de si todo um mundo como algo para investigar e demonstram usualmente muito interesse na parte que está perto delas. As crianças gostam da companhia de outros e agrupam-se facilmente. Se não forem persuadidas de outro modo pelos adultos, ajustam-se facilmente às diferenças de raça, de posição social ou de qualquer outra formação social que afetem as famílias. Os filhos da mesma família são diferentes em temperamento, e raras vezes se encontra dois muito parecidos. É por isso que se vê os pais tratá-los de modo diferente e de discipliná-los de maneira diferente. Os filhos desejam pais firmes e amorosos. Gostam duma vida simples, livre de complexidades. Perguntam prontamente: Por quê? Respondem prontamente à justiça. Medram com o amor. E poderá encontrar nos seus filhos muitas outras qualidades interessantes que os distinguem dos adultos.
Seria difícil encontrar um assunto sobre o qual há mais ideias, desde sugestões até regras rígidas e duras, do que o que abrange a educação de filhos. Todo o mundo tem alguma coisa a dizer. O ciclo bem conhecido provavelmente pode ser ilustrado do seguinte modo: Há muitos anos, um jovem cresceu numa família que teve de trabalhar desde a madrugada até à noitinha numa fazenda, e usualmente sete dias por semana. Não havia tempo para brincar ou investigar coisas interessantes na terra em volta dele. Havia trabalho e responsabilidades dia após dia. Os essenciais da instrução escolar foram muitas vezes adiados para cumprir com as obrigações na fazenda. Ele jurou que, quando crescesse e tivesse família, seus filhos teriam plena oportunidade para usufruir a vida como jovens, livres do trabalho estafante e das responsabilidades pesadas. Passou-se o tempo e a família dele tornou-se realidade. Como pai, trabalhou mais arduamente, mais horas, para poupar seus filhos. Eles iam à escola, voltando cada dia para casa, para o almoço preparado pela mãe, estando depois livres para tarefas apressadas, televisão, jogos de bola ou outras brincadeiras. Não havia trabalho, nem responsabilidades. Daí, começou a manifestar-se o desassossego e a monotonia. Mãos e cérebros ociosos encaminharam os pés a dificuldades. Os sentidos perderam a sua agudeza com a ênfase demais na brincadeira. O jovem desta família também fez um voto! Se ele crescesse e tivesse família, seus filhos trabalhariam, seriam treinados para realizar coisas e assumir responsabilidades. E assim se completou o ciclo muitas vezes. Os filhos são criados segundo as experiências amargas dos pais no passado.
Outra falha que se inicia com uma pequena fissão mas que se desenvolve numa lacuna larga, ocorre quando os pais delegam o treinamento de seus filhos a outras pessoas. Às vezes se confia completamente nos professores, nas escolas, nas babás, nos acampamentos de verão, nas organizações de educação infantil e nos parentes, para cuidarem do trabalho muito necessário de se amoldar o modo de pensar e a personalidade dos futuros adultos. Visto que o filho está longe da influência parental por tanto tempo durante o dia nas escolas públicas, alguns procuraram sanar isto com tutores particulares. Algumas organizações religiosas procuram eliminar a associação com os de outras crenças por manterem as suas próprias escolas. Mas todas estas ideias não resultaram em produzir felicidade para os pais ao verem seus filhos crescer; antes, problemas e muitas tragédias têm maculado o círculo familiar.
Nem todos os filhos se desenvolvem do mesmo modo ou para o bem. A família celestial do SENHOR teve dois filhos notáveis trazidos à nossa atenção na Bíblia — um deles se tornou mau. Ele mesmo se fez Satanás, o Diabo. (Jó 1:6; 2 Cor. 11:3, 14; João 8:44; 1 João 3:8; Rev. 12:9) O outro, Jesus, permaneceu um filho amoroso e fiel, e seu proceder resultou em indizíveis bênçãos para a humanidade. Seu proceder em associação com seu Pai celestial é descrito em Colossenses 1:15: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”; Filipenses 2:5-8: “Mantende em vós esta atitude mental que houve também em Cristo Jesus, o qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus. Não, mas ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo, vindo a ser na semelhança dos homens. Mais do que isso, quando se achou na feição de homem, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, sim, morte numa estaca de tortura”; João 5:19: “Jesus prosseguiu a dizer-lhes: ‘Digo-vos em toda a verdade: O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que ele observa o Pai fazer. Porque as coisas que este faz, estas o Filho faz também da mesma maneira’”; Efésios 1:7: “Mediante ele temos o livramento por meio de resgate, por intermédio do sangue desse, sim, o perdão de nossas falhas, segundo as riquezas de sua benignidade imerecida”; João 3:16: “Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna”; 1 João 4:9, 10: “Por meio disso é que se manifestou o amor de Deus em nosso caso, porque Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que ganhássemos a vida por intermédio dele. O amor é neste sentido, não que nós tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício propiciatório pelos nossos pecados”; e Revelação 7:9, 10, 14-17: “Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos. E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.’ . . . ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda. Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.’” Ambos os filhos tiveram a oportunidade de servir a SENHOR fielmente, dando honra a seu Pai e à sua casa durante incontáveis eras de tempo. Observe o resultado do treinamento e da obediência no caso de Jesus. Ele foi usado por SENHOR na criação, segundo Colossenses 1:16, 17 e João 1:1-3, 10: “Porque mediante ele foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos, quer senhorios, quer governos, quer autoridades. Todas as outras coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. Também, ele é antes de todas as outras coisas e todas as outras coisas vieram a existir por meio dele.” “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era deus. Este estava no princípio com o Deus. Todas as coisas vieram à existência por intermédio dele, e à parte dele nem mesmo uma só coisa veio à existência. . . . Ele estava no mundo, e o mundo veio à existência por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.” Ele se apegava a falar a verdade, mesmo quando não era popular. (Mat. 23:13, 16, 23; 15:1-9) Embora pudesse fazer milagres e os fizesse, nunca se tornou capitoso ou altivo. (Luc. 5:17-25; João 5:19; Mat. 11:28, 29; 21:5) Dirigia-se ao povo e falava com ele. (Mat. 19:14; 9:35-38) Era de verdadeiro benefício para o povo de então e é uma bênção para nós agora.
Temos nisso, então, um exemplo muito forte de um Pai amoroso e de um filho obediente, e das bênçãos que isso traz a outros. Este exemplo pode animar os pais agora, e pode ajudá-los a reconhecer quanto bem aguarda os que seguem o único modo seguro de se criar os filhos, a saber, tornar a Palavra do SENHOR a base do funcionamento da família. Provérbios 1:33 salienta isso: “Quanto àquele que me escuta, residirá em segurança e estará despreocupado do pavor da calamidade.” Quanto vale ter um filho que vem a ser bom? Quanto tempo está disposto a investir, como pai? Quanto tempo pode conceder a dar treinamento e disciplina? Pode incutir nos seus filhos um objetivo útil? Encontrou um meio de fazer o proceder da obediência um de felicidade? Acham os seus filhos que servir a SENHOR é o proceder desejável, o proceder que querem seguir por tempo indefinido?

O VALOR REPRESENTADO NA CRIAÇÃO DOS FILHOS

O tempo gasto no treinamento da família, em prover alimento material e espiritual, é como depositar dinheiro no banco. É um investimento que deve pagar dividendos até mesmo já cedo. Mas ensinar os filhos não pode ser tão mecânico como depositar dinheiro no banco. Cada criança é diferente e reage a diversas espécies de disciplina. Houve anos, no passado, em que a humanidade acreditava que os pais haviam sido estritos demais, tanto no lar como na escola. Por isso se afrouxaram as restrições. Concedeu-se aos jovens mais liberdades, a agirem mais por conta própria, para se desenvolverem, conforme diziam os educadores. Precisamos falar sobre os resultados, ou imprimir fatos e provas quanto ao que aconteceu? Em toda a parte, o resultado prova veraz o texto de Provérbios 29:15: “A vara e a repreensão é que dão sabedoria; mas, o rapaz deixado solto causará vergonha à sua mãe.” Quão difícil seria levar o filho desobediente aos homens mais maduros da cidade para ser executado por apedrejamento, assim como se fazia nos dias de Israel, segundo Deuteronômio 21:18-21, onde lemos:
“Caso um homem tenha um filho obstinado e rebelde, que não escuta a voz de seu pai nem a voz de sua mãe, e eles o tenham corrigido, porém, ele não os queira escutar, então seu pai e sua mãe têm de pegar nele e trazê-lo para fora aos homens mais maduros da cidade dele e ao portão do seu lugar, e têm de dizer aos homens mais maduros da sua cidade: ‘Este filho nosso é obstinado e rebelde; não escuta a nossa voz, sendo glutão e beberrão.’ Então todos os homens da sua cidade têm de atirar nele pedras e ele tem de morrer. Assim tens de eliminar o mal do teu meio, e todo o Israel ouvirá e deveras ficará com medo.”
Seria difícil para os pais agirem assim nesta questão. Contudo, poderia ser evitado pela disciplina amorosa. Seria difícil imaginar a mãe ameaçar seu filho: ‘Se não obedecer, nós o entregaremos aos homens mais maduros da cidade.’ Podemos compreender prontamente em que estava pensando o escritor sábio de Provérbios 19:18, quando aconselhou os pais sobre como evitar este proceder drástico. Este mesmo conselho é dado a nós em tempo, ao treinarmos também os nossos filhos: “Castiga teu filho enquanto há esperança.” A melhor sabedoria proveio de Jesus no trato com os outros, e isto certamente inclui o círculo familiar. Quanto à sua própria maneira de tratar com os outros, ele disse: “Sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas. Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve.” (Mat. 11:29, 30) Jesus procurava a obediência de toda a humanidade, portanto, se ela atrai milhares de pessoas a Jesus em obediência amorosa, esta mesma maneira pode atrair a família ainda mais ao chefe amoroso dela.
Examine e pondere agora todos os fatos, você, jovem, que já tem idade para raciocinar, você que ainda é dependente da orientação do pai. Quão valioso é? Seus pais talvez até mesmo tentem calcular o seu valor. Não guardaram registro das horas de cuidado paciente ou da quantidade de coisas materiais necessárias para criá-lo até agora. Foi um investimento enorme. Agora, ao pensar no assunto, traz você alguma espécie de benefício aos seus pais e aos outros membros de sua família? Pagam-se dividendos em resultado dum investimento sábio. É você um investimento sábio?
Foi encontrado um pequeno recorte de jornal numa Bíblia de mais de cem anos de idade. Não se mencionava nem autor nem a fonte da informação, mas havia apenas estas poucas linhas que, com os anos, assumiram ainda maior significado e que salientam o seguinte ponto: “À idade de dez anos, o menino pensa que seu pai sabe muita coisa, aos quinze anos, ele sabe tanto quanto seu pai, aos vinte anos, ele sabe duas vezes mais, aos trinta anos, ele está disposto a aceitar o conselho dele, aos quarenta anos, começa a pensar que seu pai sabe mesmo alguma coisa, aos cinquenta anos, começa a procurar o conselho dele, e aos sessenta anos — depois de seu pai ter falecido — acha que seu pai era o homem mais esperto que já viveu.” Levou tantos anos para chegar a ter apreço por aquele que teve tanto que ver com a sua chegada a este mundo e ter vida. Seus pais poderiam tê-lo desconsiderado quando nasceu e entregue a outros para o alimentar, abrigar e instruir. Algumas crianças têm instituições como seus tutores, mas até mesmo nas melhores destas instituições falta o amor do pai e da mãe.
Pode haver ocasiões em que você, jovem, se sente dessatisfeito com a sua vida doméstica e pode ver muitas falhas na maneira em que se manejam as coisas. Tem ideias melhores? Está apenas pensando e não trabalhando para ajudar a melhorar a situação? Há probabilidade de que, se estivesse dirigindo a família, esta teria as mesmas falhas, visto que é produto de seu pai e de sua mãe. Talvez pense que métodos melhores de educação o equiparam para agir melhor, mas espere um pouco! Os homens de intelecto deste mundo não conseguem solucionar os problemas que enfrentam. A educação mais elevada e os computadores complexos não foram instrumentos para encaminhar a família humana à paz e ao contentamento. Quando duvida do valor de seus pais, pergunte a um amigo quanto ele cobraria para assumir a responsabilidade de alimentar, vestir, abrigar, criar, educar, disciplinar, divertir e ajudar o bebê desde o seu primeiro alento até atingir a idade de adulto. O custo de tal operação seria enorme, e, lembre-se, não se inclui nisto a outra qualidade que não se pode comprar — o amor.
Você, jovem, pode facilmente compreender por que a Bíblia diz aquilo em Provérbios 23:22: “Escuta teu pai que causou o teu nascimento e não desprezes a tua mãe só porque ela envelheceu.”
Alguns dizem que a vida é um passatempo, e para evitar que fique monótona, querem transformar tudo em divertimento. Mas a vida é assunto sério. No melhor dos casos, tem apenas alguns anos para usufruí-la. Um homem maduro disse certa vez aos outros: “Todas as [coisas] que são de séria preocupação, . . . continuai a considerar tais coisas.” (Fil. 4:8) “As mulheres, igualmente, devem ser sérias.” (1 Tim. 3:11) “Os homens idosos sejam . . . sérios.” (Tito 2:2) Não é de se estranhar, pois, que SENHOR espere que os pais maduros treinem você, filho, “com toda a seriedade”. (1 Tim. 3:4) A vida não é toda brincadeira. Tem muitas qualidades excelentes ocultas na sua mente e no seu corpo físico, e não é sábio deixá-las sem desenvolvimento e perder muitos anos agradáveis de felicidade, em resultado disso. A disciplina, o treinamento, o trabalho e o amor trazem à tona estas qualidades, para o seu bem e seu usufruto.
Quanto prazer dá realizar algo! Depois de receber instrução e ter supervisão, talvez tenha o prazer de fabricar uma peça de mobília para o uso da família. Em resultado do treinamento da mãe, talvez tenha a oportunidade de fazer cortinas ou cortinados para o lar. Talvez possa cultivar a sua habilidade como cozinheiro ou cozinheira, como comprador econômico, pintor, músico, mecânico, construtor, jardineiro, paisagista, alfaiate ou modista, e para conseguir muitas outras realizações tanto úteis como agradáveis. Não só poderá usufruir estas atividades, mas elas poderão mostrar-se úteis para a família. Realmente, na sua aplicação está pagando de volta aos seus pais dividendos pelo investimento que fizeram em sua pessoa.
Naturalmente, pode avaliar quanta felicidade isto dá aos seus pais. Quanta satisfação deu a três filhas, da idade de oito, nove e dez anos, que prepararam e cozinharam toda uma refeição para a família e para um grupo grande de visitantes. Os pais se agradaram muito do trabalho das suas mãos. Um adolescente fez um trabalho tão bom na pintura da casa da família, que foi classificado acima da média como trabalho de qualidade. Dois rapazes cultivaram legumes bastantes no quintal, que supriram a família durante todo o verão. Observam o crescimento desde a pequeníssima semente até o produto comestível. Poderá conservar um emprego em que outros fracassam e se esforçar pela qualidade, se o fizer direito e se produzir bom trabalho. Este se destaca hoje em dia acima do trabalho geral ‘apenas necessário’, que se faz em toda a parte, e realmente reflete sobre a sua pessoa, sua família e seu interesse na vida. Lembre-se de que, em todos os sentidos, os princípios divulgados em Provérbios 13:20 se aplicam à nossa vida, a saber: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.”

COMO SE DEVE ENCARAR A OBEDIÊNCIA?

Há outro assunto em que se deve pensar. Como encara esta questão da obediência? Verifica que se ressente da disciplina dos seus pais? É verdade que “nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas sim de pesar; no entanto, depois dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela”. (Heb. 12:11) Mas precisamos que alguém tome a dianteira, dê instruções e dê o exemplo. Se tivesse ficado entregue a si mesmo, ainda estaria tomando leite na mamadeira. Sente-se perturbado quando observa que seus pais disciplinam seu irmão ou sua irmã de modo diferente? Mas é o primeiro a dizer que não é igual aos outros, e nisto tem razão. Então, porque objeta a ser tratado diferente? Seus pais procuram instruir cada um segundo a sua capacidade. É nisto que pode fazer da obediência o proceder desejado para si mesmo, e assim torná-la agradável para os outros membros de sua família.
Por exemplo, tome as tarefas que lhe são designadas na casa. Se as fizer prontamente, sem que tenha de ser mandado cada vez, será muito mais agradável. Se cuidar delas com a ideia de melhorar a execução, desenvolverá a qualidade conhecida como iniciativa. Cuida diariamente deste assunto, ao ponto de isto ser reconhecido por todos na família, e isto é o que significa ser digno de confiança. É um forte indício de que está amadurecendo. Se quebrar alguma coisa, ou se fizer alguma coisa de errado, reconheça o dano e seja o primeiro a se dirigir aos pais e a contar-lhes isso. Isto se conhece como honestidade e fidelidade. Cultiva muitas outras qualidades, e estas começam cedo na sua vida como parte do círculo de sua família. Encontrará algumas delas alistadas na Bíblia, em Gálatas, capítulo cinco, versículos vinte e dois e vinte e três, onde lemos: “Por outro lado, os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.”
Estar atento ao conselho quanto à alguma melhora também torna a vida muito mais fácil. Em vez de seus pais terem de lhe incutir na mente a disciplina por constante repetição e às vezes com punição severa, por que não concebe as coisas sozinho e procura fazer melhoras, sem se usarem medidas drásticas? Os jovens são extraordinariamente curiosos quanto às coisas que os rodeiam. Então, por que não pergunta: ‘O que acontecerá na nossa família se eu não fizer isto em que meus pais insistem que eu faça? Como afeta os outros a minha ação?’ Examinemos a situação por meio duma ilustração. Em qualquer campo, há duas classes de pessoas, participantes e observadores. Há mais satisfação, mais conhecimento do assunto e mais ação na participação do que na observação. Na família, é observador ou participante? É fácil encontrar pessoas que passam pela vida como observadores, e às vezes nos perguntamos se realmente têm satisfação em viver. No entanto, quando examina a Bíblia, vê que ela relaciona a vida com ação. Leia uma descrição disso, encontrada em Atos 17:24, 25, 28: “O Deus que fez o mundo e todas as coisas nele . . . dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas. Pois por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos.”
Para muitos jovens, o estudo parece trabalho árduo. E é mesmo. Mas traz consigo recompensas, realizações, conhecimento e felicidade. O estudo é o campo da investigação. O exame prova as coisas para a sua própria satisfação. Sobre isso, observe Provérbios 18:15: “O coração do entendido adquire conhecimento e o ouvido dos sábios procura achar conhecimento.”
É verdade que o homem tem progredido no mundo do conhecimento mecânico e científico, e muitas invenções tais como o telefone, a televisão, o rádio, os computadores, os telescópios e outras coisas nos ajudam a obter informação. Mas os homens ainda estudam a criação de Deus e as coisas existentes nela. Antes do progresso moderno nas máquinas, os homens estudaram estas coisas, e tratava-se de homens de erudição. Pode aprender do mesmo modo e realmente obter profundo apreço das coisas que SENHOR criou, investigando-as e não apenas as observando. Selecione um animal, um inseto, uma ave ou um peixe, e examine sua atividade, suas características, sua vida e sua relação com os outros, e ficará espantado com o que descobrir. A humanidade, em geral, observa a enorme variedade de sabedoria em exibição na terra, mas a humanidade raras vezes se dá ao trabalho de ser participante e de investigar. Paulo diz, em Romanos 1:20: “As suas qualidades invisíveis [as de Deus] são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que eles são inescusáveis.” Não terá falta de matéria para investigar ainda por muito tempo no futuro, pois Eclesiastes 3:11 nos faz lembrar: “Tudo ele fez bonito no seu tempo. Pôs até mesmo tempo indefinido no seu coração, para que a humanidade nunca descobrisse o trabalho que o verdadeiro Deus tem feito do começo ao fim.”
Verificará que o mesmo se dá com o seu estudo da Bíblia. A maioria das pessoas são apenas observadores moderados e a reconhecem como bom livro, como livro mais vendido, como bom exemplo, como literatura e livro que fala sobre Deus. Os participantes a investigam e verificam que é rica em sabedoria, conforme nos diz Provérbios 2:4-6: “Se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor a SENHOR e acharás o próprio conhecimento de Deus. Pois o próprio SENHOR dá sabedoria; da sua boca procedem conhecimento e discernimento.” Ora, como jovem cheio de curiosidade, aquele desejo de entender, não constitui isso um desafio para a sua pessoa? Deveras, se achar que a vida é monótona, é porque você mesmo o é, pois está andando literalmente em campos intermináveis de variedade, todos os dias.
Portanto, a obediência deve ser o proceder desejável. Deve estar sempre intimamente relacionada com a felicidade. Pais, sejam sábios e sigam o exemplo de Cristo Jesus, que disse: “Sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas. Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve.” (Mat. 11:29, 30) Não adiem a disciplina. Apliquem-na com amor. Nosso mundo moderno está cheio de maravilhas e aparelhos mecânicos que podem manter-nos ocupados trabalhando para pagá-los. Por que acabar tendo uma casa cheia de aparelhos modernos e de pais tão cansados e frustrados, que não têm tempo para revestir o lar de amor? Quando observa a rebentação do mar sobre os rochedos e as vagas se elevando para se lançarem apressadamente sobre a praia, retrocedendo para voltar outra vez, tem a impressão que o mar está com tanta pressa, que não se sente muito atraído. Mas em outra parte, este mesmo mar é muito calmo, banhando quietamente a praia de modo suave. Seu atrativo é convidativo. Sente vontade de ficar. Sua atitude imperturbável o fará voltar ao seu próprio ambiente de contentamento, vez após vez. Assim será o seu lar, onde a obediência é o proceder desejável, por causa do amor.

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