Panorama do Livro de Esdras

Panorama do Livro de Esdras

Panorama do Livro de Esdras

Um restante retorna (1:1-3:6) 

Sendo o espírito de Ciro, rei da Pérsia, incitado por Yahweh, ele emite o decreto para que os judeus retornem e construam a casa de Yahweh em Jerusalém. Insta com os judeus que ficarem em Babilônia para que contribuam liberalmente para o projeto, e toma providências para que os judeus que retornam levem de volta os utensílios do templo original. Um líder da tribo real de Judá, e descendente do Rei Davi, Zorobabel (Sesbazar), é nomeado governador para conduzir os libertados, e Jesua (Josué) é o sumo sacerdote. (Esd 1:8; 5:2; Zac. 3:1) Um restante, que pode ter totalizado 200.000 servos fiéis de Yahweh, incluindo homens, mulheres e crianças, fazem a longa viagem. No sétimo mês, segundo o calendário judaico, estão estabelecidos em suas cidades, e se reúnem em Jerusalém para oferecer sacrifícios no local do altar do templo, e para celebrar a Festividade das Barracas, no outono de 537 AEC. Assim findam com precisão os 70 anos de desolação!

A reconstrução do templo (3:7-6:22) 

Reúnem-se os materiais, e, no segundo ano de seu retorno, lança-se o alicerce do templo de Yahweh entre brados de alegria e o choro dos homens idosos que tinham visto a casa anterior. Os povos vizinhos, adversários, oferecem-se para ajudar na construção, dizendo que estão buscando o mesmo Deus, mas o restante judeu recusa terminantemente qualquer aliança com eles. Os adversários procuram continuamente enfraquecer e desanimar os judeus e frustrar a sua obra, desde o reinado de Ciro até o de Dario. Finalmente, nos dias de “Artaxerxes” (Bardiia ou possivelmente um mago conhecido como Gaumata, 522 AEC), conseguem forçar a paralisação da obra por ordem real. Esta proscrição continua “até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia” (520 AEC), mais de 15 anos depois de se ter lançado o alicerce. — 4:4-7, 24.

Yahweh envia então seus profetas Ageu e Zacarias para incitar Zorobabel e Jesua, e a construção é empreendida com renovado zelo. Os adversários se queixam outra vez ao rei, mas a obra continua com o mesmo vigor. Dario I (Histaspes), depois de mencionar o decreto original de Ciro, ordena a continuação da obra sem interferência, e até manda que os opositores forneçam materiais para facilitar a construção. Com encorajamento contínuo da parte dos profetas de Yahweh, os construtores completam o templo em menos de cinco anos. Isto se dá no mês de adar do sexto ano de Dario, ou perto da primavera de 515 AEC, e a inteira construção levou praticamente 20 anos. (6:14, 15) A casa de Deus é então inaugurada com grande alegria e com sacrifícios apropriados. Daí, o povo celebra a Páscoa e passa a realizar “com alegria a festividade dos pães não fermentados por sete dias”. (6:22) Sim, alegria e regozijo marcam a dedicação deste segundo templo para o louvor de Yahweh.

Esdras retorna a Jerusalém (7:1-8:36) 

Passam-se quase 50 anos, o que nos leva a 468 AEC, o sétimo ano de Artaxerxes, rei da Pérsia, (conhecido por Longímano por ter a mão direita mais comprida do que a esquerda). O rei concede ao destro copista Esdras “tudo o que solicitou” com respeito a uma viagem para Jerusalém, a fim de prestar ali mui necessitada ajuda. (7:6) Ao autorizá-lo, o rei incentiva os judeus a acompanhá-lo, concedendo a Esdras vasos de prata e de ouro para uso no templo, bem como provisões de trigo, vinho, óleo e sal. Isenta os sacerdotes e os trabalhadores do templo de pagar impostos. O rei incumbe Esdras de ensinar o povo, e declara ser ofensa capital qualquer pessoa deixar de cumprir a lei de Yahweh e a lei do rei. Agradecendo a Yahweh esta expressão de sua benevolência por intermédio do rei, Esdras age imediatamente em cumprimento de sua incumbência.

Neste ponto, Esdras inicia sua narrativa como testemunha ocular, escrevendo na primeira pessoa. Reúne junto ao rio Aava os judeus que estão retornando, a fim de dar-lhes instruções finais, e acrescenta alguns levitas ao grupo de cerca de 1.500 varões adultos já reunidos. Esdras reconhece os perigos da rota a ser tomada, mas não pede ao rei uma escolta, receando que isso seja interpretado como falta de fé em Yahweh. Em vez disso, proclama um jejum e lidera o acampamento em fazer solicitação a Deus. Esta oração é respondida e a mão de Yahweh prova estar sobre eles durante toda a longa viagem. Assim, conseguem levar seus tesouros (que equivaleriam hoje a mais de 43 milhões de dólares) em segurança para a casa de Yahweh em Jerusalém. — 8:26, 27, e notas.

Purificação do sacerdócio (9:1-10:44) 

Mas nem tudo correu bem durante os 69 anos em que residiam no país restaurado. Esdras fica sabendo de condições perturbadoras, pois o povo, os sacerdotes e os levitas formaram alianças matrimoniais com os cananeus pagãos. O fiel Esdras fica chocado. Apresenta o assunto a Yahweh em oração. O povo confessa seu erro e pede que Esdras ‘seja forte e aja’. (10:4) Ele providencia que os judeus despeçam as esposas estrangeiras que tomaram em desobediência à lei de Deus, e a impureza é eliminada em questão de uns três meses