Panorama do Livro de Miqueias
Panorama do Livro de Miqueias
Parte 1 (1:1-2:13)
Yahweh sai de seu templo para punir Samaria por sua idolatria. Fará dela “um montão de ruínas” e “precipitar[á] suas pedras dentro do vale”, ao mesmo tempo esmiuçando totalmente as suas imagens entalhadas. Não haverá cura para ela. Judá também é culpada e sofrerá invasão até o “portão de Jerusalém”. Os que maquinam coisas nocivas estão condenados e se lamentarão: “Positivamente, nós fomos assolados!” — 1:6, 12; 2:4.
A misericórdia de Yahweh é abruptamente focalizada, ao passo que, em nome de Yahweh, o profeta declara: “Positivamente ajuntarei Jacó . . . Pô-los-ei em união, como o rebanho no redil, como a grei no meio do seu prado; serão barulhentos com homens.” — 2:12.
Parte 2 (3:1-5:15)
Miqueias continua: “Ouvi, por favor, vós cabeças de Jacó e vós comandantes da casa de Israel.” Faz-se uma fulminante denúncia contra estes “odiadores do que é bom e amantes da maldade” que oprimem o povo. Eles ‘despedaçaram até os seus ossos’. (3:1-3) Incluídos entre eles estão os falsos profetas que não fornecem orientação correta, fazendo com que o povo de Deus ande sem destino. É preciso mais do que mera coragem humana para proclamar esta mensagem! Mas Miqueias declara confiantemente: “Eu mesmo fiquei cheio de poder com o espírito de Yahweh, e de justiça e de potência, a fim de contar a Jacó a sua revolta e a Israel o seu pecado.” (3:8) Sua denúncia contra os governantes culpados de sangue atinge um clímax fulminante: “Seus próprios cabeças julgam apenas por suborno e seus próprios sacerdotes instruem somente por um preço, e seus próprios profetas praticam a adivinhação meramente por dinheiro.” (3:11) Portanto, Sião será arada como um campo e Jerusalém se tornará nada mais do que um montão de ruínas.
Em outro súbito contraste, a profecia se volta para a “parte final dos dias” para dar uma grandiosa e comovente descrição da restauração da adoração de Yahweh no seu monte. (4:1) Muitas nações subirão para aprender os caminhos de Yahweh, pois a sua lei e palavra procederão de Sião e de Jerusalém. Não mais aprenderão a guerra, mas cada qual se sentará debaixo da sua videira e de sua figueira. Não sentirão medo. Que os povos sigam cada um a seu próprio deus, mas os verdadeiros adoradores andarão no nome de Yahweh, seu Deus, e ele reinará sobre eles para sempre. Primeiro, porém, Sião tem de ir ao exílio em Babilônia. Só quando ela for restaurada é que Yahweh pulverizará os inimigos dela.
Miqueias passa então a predizer que o governante em Israel “cuja origem é desde os tempos primitivos” sairá de Belém Efrata. Ele governará como ‘pastor na força de Yahweh’ e será grande, não só em Israel, mas “até os confins da terra”. (5:2, 4) O êxito do invasor assírio será efêmero, pois será rechaçado e a sua própria terra ficará desolada. “Os remanescentes de Jacó” serão como “orvalho da parte de Yahweh” entre o povo e como leão entre as nações, pela sua coragem. (5:7) Yahweh desarraigará a adoração falsa e executará vingança sobre as nações desobedientes.
Parte 3 (6:1-7:20)
Apresenta-se a seguir uma impressionante cena de tribunal, em forma de diálogo. Yahweh tem “uma causa” com Israel, e ele convoca os próprios morros e montanhas para servirem de testemunhas. (6:1) Desafia Israel a depor contra ele, e relembra seus atos justos em favor deles. O que exige Yahweh do homem terreno? Não uma grande quantidade de sacrifícios de animais, mas sim ‘que exerça a justiça e ame a benignidade e ande modestamente com o seu Deus’. (6:8) É exatamente isso o que falta em Israel. Em vez de justiça e bondade há “balança iníqua”, violência, falsidade e insídia. (6:11) Em vez de andarem de modo modesto com Deus, andam nos conselhos iníquos e na adoração de ídolos praticada por Onri e Acabe, que reinaram em Samaria.
O profeta deplora a decadência moral de seu povo. Ora, até mesmo “o mais reto deles é pior do que uma sebe de espinhos”. (7:4) Há traição entre amigos íntimos e entre membros de família. Miqueias não fica desalentado. “Ficarei à espreita de Yahweh. Mostrarei uma atitude de espera pelo Deus da minha salvação. Meu Deus me ouvirá.” (7:7) Ele alerta os outros a que não se alegrem com a punição de Yahweh contra Seu povo, pois a libertação virá. Yahweh pastoreará e alimentará seu povo e lhe mostrará “coisas maravilhosas”, deixando as nações atemorizadas. (7:15) Ao encerrar seu livro, Miqueias reflete o sentido de seu nome por louvar a Yahweh por Sua deleitosa benevolência. Sim, ‘quem é Deus como Yahweh?’ — 7:18.