Panorama do Livro de Zacarias
Panorama do Livro de Zacarias
Primeira visão: Os quatro cavaleiros (1:1-17)
“Retornai a mim, . . . e eu retornarei a vós”, diz Yahweh, e daí pergunta: ‘Minhas palavras e meus regulamentos que ordenei aos meus servos, os profetas, não alcançaram eles os vossos pais?’ (1:3, 6) O povo admite ter recebido o que merecia. Aparece, então, a primeira visão de Zacarias. À noite, quatro cavaleiros se colocam entre árvores perto de Jerusalém, tendo retornado depois de inspecionarem a terra inteira, que encontraram quieta e sossegada. Mas o anjo de Yahweh, que os entrevista, está perturbado com a situação de Jerusalém. O próprio Yahweh declara sua grande indignação contra as nações que contribuíram para a calamidade de Sião, e diz que ‘certamente retornará a Jerusalém com misericórdias’. Sua própria casa será construída nela, e suas cidades “ainda transbordarão de bondade”. — 1:16, 17.
Segunda visão: Os chifres e os artífices (1:18-21)
Zacarias vê os quatro chifres que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém. Daí, Yahweh lhe mostra quatro artífices, explicando que estes virão para arremessar para baixo os chifres das nações que se opõem a Judá.
Terceira visão: A prosperidade de Jerusalém (2:1-13)
Vê-se um homem medindo Jerusalém. A cidade será abençoada com expansão, e Yahweh será uma muralha de fogo em torno dela e uma glória no meio dela. Ele clama: “Eh, Sião! Escapa-te”, e acrescenta o aviso: “Aquele que toca em vós, toca no globo do meu olho.” (2:7, 8) Residindo Yahweh no meio dela, Sião se alegrará, e muitas nações se juntarão a Yahweh. Ordena-se a toda carne que se cale diante de Yahweh, “porque ele despertou na sua santa habitação”. — 2:13.
Quarta visão: Liberação de Josué (3:1-10)
O sumo sacerdote Josué é visto em julgamento, Satanás opondo-se a ele e o anjo de Yahweh censurando a Satanás. Não é Josué “um tição arrancado do fogo”? (3:2) Josué é declarado limpo, e suas vestes imundas são trocadas por “trajes de gala” limpos. É exortado a andar nos caminhos de Yahweh, que está ‘trazendo seu servo Renovo’ e que põe diante de Josué uma pedra sobre a qual há sete olhos. — 3:4, 8.
Quinta visão: O candelabro e as oliveiras (4:1-14)
O anjo desperta Zacarias para ver um candelabro de ouro com sete lâmpadas, havendo uma oliveira de cada lado. Ele ouve a seguinte palavra de Yahweh a Zorobabel: ‘Não por força militar, nem por poder, mas pelo espírito de Deus.’ Um “grande monte” será nivelado diante de Zorobabel, e a pedra de remate do templo será produzida em meio à aclamação: “Quão encantadora! Quão encantadora!” Zorobabel lançou o alicerce do templo, e Zorobabel terminará a obra. As sete lâmpadas são os olhos de Yahweh que “percorrem toda a terra”. (4:6, 7, 10) As duas oliveiras são os dois ungidos de Yahweh.
Sexta visão: O rolo voador (5:1-4)
Zacarias vê um rolo voador, de uns 9 metros de comprimento e 4,5 metros de largura. O anjo explica que esta é a maldição que sai afora por causa de todos os que furtam e juram falsamente em nome de Yahweh.
Sétima visão: O efa (5:5-11)
Levanta-se a tampa da medida de um efa (cerca de 22l), revelando uma mulher chamada “Iniqüidade”. Ela é lançada de novo para dentro do efa, que então é erguido em direção ao céu por duas mulheres com asas, para ser levado a Sinear (Babilônia) e ‘ali ser depositado sobre o seu devido lugar’. — 5:8, 11.
Oitava visão: Os quatro carros (6:1-8)
Eis que aparecem do meio de dois montes de cobre, quatro carros, com cavalos de cores diferentes. São os quatro espíritos dos céus. Ao comando do anjo, eles saem andando pela terra.
O Renovo; jejum insincero (6:9–7:14)
Yahweh instrui agora Zacarias a pôr uma grandiosa coroa sobre a cabeça do sumo sacerdote Josué. Fala profeticamente do “Renovo”, que construirá o templo de Yahweh e governará como sacerdote no seu trono. — 6:12.
Dois anos depois de Zacarias começar a profetizar, chega de Betel uma delegação para perguntar aos sacerdotes do templo se certos períodos de pranto e jejum devem continuar a ser observados. Mediante Zacarias, Yahweh pergunta ao povo e aos sacerdotes se eles são realmente sinceros no seu jejum. O que Yahweh deseja é ‘obediência, verdadeira justiça, benevolência e misericórdias’. (7:7, 9) Visto que os judeus resistiram às suas palavras proféticas com ombros obstinados e corações de pedra de esmeril, ele os lançara tempestuosamente por todas as nações.
Restauração; “dez homens” (8:1-23)
Yahweh declara que retornará a Sião e residirá em Jerusalém, que será chamada de “cidade da veracidade”. Os idosos se sentarão nas praças públicas, e crianças brincarão ali. Isto não é difícil demais para Yahweh, o Deus verdadeiro e justo! Yahweh promete a semente de paz para o restante do seu povo, dizendo: “Não tenhais medo. Sejam fortes as vossas mãos.” (8:3, 13) Devem fazer as seguintes coisas: falar verazmente uns com os outros e julgar com verdade, guardando o coração das maquinações calamitosas e dos juramentos falsos. Ora, virá o tempo em que o povo de muitas cidades certamente convidará um ao outro a subir sinceramente para buscar a Yahweh, e “dez homens” dentre todas as línguas “agarrarão . . . a aba da veste dum homem judeu” e acompanharão o povo de Deus. — 8:23.
Pronunciamentos contra nações, falsos pastores (9:1–11:17)
Na segunda seção do livro, capítulos 9 a 14, Zacarias passa de visões alegóricas para o estilo profético mais costumeiro. Inicia com um pronunciamento severo contra várias cidades, inclusive a rochosa cidade-ilha de Tiro. Diz-se a Jerusalém que brade em alegre triunfo, pois “eis que vem a ti o teu próprio rei. Ele é justo, sim, salvo; humilde, e montado num jumento”. (9:9) Decepando os carros e o arco de guerra, este falará de paz às nações, e dominará até os confins da terra. Yahweh lutará pelo seu povo contra a Grécia, e os salvará. “Pois, quão grande é a sua bondade e quão grande é a sua formosura!” (9:17) Yahweh, o Dador da chuva, condena os adivinhos e os falsos pastores. Fará a casa de Judá superior e os de Efraim como um homem poderoso. Quanto aos remidos, “seu coração jubilará em Yahweh . . . e andarão em seu nome”. — 10:7, 12.
Zacarias é então designado a pastorear o rebanho, que foi vendido para matança por pastores sem compaixão, que dizem: “Bendito seja Yahweh, enquanto eu ganho riquezas.” (11:5) O profeta toma dois bordões e lhes dá o nome de “Afabilidade” e “União”. (11:7) Quebrando o bordão “Afabilidade”, simboliza um pacto rompido. Daí, pede seu salário, e eles lhe pesam 30 moedas de prata. Yahweh manda que Zacarias lance isso na tesouraria, e, com superlativo sarcasmo, diz: “O valor majestoso com que fui avaliado.” (11:13) Agora o bordão “União” é retalhado, rompendo a fraternidade de Judá e Israel. Uma espada virá sobre os falsos pastores que negligenciaram as ovelhas de Yahweh.
Yahweh guerreia, torna-se rei (12:1–14:21)
Começa outra pronúncia. Yahweh fará de Jerusalém uma taça que causa tontura nos povos e uma pedra pesada que arranha os que a levantam. Ele aniquilará todas as nações que vêm contra Jerusalém. Sobre a casa de Davi, Yahweh derramará o espírito de favor e de rogos, e o povo olhará para aquele a quem traspassaram, lamentando por ele “como no lamento por um filho único”. (12:10) Yahweh dos exércitos declara o decepamento de todos os ídolos e falsos profetas; os próprios pais de tal deverão feri-lo, para que em vergonha ele remova sua roupa de profeta. O pastor associado de Yahweh há de ser golpeado e o rebanho há de ser espalhado, mas Yahweh refinará uma “terceira parte” para invocar o seu nome. Yahweh dirá: “É meu povo”, e este responderá: “Yahweh é meu Deus.” — 13:9.
“Eis que vem um dia pertencente a Yahweh.” Todas as nações atacarão Jerusalém, e metade da cidade irá ao exílio, deixando para trás um restante. Então, Yahweh sairá e guerreará contra tais nações, “como no dia em que guerreia, no dia da peleja”. (14:1, 3) O monte das oliveiras, a leste de Jerusalém, se fenderá do leste para o oeste, formando um vale para refúgio. Naquele dia, águas vivas fluirão de Jerusalém para o leste e para o oeste, no verão e no inverno, e “Yahweh terá de tornar-se rei sobre toda a terra”. (14:9) Ao passo que Jerusalém goza de segurança, Yahweh flagelará os que guerreiam contra ela. Estando eles em pé, apodrecer-lhes-ão a carne, os olhos e a língua. A confusão lhes sobrevirá. A mão de cada um se voltará contra a do seu próximo. Os que ficarem vivos de todas as nações terão de ‘subir de ano em ano para se curvarem diante do Rei, Yahweh dos exércitos’. — 14:16.