Por que há tantas religiões?

UM RECENTE estudo alistou 1.200 religiões só nos Estados Unidos. Outro relatório revelava mais de 6.000 na África. É escusado dizer que há muitas idéias religiosas em todo o mundo. Tal variedade de crenças religiosas tem levado à controvérsia e até mesmo à violência. Mas, embora cada religião tenha seu próprio nome, são as diferenças realmente tão grandes?

Naturalmente, todas as religiões são basicamente o meio pelo qual as pessoas prestam honras a um poder superior, a uma divindade. Contudo, além disso, há algumas outras similaridades surpreendentes entre muitas religiões diferentes. O coronel J. Garnier, que analisou muitas religiões diferentes na sua obra exaustiva The Worship of the Dead (A Adoração dos Mortos), escreveu: “Em toda a parte deparamo-nos com as mais surpreendentes coincidências nos rituais, nas cerimônias, nos costumes, nas tradições, nos nomes e nas relações de seus respectivos deuses e deusas.”

As similaridades têm levado muitos a concordar com o escritor G. B. Shaw, que disse: “Há só uma religião, embora haja uma centena de versões dela.”

Muitos historiadores acreditam que a vasta maioria das práticas religiosas se originaram da mesma fonte. Por exemplo, o coronel Garnier considerou a pesquisa de diversos destacados estudiosos da história antiga e concluiu que estes “provaram incontestavelmente . . . que, não apenas os egípcios, os caldeus, os fenícios, os gregos e os romanos, mas também os hindus, os budistas da China e do Tibete, os godos, os anglo-saxões, os druidas, os mexicanos e os peruanos, os aborígines da Austrália, e até mesmo os selvagens das ilhas do Mar do Sul, devem todos ter derivado suas idéias religiosas de uma fonte comum e de um centro comum”.

Mas onde ficava essa “fonte comum”? Onde se localizava a origem das crenças religiosas que influenciaram aquele inteiro mundo antigo? “Babilônia”, declara Garnier, era “o centro donde se originou o antigo paganismo”. Outros concordam, tal como o professor de línguas antigas, Morris Jastrow, que escreve sobre “a profunda impressão causada no mundo antigo” pelo “pensamento religioso em Babilônia”.

Entretanto, esta mesma conclusão foi registrada há milhares de anos na Bíblia. Pormenoriza a construção de uma cidade, inclusive de uma enorme torre, que eventualmente se chamou Babilônia. A antiga Babilônia, localizada no oriente, era renomada pela sua extensiva cultura religiosa. Mas a religião praticada ali desagradava ao Todo-poderoso Deus. De modo que ele confundiu as línguas e “os espalhou dali por toda a superfície da terra”. — Gênesis 11:1-9.

Em resultado, as práticas religiosas de Babilônia, bem como suas crenças, espalharam-se por toda a terra. Assim como as novas línguas foram transmitidas de geração em geração, o mesmo se deu com a religião da antiga Babilônia. Esta é a razão das similaridades fundamentais das antigas religiões e de muitas hoje. Mas a Bíblia mostra também que a religião que agradou a Deus sobreviveu, e 2.000 anos atrás foi representada nos ensinamentos de Jesus Cristo.

Se o cristianismo era a forma pura de adoração — distinta das que se originaram em Babilônia — por que encontramos tantas formas dele? Por exemplo, um chefe índio americano perguntou a certo missionário cristão que veio com alguns colonos brancos: “Se há só uma religião, por que há tanta diferença entre vocês, brancos, a respeito dela? Por que não estão todos de acordo, visto que podem todos ler o Livro?”

O chefe tocou numa das causas fundamentais das diferenças — a falta de ler “o Livro”. Muitos que professam ser cristãos simplesmente desconhecem os ensinamentos de Cristo, segundo registrados na Bíblia. Entretanto, há outros que torcem o que está escrito na Bíblia. Falam “coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos”. Isto produz também um grande número de seitas religiosas, todas elas sustentando ser cristãs. Contudo, no meio dessa confusão de religiões diferentes, a adoração pura ainda persiste até o dia de hoje. — Atos 20:29, 30; 2 Pedro 3:16.

Jesus disse: “Pelos seus frutos os reconhecereis.” (Mateus 7:16) Em outras palavras, seria pelo que fazem. A Bíblia alista vários sinais que biblicamente identificam a verdadeira religião. O leitor sabe se a sua religião está em harmonia com essas normas bíblicas ou não se fizer um estudo cuidadoso. O apóstolo Paulo aconselhou: “Certificai-vos de todas as coisas; apegai-vos ao que é excelente.” — 1 Tessalonicenses 5:21.

Ao passo que a confusão de religiões no mundo tem sido uma força nociva, a adoração verdadeira traz bênçãos. Ajuda-nos a chegar a conhecer a Deus. Orienta-nos através das armadilhas da vida, dando-nos uma sólida esperança e eliminando muitas das tensões atuais. Certamente, vale a pena dar-se ao trabalho de buscá-la.