Alimentos Oferecidos aos Ídolos
Além da circuncisão, as leis e
observâncias a respeito de alimentos eram importantes sinais rituais de identidade
judaica. Os indícios literários (judaicos e não-judaicos) afirmam que a identidade
judaica era, em proporção nada pequena, determinada pela maneira como a comida
era preparada, pelos tipos de alimentos que podiam ou não ser consumidos e por
com quem a pessoa podia ou não comer. Os cristãos primitivos faziam juntos as
refeições, e a identidade primitiva com o judaísmo e o fato de se originarem
dele fizeram surgir dúvidas quanto à conveniência e à necessidade dessas leis
dietéticas para os seguidores de Cristo. Surgiu um problema relacionado à
conveniência de os cristãos comerem carne que havia sido sacrificada a deuses
pagãos.
1. O ambiente das assembleias
cristãs primitivas
2. Leis dietéticas judaicas
3. O incidente em Antioquia e a
Assembleia de Jerusalém
4. Carne, ídolos e assembleia
cristã
1. O ambiente das assembleias cristãs primitivas
Os fiéis primitivos reuniam-se em casas (cf. ICor 16,19; Rm
16,5; Fm 2; Cl 4,15), não estritamente por necessidade (i.e., por não haver
outro lugar para se reunir), mas deliberadamente, porque o ambiente da casa
proporcionava os recursos que acomodavam as práticas das comunidades primitivas
(ver Igreja). O único aspecto da assembleia que exigia o ambiente de uma casa
era a refeição comum, que incluía a Ceia do Senhor. Baseada na tradição da
Ultima Ceia (Mc 14,17; cf. ICor 11,17-34), que se realizou em uma “peça do
andar superior”, a refeição cristã primitiva era aspecto importante da vida da
comunidade. Além de estar à disposição imediata da comunidade, a casa fornecia
as instalações para o preparo das refeições comuns. Não foi nenhuma
coincidência que quando as refeições deixaram de se realizar nas assembleias o
ambiente tenha deixado de ser necessário. Quando a preparação da comida e as
instalações para comer deixaram de ser necessárias, um amplo salão (e mais
tarde a basílica) foi considerado mais apropriado para o número crescente de
cristãos. A natureza das assembleias cristãs primitivas — em especial para
refeições — adquiriu mais importância quando foram incluídos os gentios
convertidos. Para um judeu devoto, era perigoso se associar a um gentio ou
“pecado”, como se observa facilmente nos Evangelhos, quando os fariseus
criticam Jesus por sentar-se à mesa com “pecadores”. Embora judeus cumpridores
da lei admitissem a possibilidade de um judeu sentar-se à mesa com um não-judeu
(i.e., com prosélitos, estrangeiros residentes e tementes a Deus), as regras e
os regulamentos eram tão rigorosos que não promoviam amplas associações (ver
Dunn, 137-148).
2. Leis dietéticas judaicas
Dois fatores determinavam os
limites de aceitabilidade da confraternização à mesa entre um judeu e um
gentio: 1) as leis deuteronômicas em Levitico 11 e Deuteronômio 14,3-21 e 2) os
diversos halakoth Qflãkôt,
“caminhos”) da tradição oral. Na maior parte, essas leis e tradições diziam
respeito principalmente à produção e ao consumo de alimentos e ao ambiente
apropriado em que se realizava o consumo. J. Neusner enfatizou que durante o
período neotestamentário um sinal primordial de dedicação farisaica era a
observância das leis rituais fora do templo, onde todos as observavam. Comer o
alimento secular, isto é, não consagrado em estado de pureza ritual, como se se
fosse sacerdote do templo no culto, era uma das duas consequências de ser
membro do partido. Além disso, no fim, as leis agrícolas, exatamente como as
leis de pureza, afetavam a confraternização à mesa, a saber, o que se podia
comer (Neusner, 1984, 57). Depois de um exame detalhado das tradi- ções
rabínicas a respeito dos fariseus, envolvendo 341 resoluções de casos, Neusner
conclui que “nada menos que 229 tratam direta ou indiretamente da
confraternização à mesa, aproximadamente 67% do total” (Neusner, 1973, 86). A
esse respeito, os fariseus podem ser considerados um “Clube de Comensais”
(Neusner, 1982). No contexto de assembleias em casas cristãs, as refeições
podem ser consideradas manifestação franca de reconciliação entre os judeus e
os gentios em Cristo. W. A. Meeks observa que, ao abandonar as regras judaicas
oficiais que governavam o ato de comer, “os cristãos paulinos desistiam de um
dos meios mais eficazes que a comunidade judaica tinha para manter sua identidade
independente na sociedade pagã” (Meeks, 97). A Igreja doméstica era o local
para a separação cultural necessária para a fundação da Igreja em um meio
judeu-gentio. Embora fosse recomendado aos gentios que respeitassem as
suscetibilidades judaicas, as refeições servidas nessas Igrejas domésticas
confirmavam a mensagem central do Evangelho na comunidade cristã, a mensagem de
reconciliação (ver Paz, reconciliação).
3. O incidente em Antioquia e a Assembleia de Jerusalém
Em Gálatas 2,11-14, Paulo descreve um conflito na vida da Igreja
em Antioquia, que corresponde à ênfase lucana na confraternização judeu-pagã em
Atos. É provável que os acontecimentos de Gálatas 2 devam ser colocados
cronologicamente antes da Assembleia de Jerusalém de Atos 15 e depois da missão
de Paulo e Bamabé descrita em Atos 13 e 14 (ver Cronologia; Gálatas; cf.
Jerusalém). Nesta interpretação dos indicíos, a conferência descrita em Gálatas
2,1-10 precedeu a descrita em Atos 15 e os acontecimentos de Gálatas 2,11-14
exigiram a Assembleia de Atos 15. O propósito do decreto apostólico (At 15)
deve, então, ser considerado diretamente relacionado com o problema social que
surgiu durante a visita de Pedro a Antioquia. Os cristãos de Antioquia
reuniam-se regularmente para as refeições, inclusive para a Ceia do Senhor.
Embora a Igreja de Antioquia se apresente como simpatizante da missão pagã (At
13,1-3), os judeu-cristãos também participavam das reuniões e refeições. Mesmo
Pedro se reunia e comia regularmente com os cristãos antioquinos até o
incidente dramático descrito em Gálatas 2. Paulo atesta que o grande conflito
na Igreja de Antioquia foi causado por certos emissários de Tiago e, em
conclusão, da Igreja de Jerusalém (G12,12). Os homens são identificados como
“circuncisos” (G12,12). Com toda a probabilidade, esses indivíduos devem ser
associados aos mencionados em Atos 15,1 que vieram da Judeia e eram oriundos do
farisaísmo (At 15,5). Entretanto, como em Atos 15, devemos ter o cuidado de não
associar demais a posição deles com a de Tiago. Afinal de contas, Tiago com
certeza desaprovou sua conduta (At 15,24). É provável que eles tivessem
excedido os termos de sua missão.
Paulo declara que, antes de chegarem os
emissários de Tiago, Pedro tinha o hábito de comer regularmente com cristãos
gentios; contudo, a presença desses judeu-cristãos do partido da circuncisão fez
com que Pedro começasse a se afastar completamente de sua prática regular. Paulo
retrata a Igreja de Antioquia como um grupo unificado até a chegada dos emissários
de Jerusalém. O confronto expôs o problema: a confraternização entre judeus e
gentios à mesa. A magnitude do confronto é óbvia: os outros judeu-cristãos e
também Pedro e Bamabé foram influenciados pelos judaizantes. Além disso, tal
retirada era evidentemente o ímpeto por trás da deserção dos gálatas do
evangelho paulino (G11,6-7). A pressão nos judeu-cristãos para permanecer fiéis
à lei e à sua herança fez com que eles forçassem os gentios a obedecer às leis
judaicas. R. Jewett sugere que, no fim da década de 40 e início da de 50, os
judeu-cristãos da Judeia foram pressionados pelos zelotes a fazer uma campanha
nomística entre os companheiros cristãos (ver Movimentos revolucionários).
A
meta desses judaizantes era afastar a suspeita de que estavam mancomunados com gentios
sem lei (Jewett, 205). Para Paulo, eles aceitavam tal pressão a fim de “se
fazer notar na esfera da carne” e “não ser perseguidos por causa da cruz do
Cristo” (G16,12). Independentemente dos motivos que tinham, Paulo considera o
comportamento deles censurável e intolerável. A verdade do evangelho estava em
jogo: em Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão são eficazes (G15,6; cf.
G16,15), e não há nenhuma distinção baseada em herança étnica, posição social
ou diferença sexual. Em Cristo todos são a descendência de Abraão (G1 3,26-29).
3.1. O episódio de Cornélio.
Em Atos 10,1 11,18, a história da conversão de
Cornélio é narrada duas vezes. Esse fato e a extensão da história indicam sua
importância para a narrativa lucana.
Lucas apresenta dois incidentes: o
derramamento do Espírito sobre os gentios e a confraternização à mesa na casa
de Cornélio. A boa vontade por parte de Pedro de comer com um gentio confirma a
validade da vinda do Espírito. A boa vontade de Pedro para entrar na casa de
Cornélio, comer à sua mesa e morar com ele alarmou os judeu-cristãos de
Jerusalém (At 11,1 3). Afinal de contas, as conclusões tiradas do episódio de
Cornélio — que os gentios podiam ser admitidos na comunidade cristã sem ser
submetidos à circuncisão (At 10,45; 11,18) e que a confraternização à mesa
entre judeus e gentios era permitida— eram vanguardistas. Na narrativa lucana,
o obstáculo para um judeu associar-se aos “impuros” foi superado para Pedro
pela visão que ele teve em Jope. O episódio de Cornélio se encerra com o
convite de Cornélio, depois de batizado com sua família, para que Pedro se
hospedasse com eles por alguns dias (At 10,48). É óbvio que, ao descrever a boa
vontade de Pedro para aceitar o convite de hospitalidade (cf. At 16,15), Lucas
pretende demonstrar aos leitores a autenticidade da recepção do Espírito pelos
gentios. A disposição de Pedro a se associar em público a um gentio (embora
temente a Deus) não foi bem acolhida pela Igreja de Jerusalém e, em especial,
pelos da circuncisão.
Eles ainda afirmavam que tal comportamento era “um crime”
(athemitos), exatamente como Pedro o
considerava antes da visão. Assim, é importante entender a força das palavras
de Pedro em Atos 10,28, que precisam ser interpretadas à luz da crítica
formulada pela Igreja de Jerusalém e do debate contínuo na Igreja primitiva a
respeito da confraternização à mesa. Além disso, precisamos perguntar em que bases
(se existia alguma) os judeu-cristãos eram proibidos de se associar aos
cristãos gentios. Que direitos a lei (a desobediência à qual Pedro chama de “um
crime”) tinha sobre as vidas dos cristãos (judeus e gentios) à luz da mensagem
evangélica (neste caso revelada na visão)? Oepke comenta que com athemitos, “um crime”, temos uma referência ao “ponto de vista
farisaico superado pelo cristianismo” (Oepke, 166). Na verdade, este era o caso
na Igreja de Jerusalém: a confraternização judeu-pagã à mesa era tão proibida
quanto se deliciar com alimentos não-kosher. Devemos concluir que, antes da
visão em Jope, Pedro estava convencido de que comer com um gentio (= alimentos
proibidos) era contra a tradição e que ele não se confraternizara à mesa com um
gentio (visto que nunca comera carne proibida, At 10,14). Associar-se a um
não-judeu ou visitá-lo era considerado um crime (At 10,28). Com um crime, Lucas
se referia, provavelmente, à aversão judaica comum em relação a se associar a
gentios e não ao fato de isso ser contrário às leis da Torá. Dois pontos levam
a essa conclusão:
1) em parte alguma Lucas critica
judeus ou judeu-cristãos que obedecem à lei e, embora Levítico 11 faça
distinções claras entre alimentos puros e impuros, não faz distinção entre pessoas
puras e impuras (embora naturalmente isso se deduza de passagens como Lv 20,22
26); 2) a trivialidade dessa associação entre gentios e alimentos proibidos é
vista em nossa narrativa:
“O significado da visão de Pedro,
que ostensivamente trata da extinção da diferença entre alimentos puros e
impuros... é interpretado como a extinção da diferença semelhante, mas não
idêntica, entre pessoas puras e impuras” (Wilson, 68).
Entretanto, para os
judeu-cristãos de Jerusalém, a questão não estava tão clara. Para eles, as
conclusões eram óbvias e potencialmente prejudiciais para as tradições
judaicas. O fato de Deus ter derramado o Espírito sobre os gentios era por si
só espantoso. Mas a legitimidade da Torá era posta em dúvida se com esse
acontecimento os fiéis judeus tinham de aceitar (e até confratemizar-se à mesa
com) cristãos gentios — sem que esses gentios fossem circuncidados ou
observassem a Torá. Esse era só o início dos problemas na definição das
relações sociais apropriadas entre judeu-cristãos e gentios. Os conflitos
refletidos em Gálatas 2 e Atos 15 eram intensos e as opiniões variavam. Com
muita frequência, as opiniões e tendências diversas resultavam em comportamento
inconsistente até mesmo entre os líderes. E óbvio que o fracasso em reconciliar
diferenças teria anulado a possibilidade de confraternização e o cristianismo
seria tão segmentado quanto o judaísmo do século I.
3.2. A Assembleia de Jerusalém.
Em Atos 15, a questão do dever gentio de seguir a lei é mais uma vez formulada,
como se nunca tivesse sido discutida em Atos 11. Novamente é Pedro quem defende
a inclusão dos gentios, citando sua escolha para pregar aos gentios como defesa
dessa posição. Tiago recomenda que certas obrigações levíticas (ou talvez
obrigações originárias de Noé [Gn 9] e, nesse caso, as obrigações devem ser
impostas como um código pré-mosaico que obriga a todos) sejam exigidas dos cristãos
gentios: que eles se abstenham de certas coisas que são repulsivas para os
judeu-cristãos: do que foi oferecido em sacrifício a ídolos, do que foi
asfixiado, do sangue e de praticar a imoralidade (At 15,29). A solução era uma
acomodação de suscetibilidades judaicas, sem pôr em perigo a natureza do
evangelho (cf. ICor 9,19 23; embora seja contestável se, no final das contas,
Paulo não viu nenhum conflito com seu evangelho, pois ele nunca recorre ao
decreto em l Coríntios; ver Catchpole; cf. Tomson, 269-274).
4. Carne, ídolos e assembleia cristã
Há indicações de que os líderes da Igreja primitiva proibiam
de maneira uniforme o consumo de carne sacrificada a ídolos (At 15,20.29; 21,25;
Ap 2,20; Did. 6,3). A razão disso era simples: parece que o templo idólatra
servia de açougue, além de lugar para compartilhar uma refeição cultual. Na
maior parte, a carne era consumida no templo ou vendida no mercado depois de um
festival pagão e era óbvia a associação aos deuses pagãos, o que era
considerado idolatria para os cristãos (Theissen, 121-143). As salas de jantar
abaixo do Abaton no Asclepion em Corinto sugerem que a carne era incluída nos
banquetes do templo pagão de Corinto (Murphy-0’Connor, 161-170). Reclinar-se no
templo de um ídolo é considerado problema em Corinto (ICor 8,1-10). A carne
consagrada também era incluída em jantares suntuosos nas casas dos abastados. De
vez em quando, esse era o caso em Corinto (ICor 10,27). Plutarco (c. 46-120), que vivia perto
de Corinto, relata um episódio que reflete um jantar particular. O local é a
casa de Aristo: O cozinheiro de Aristo impressionou os convidados do jantar,
não só graças a sua habilidade em geral, mas porque, embora acabasse de ser
abatido como sacrifício a Héracles, o frango que colocou na frente dos
comensais estava tão tenro que parecia ter um dia de vida (Plutarco, Conv.
6,10,1) Os gentios recém-convertidos ao cristianismo achavam difícil considerar
a questão da carne oferecida aos ídolos independente de seu ambiente ritual;
comiam com culpa na consciência (ICor 8,7). O convite para jantar em casa de um
incrédulo apresentava um dilema (ICor 10,27 30); o convite para jantar em um
templo apenas agravava o problema (ICor 8,10). Entretanto, é evidente que nem
todos os coríntios compartilhavam essa frustração. Ao escrever para os
coríntios, Paulo comenta duas reações.
Primeiro, para alguns, a carne que foi
sacrificada aos ídolos devia ser evitada e considerada contradição fundamental
do monoteísmo genuíno. Dessa perspectiva, comer carne consagrada era tabu e
tais associações indulgentes eram arriscadas. Segundo, outros coríntios
alegavam um “conhecimento (gnõsis)
que negava a existência e/ou relevância de ídolos. Dessa perspectiva, o consumo
de carne consagrada não representava ameaça ao monoteísmo do cristianismo (ou
do judaísmo), pois a existência de outras divindades era negada: havia apenas
um único Deus. Em resposta, Paulo confirma o monoteísmo, citando o Shema (ICor
8,4: “não há outro Deus fora o Deus único”; ver Elementos litúrgicos) e, em
seguida, põe Jesus no meio desse texto conhecido (ICor 8,6: “para nós, só há um
Deus, o Pai, de quem tudo procede, e para o qual nós vamos, e um só Senhor,
Jesus Cristo, pelo qual tudo existe e pelo qual nós existimos”). Em uma discussão
de carne sacrificada aos ídolos em Corinto, parece que Paulo redefiniu o Shema cristologicamente
e produziu o que N. T. Wright chamou de “monoteísmo cristológico” (ver Deus; Cristologia).
Essa reformulação tem o propósito de solucionar o problema em pauta: com
efeito, a teologia da encarnação (pelas lentes do Shema) significa amor e
preocupação pelos membros da comunidade de Deus. Eis a proposta de Wright: os
coríntios são advertidos para pôr em prática uma visão cristianizada do Shema:
“há um só Deus, um só Senhor e seu povo é definido como os que o amam e amam o
próximo como a si mesmos. A indulgência pelos fracos não é apenas uma concessão
ad hoc. Origina-se do centro da própria teologia cristã” (Wright, “One God”,
49). E, para o cristão, a cruz de Cristo responde aos que insistem em seus
direitos: comer a carne consagrada destrói o fiel pelo qual Cristo morreu (ICor
8,11). Para que os leitores não deixem de compreender, a auto-revelação paulina
pretende servir de exemplo característico: enquanto esteve em Corinto, ele
tinha o direito apostólico de receber apoio financeiro (ICor 9,1-23; ver Apoio financeiro).
Por causa do perigo de ser confundido com um sofista (ver Apoio), Paulo negou a
si mesmo a remuneração por amor à comunidade de fé.
Bibliografia:
D. R. Catchpole.
“Paul, James and the Apostolic Decree”. NTS 23,1976-1977,428 444; J. D. G.
Dunn. “The Incident at Antioch (Gal. 2.11-18)”. Em: Jesus, Paul and the Law. Louisville,
Westminster/John Knox, 1990,129 182; P. E Esler. Community and Gospel in
Luke-Acts: The Social and Political Motivations of Lukan Theology. SNTSMS 57,
Cambridge, University Press, 1987; R. Jewett. “The Agitators and the Galatian
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The Social World of the Apostle Paul. New Haven, Yale University, 1983; J.
MurphyO’Connor. St. Paul’s Corinth: Texts and Archaeology. GNS 6, Wilmington,
DE, Michael Glazier, 1983; J. Neusner. From Politics to Piety: The Emergence of Pharisaic Judaism. Englewood Cliffs, NJ, Prentice Hall, 1973; Idem. “Two
Pictures of the Pharisees: Philosophical Circle or Eating Club”. ATR 64, 1982,
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1984; G. Theissen. The Social Setting of
Pauline Christianity: Essays on Corinth. Philadelphia, Fortress, 1982; P. J.
Tomson. Paul and the Jewish Law: Halakha in the Letters of the Apostle to the
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Press, 1983; N. T. Wright. “Monotheism, Christology and Ethics: 1 Corinthians
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“One God, One Lord, One People: Incamational Christology for a Church in a
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