Naum 2 — Explicação das Escrituras

Naum 2 pinta o quadro de um exército poderoso e aterrorizante avançando sobre a cidade, preparando-se para sua destruição. O capítulo enfatiza a natureza imparável do julgamento divino que está prestes a sobrevir a Nínive. Retrata vividamente o pânico, o caos e a devastação que ocorrerão durante a queda da cidade.

Naum 2 se concentra na destruição iminente de Nínive, usando imagens vívidas para descrever o destino da cidade nas mãos de uma força formidável enviada por Deus como punição pelos seus pecados.

Explicação

2:1 Os primeiros dez versículos tratam do cerco de Nínive pelos babilônios. “Aquele que espalha” pode ser interpretado como se referindo ao Senhor ou aos babilônios. Os frenéticos habitantes da cidade são zombeteiramente instruídos a se preparar para a batalha com quatro comandos: “Mantenha o forte!” “Cuidado com a estrada!” “Fortaleça seus flancos!” e “Fortaleça seu poder poderosamente”.

2:2 O SENHOR restaurará o seu povo. Haverá alguma restauração da excelência de Israel, mas não será necessariamente em breve. O Reino do Sul ainda não havia sido deportado, mas prestava homenagem.

Outro significado totalmente diferente para este texto é possível a partir de uma tradução alternativa. No seu comentário de quase 400 páginas sobre a curta profecia de Naum, Walter A. Maier traduz “restaurar” por uma palavra de significado oposto, “cortar”, e traduz “excelência” pela sua tradução frequente, “orgulho”. Ele escreve:
A declaração “Yahweh destruiu o orgulho de Jacó” descreve um castigo histórico passado que Yahweh infligiu a Judá, o lar do profeta, por causa de sua arrogante rejeição ao Todo-Poderoso. Naum pode estar pensando na devastação causada por Senaqueribe, que se vangloriava de ter devastado Judá.
A referência a Israel como uma vinha arruinada e vazia se encaixa em diversas imagens do AT (Sl 80.12ss; Is 5.5, 6; Jr 12.10; Os 10.1).

2:3–6 Os soldados da Babilônia são retratados nos versículos 3 e 4, vestidos com suas cores favoritas: os babilônios em vermelho, e seus aliados, os medos, em suas túnicas escarlates. (A cor militar dos assírios era azul.) Os oficiais cambaleantes do versículo 5 foram entendidos como sendo os defensores assírios, mas o contexto aponta antes para os invasores babilônicos. Os rios desaguam na cidade, minando as fundações e dissolvendo o palácio.

2:7–10 A rainha é levada cativa. As pessoas fogem da cidade, desrespeitando a ordem de “Pare!” As riquezas e os tesouros de Nínive são saqueados: o despojo de prata e o despojo de ouro. A cidade agora está desolada. O medo reina em todos os rostos.

2:11, 12 Esses versículos serão muito melhor apreciados quando lembrarmos que, assim como a Grã-Bretanha tem o leão e os Estados Unidos têm a águia como emblema, os assírios eram simplesmente loucos por leões. Cabeças de homens com corpos de leões (ou vice-versa) aparecem regularmente na arte e escultura assíria. Sem dúvida eles se consideravam leões e tentavam desempenhar esse papel.

Comparando Nínive a uma cova de leões, Naum enfia profundamente sua faca irônica para ferir a arrogância ninivita ao usar as palavras leões, leões jovens, leoa, filhote de leão – sete vezes em dois versículos!

2:13 O Senhor dos Exércitos decretou a destruição total de Nínive. Visto que o Senhor se tornou seu inimigo, a cidade não tem chance. Seus carros serão queimados e seus leões (guerreiros) serão decepados à espada. O som dos seus exércitos não seria mais ouvido e ela não teria mais vítimas.

Explicação

2.1-10 A conquista de Nínive é anunciada e descrita nestes versículos Este capítulo prediz os acontecimentos do ano 612 a.C., quando os exércitos da Babilônia e dos medos conquistaram a invencível Nínive.

2.1 As quatro ordens a Nínive são irônicas, como as instruções de Elias aos profetas de Baal em 1 Reis 18.27.

2.3 O vermelho era uma cor favorita dos guerreiros medos. Até suas espadas e escudos eram vermelhos.

2.4, 5 Descreve-se, aqui, o estado da cidade durante o cerco. Os carros comam por toda parte tentando afastar os invasores.

2.6 Deodoro Século menciona uma velha profecia de que a cidade nunca seria conquistada, até que as comportas do rio se tornassem inimigas. Ele declara que, durante o ataque, o rio rompeu suas barrancas e destruiu os muros da cidade, quatro quilômetros e meio.

2.7 Alguns comentaristas acham que a cidade-rainha é um símbolo de Nínive. As servas que “gemem como pombos, e batem no peito” são, provavelmente, as cidades dependentes de Nínive, ou habitantes da cidade.

2.8 Relata a fuga da população.

2.9-10 O saque da cidade é previsto nestes dois versos. A grande e rica cidade é reduzida a nada. Com a queda do seu poder e riqueza, Nínive é pateticamente descrita no v. 10s.

2.11-13 Nínive, a cidade que era tão orgulhosa, forte, rica e independente de Deus, é reduzida a nada pelo Senhor dos Exércitos e nunca mais reinará (cf. Mt 26.52). • N. Hom. “Deus julga a Nação Corrupta”. 1) Arrependeu-se (cf. Jn 4) e voltou a pecar mais. 2) A destruição de Nínive: a) completa e final; b) descrita em 2.1-3; 3) Advertência a Nínive: a) deve haver confiança em Deus pelos indivíduos de uma nação, 1.7; b) deve haver arrependimento nacional (cf. Pv 14.34; Is 60.12; Sl 33.12).

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