Interpretação de Esdras 7

Esdras 7 apresenta Esdras, um escriba e sacerdote com profundo conhecimento da Lei de Moisés. Durante o reinado do rei Artaxerxes, Esdras recebe permissão para viajar a Jerusalém. O rei lhe concedeu autoridade para ensinar e fazer cumprir a lei de Deus, e também forneceu apoio financeiro para o templo. A missão de Esdras é ensinar a lei à comunidade judaica, promover a justiça e restabelecer as práticas religiosas. Ele expressa gratidão pela orientação e favor de Deus e reúne um grupo para acompanhá-lo a Jerusalém. O capítulo enfatiza a importância da educação religiosa, liderança e providência divina enquanto Esdras se propõe a restaurar a vida espiritual e a identidade cultural da comunidade.

Apresentação de Esdras. 7:1-10
Agora se apresentam as ligações familiares e características pessoais de Esdras, como também um pequeno sumário de sua grande viagem.

7:1. Passadas estas coisas. Entre os capítulos 6 e 7, há um intervalo de cinquenta e oito anos, durante os quais tiveram lugar os acontecimentos do livro de Ester. Isto poderia explicar a atitude favorável de Artaxerxes para com Esdras. Esdras, filho de Seraías. Seraías era sumo sacerdote em 586 A.C. (II Reis 25:18). Mas Esdras devia descender de um filho mais jovem de Seraías, porque ele não foi chamado de “filho de Jozadaque, como Jesua” (Ed. 3:2; I Cr. 6:14); e portanto seus ancestrais imediatos não se encontravam na linhagem sumo-sacerdotal.

7:3. Azarias, filho de Meraiote. Para encurtar a lista, seis nomes foram excluídos entre esses dois (I Cr. 6: 7-11).

7:6. Ele era escriba versado na lei de Moisés. Escriba. O soper hebraico significava anteriormente “secretário”. Mas no tempo de Jeremias os escribas também eram professores da Bíblia (Jr. 8:8), e esse é o significado aqui.

7:7-9. A viagem de 1.448 kms levou quatro meses – 27 de março a 24 de julho de 457 A.C.

7:10. Porque Esdras tinha disposto o coração. Veja em II Cr. 12:14; 19:3; 30:19, expressões semelhantes.

Carta de Artaxerxes para Esdras.
7:11-28.
Artaxerxes escreveu uma carta em aramaico para Esdras, dando-lhe permissão para levar voluntários judeus, ouro e prata e os utensílios do templo de volta a Jerusalém. Além disso, fez ampla provisão de mantimentos e ministros para o templo, e deu autoridade a Esdras para nomear magistrados e juízes.

7:14. Seus sete conselheiros. A suprema corte de Artaxerxes (cons. Et. 1:14; Heródoto, III, 84). Para fazeres inquirição a respeito de Judá e Jerusalém. Ao que parece, Esdras tinha uma posição na corte persa que correspondia à de Secretário de Estado para os negócios judeus.

7:18. O que a ti..., bem parecer. Poderia Esdras interpretar isto como permissão inclusa para reconstrução dos muros da cidade? E a teus irmãos. Os sacerdotes.

7:20-22. Artaxerxes seguiu os exemplos de Ciro e Dario (cons. 6:4, 8). O total que foi dado chegou a cem talentos de prata (cerca de US$ 100.000), cem coros de trigo (22.000 litros), cem batos de vinho e de azeite (2.631 litros).

7:25. Que julguem a todo o povo que está dalém do Eufrates. Isto é, os judeus (“a todos os que sabem as leis de teu Deus”). E ao que não as sabe, que lhas façam saber.* Judeus que não tivessem conhecimento das Escrituras deviam ser instruídos nelas. Sem dúvida Esdras sugeriu a Artaxerxes o que o decreto deveria conter. A última provisão, particularmente, coincidia com o alvo da vida do escriba (v. 10).

7:27, 28. Esdras reconhecia, neste notável decreto, que Jeová inclinara o coração do rei para o Seu povo (Pv. 21:1). O embelezamento do Templo foi a causa principal para a ação de graças, pois o restabelecimento do culto a Deus foi a chave do reavivamento.

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