Interpretação de Colossenses 4

Interpretação de Colossenses 4



Colossenses 4 
4:1. A admoestação traz à mente o ensinamento do Sermão do Monte: “Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”; “com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Mt. 6:12; 7:2; veja Cl. 3:11).
2-4. A oração cristã (proseuche; cons. Trench) poderia ser caracterizada pelo espírito de gratidão (veja 1:11). Vigiando (gregoreo, “vigilante”) acrescenta a idéia de percepção e prontidão (cons. Mc. 14:37, 38). A oração cristã deve ser marcada pela solicitude e sobriedade e não pelo estupor cerimonial nem pela verbosidade intoxicante (cons. I Pe. 5:8). Vigiar (gregoreo) tem sido freqüentemente usado com referência à atitude do cristão para com a volta de Cristo (por exemplo, Mc. 13:33 e segs.; I Ts. 5:6; Ap. 16:15). A porta à palavra. Uma oportunidade ou, mais provavelmente, uma capacidade de falar do mistério com clareza (cons. 1:26; Ef. 6:19, 20).
5,6. Sabedoria inclui não somente a apropriação e capacidade de comunicar o mistério (1:9) mas também a capacidade de comunicá-lo com sucesso. Só assim o propósito redentor deste tempo, que Deus designou de “tempo oportuno” (kairos; cons. O. Cullmann, Christ and Time, pág. 39 e segs., 225) será eficientemente aplicado. Uma maneira ofensiva ou insípida não pode realizar muito. Portanto, na vida e no fazer a testemunha cristã deveria ser apetitosa – não aos outros cristãos mas para com os não-cristãos.
V. Conclusão. 4:7-18.
A. Recomendação dos Portadores da Carta. 4:7-9.
Os portadores da carta, Tíquico e Onésimo, transmitiriam informações não contidas nela e sem dúvida a interpretariam aos destinatários, respondendo quaisquer perguntas que surgissem. Onésimo, assunto da correspondência com Filemom, tem sido indicado como o colecionador das cartas paulinas (cons. John Knox, Philemon Among the Letters of Paul, pág. 98 e segs.). A recomendação que Paulo faz dele aqui serviu para facilitar a volta desse escravo fugido e para lembrar os leitores que agora ele era um irmão em Cristo.
C. As Saudações e Bênçãos do Apóstolo. 4: 15-18.
15. A “igreja ... casa” era coisa comum nas congregações paulinas e em geral (Atos 12:12; 16:15, 40; Rm. 16:5, 23; I Co. 16:19; Fm. 2).
16. A “Carta de Paulo aos Laodicenses” tem sido assunto de muita especulação. No segundo século uma carta apócrifa foi composta para preencher a lacuna; recentemente a carta foi identificada como a de Efésios (por exemplo, Lightfoot; também Marcion, 140A.D.) ou Filemom (por exemplo, Goodspeed).
17. A observação pessoal feita a Arquipo, que talvez fosse filho de Filemom (Fm. 2), faz lembrar o desafio feito pelo apóstolo a Timóteo (II Tm. 1:6). No Senhor identifica o ministério de Arquipo como um “dom espiritual” e não uma mera função de organização (cons. Rm. 12:6-8; I Co. 12:5; Ef. 4:12). A preocupação que Paulo enuncia está sempre presente na vida da igreja: o perigo não está na falta de dons espirituais mas por causa de dons espirituais que, devido a pecado pessoal, pressões da organização ou influências não espirituais são sufocados, deformados e incumpridos.
18. Depois de ditar a carta, Paulo confirmou sua autenticidade, como era costume seu (cons. I Co. 16:21; Gl. 6:11; lI Ts. 3:17; Fm. 19), com uma saudação de próprio punho (cons. Deiss, LAE, pág. 171, 172). Referindo-se às suas algemas, Paulo lembra seus leitores de que “aquele que sofre por amor de Cristo tem o direito de falar em favor de Cristo” (Lightfoot). Com esta nota comovente o apóstolo termina sua carta.

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