Interpretação de Jó 14

Interpretação de Jó 14

Interpretação de Jó 14 


Jó 14 


Compare com isto a afirmação do pecado universal do homem em 14:4. Quando Jó discutia com seus amigos, a questão em jogo era a sua integridade geral, com referência à qual ele estava sinceramente confiante. Mas aparentemente, na imaginária confrontação com o Juiz, esse ponto ficava sujeito à questão mais penetrante do status do pecador diante do perfeitamente Santo. A reação posterior de Jó à presente teofania está aqui prefigurada (cons. 40:3-5). Enquanto isto, sua terrível desolação, não levando em conta o pecado generalizado dos homens, esmaga seu espírito.
6. Desvia dele os teus olhares, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro, tenha prazer no seu dia. Embora este 1anlento esteja expresso em tenros da fragilidade de todos os mortais, é, não obstante, pessoal (cons. 14:3b). Que o trabalho e a tristeza comuns à humanidade bastem a Jó (cons. 7:1 e segs.; Gn. 3:17-19).
12b. Enquanto existirem os céus não acordará. Uma vez prostrado na morte, o homem, como uma árvore abatida (14:7-9), não tem perspectiva de levantar-se novamente sobre a terra (14:10-12). (Quanto à eternidade dos céus, cons. Sl. 72:5, 7, 17; 89:29, 36, 37; Jr. 31:35, 36). Jó não espera aniquilação, mas ele se desespera por qualquer coisa além da morte, exceto a existência no Sheol, que não é vida real.
13. Retrocedendo de tal desalento, ele exclama: Oxalá me encobrisses na sepultura . . . e depois te lembrasses de mim! Se este anseio pudesse se realizar; se o Sheol só fosse uma habitação temporária e, realmente, um lugar de alívio da atual inexplicável hostilidade de Deus (v. 13); se além do Sheol houvesse uma ressurreição (v.14c) brotando de uma renovada compaixão no Criador (v. 15) – um futuro tão bendito transfiguraria a presente guerra (v. 14b)! O conceito da ressurreição não fornece a chave para se abrir o mistério do atual sofrimento de Jó, mas oferece uma estrutura para a esperança. O anseio de Jó mais tarde se transforma em convicção (19:25 e segs.), e essa esperança é gloriosa. Esta esperança final de redenção não é, contudo, o tema central do Livro de Jó. O livro realmente nos desafia a suportarmos tudo com esperança. Mas ele nos coloca diante de uma experiência ainda mais profunda. Ele faz principalmente uma convocação eterna para a alegre consagração, haja o que houver, ao Senhor da aliança.
16a. E até contarias os meus passos (ASV). A curva do estado principal de Jó através do decorrer do grande debate está representado por meio de um gráfico em escala reduzida nas respostas individuais como esta, onde o clímax não se encontra no final mas é seguido por um decrescendo emocional. A chama da esperança do patriarca se extinguiu, embora apenas por um momento, por causa de Seus amargos pensamentos sobre a severidade impiedosa de Deus, o qual como um sovina dá caça a cada pecado de Jó para castigá-lo (14:16,17). Assim destróis a esperança do homem (14:19c). Através da aflição incessante, isto é, da mesma forma como os objetos mais duros sofrem o desgaste da natureza.
20a. Tu prevaleces para sempre contra ele. A hostilidade divina culmina no golpe de morte, excluindo o homem do convívio com este mundo, até mesmo do conhecimento de sua posteridade (14:21), isolando-o consigo mesmo na morte, para a infinita e enfadonha dor da decomposição e da melancólica nova da alma (14:22).


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