Interpretação de Jó 21
Jó 21
A Segunda Réplica de Jó a Zofar. 21:1-34.
Os acusadores, cegos à transparente sinceridade de
Jó, antes negaram e não explicaram o mistério de suas aflições. Mas fortalecido
agora na esperança, Jó se levanta acima do seu desapontamento com respeito a
eles e toma a iniciativa do debate. Seus olhos, uma vez abertos por sua própria
estranha experiência com a falácia da ordeira noção tradicional da retribuição,
percebe que a história tem abundância de casos “excepcionais”. Depois de um
pedido preliminar para que lhe prestem atenção (vs. 2-6), ele continua
solapando a oposição e denunciando a falácia em suas análises sobre a sorte dos
incrédulos (vs. 7-34).
2b. Isso me será a vossa consolação. Seus ouvidos abertos proporcionavam mais
conforto do que suas bocas (cons. sarcasmo semelhante na resposta a Zofar em
13:5). A força do argumento de Jó deveria silenciá-los (v. 5).
7-34. Jó descreve a prosperidade dos perversos, primeiro em termos gerais
(vs. 7-16), depois contradizendo as especificas apresentações dos amigos (vs.
17-26) e finalmente através de sua autodefesa (vs. 27-34).
7-16. Como é. . . ? A aparente iniquidade da vida, embora apóie o caso de
Jó, perturba-o (cons. v. 6) precisamente porque ele reconhece que Deus governa
tudo (vs. 9b, 16a). É prova da integridade de Jó que, mesmo em sua miséria, ele
não trocaria de lugar com os ricos incrédulos (16b). Jó, contudo, não valoriza
suficientemente a necessidade da graça divina para a continuidade da raça
decaída neste mundo. Além disso, falta-lhe a compreensão do alvo evangélico da
graça comum desfrutada pelos incrédulos (Rm. 2:4; cons. Mt. 5:45).
17-26. Quantas vezes (v. 17). O patriarca desafia as estatísticas sobre as
quais os acusadores descansam (cons. v. 29). O próprio Jó exagera, mas está
mais perto da verdade do que seus oponentes. Em 21:19a Jó antecipa uma possível
evasiva (cons. 5:4; 20:10) e a refuta (21:19b-21). Os verbos nos versículos 19b,
20 tem a força da ordem; por exemplo, Seus próprios olhos devem ver a sua
ruína (v. 20a). Acaso alguém ensinará ciência a Deus? (v. 22a). A teoria
tradicional constitui uma crítica disfarçada dos verdadeiros caminhos de Deus
(vs. 23-26).
27b. Conheço os vossos pensamentos. Jó reconheceu a sua imagem nos seus
retratos velados.
29a. Porventura não tendes interrogado os que viajam?
Embora os amigos recomendem suas
observações como lei primeva (cons. 20:4), não passam de teóricos de torre de
marfim, fora do contato com a vida real (cons. comentários sobre 4:2-11).
30.
Os maus são poupados no dia da calamidade, são socorridos no dia do furor? Jó
insiste que a morte de tais homens é frequentemente fácil (vs. 13b, 23) e
honrosa (32, 33). A avaliação que Jó faz da carreira dos injustos carece de uma
ênfase equilibrada (encontrada até certo ponto nos discursos dos amigos) sobre
sua falta de paz espiritual durante a vida e a perdição depois dela. Mas
furando o balão da retribuição hermética, Jó deixa seus acusadores apegados à
falsidade (v. 34).
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