Interpretação de Jó 29
Jó 29
O compromisso com os amigos termina; agora, o
encontro com Deus fica em primeiro plano. Em um monólogo final Jó resume a sua
causa. O discurso direto de 30:20-23 indica que é uma parte da apelação
ininterrupta de ló para com Deus. Este discurso é uma reiteração da lamentação
inicial de ló, consideravelmente temperada por ter passado pelo fogo do grande
debate. É uma trilogia, consistindo de uma descrição da anterior exaltação de
Jó (cap. 29), uma descrição de sua presente humilhação (cap. 30) e um protesto
final de inocência (cap. 31).
1-25. Jó começa esta exposição de sua extraordinária história onde o Livro de
ló a começa – nos prósperos meses passados (v. 2a). Nos dias do meu vigor (v.
4a); não mocidade (E.R.C.). Jó começa com o ponto central do assunto (como
também o livro) – o íntimo laço de aliança existente entre ele e Deus (cons.
1:1). Aqueles abençoados dias do passado, que agora despertam tantas saudades
em ló, não eram exatamente os de um paraíso abundante (v. 6), mas continham os
favores amigos de Deus (cons. Sl. 25:14), do qual essa prosperidade fluía (vs.
2-5). Quando eu saía para a porta (v. 7a). Estando as propriedades de Jó
localizadas junto à cidade, ele era ativo nos negócios civis e judiciais. A
porta e a “praça” adjacente eram o local do fórum da cidade.
O
papel importante que o patriarca desempenhava no conselho e no tribunal
parecia-lhe agora o aspecto mais significativo do seu passado (vs. 7-17, 21-25),
quando visto da sua presente luta pessoal pela justiça. A última palavra, que
lhe fora tão relutantemente concedida no presente debate, antes sempre fora seu
direito incontroverso (vs. 21-23), quando se assentava como um rei entre seus
companheiros (v. 25). A ironia consistia em que, ele que fora o celebrado
defensor dos pobres e oprimidos (vs. 11-17), o bem-amado confortador dos
aflitos (v. 25c), recebera agora, em sua angústia, a negativa de uma audiência
de seus amigos (cons. esp. cap. 22) e, aparentemente, de Deus. Eu me cobria
de justiça, e esta me servia de veste (v. 14a). A causa justa encarnou-se
em ló, o qual, impávido, apesar do abatimento e das dificuldades (v. 24),
brandia a espada da justiça para livrar os inocentes dos homens predatórios (v.
17a; cons. Is. 11:2-5; Sl. 72:12-14). Uma das bênçãos do paraíso perdido de Jó
fora sua alegre esperança de dias prolongados no seio de sua família (Jó
29:18), de honra (20a) e de força (20b) constantemente renovada (v.19). Jó
agora conta a triste decomposição dessas esperanças (cap. 30 ).
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