Interpretação de Jó 7
Jó 7
7:1-21. No meio de suas réplicas Jó repetidamente volta-se
dos seus amigos e dirige-se a Deus. A estrutura dos discursos individuais do
patriarca reflete assim o curso geral de sua luta íntima que, desapontado com
os amigos terrenos, sente-se competido a voltar-se novamente para o seu Amigo
celestial e divino Redentor em busca de compreensão.
1-16. Dias como os de um jornaleiro (v. 1). A existência humana e a vida de
Jó em particular é como a dura campanha de um soldado ou como o trabalho
maçante e cansativo de um camponês. É uma sucessão de dias, anelando pela brisa
da tarde, e noites inquietas à espera da manhã, um círculo vicioso de miséria e
desespero (vs. 1-6). Os teus olhos me procurarão, mas já não serei (v.
8b). Revertendo ao tema da mortalidade humana apresentada por Elifaz, Jó
fundamenta nEle seu lamento renovado. Ele apresenta (vs. 7-10) e conclui (v.
21b) seu apelo por alívio (vs. 11-21a) com a esperança patética da Divindade
buscando o seu servo demasiadamente tarde para lhe demonstrar piedade atrasada.
Acaso sou eu o mar, ou algum monstro marinho (v. 12a). Julgando da
incessante vigilância mantida sobre ele, Jó diz, daria para pensar que ele era
o monstro do caos (uma figura mitológica, cons. 3:8) ameaçando a estabilidade
do universo.
17a. Que é o homem. Uma torção irônica do Sl. 8:4 (cons. Sal. 144:3). O
contraste entre a transcendência divina e a limitação humana foi explorada para
desprezar o significado da ação humana.
20a. Se pequei, que mal te fiz a ti. Na realidade, é claro que a
transcendência de Deus engrandece a seriedade do pecado; ela é o fundamento do
significado da experiência humana e de tudo o que existe. Além do mais, esta
luta de Jó era particularmente significativa porque fora transformada em
precedente para a própria verdade da autoridade transcendente e controle divino
sobre a história. Na tentação de Jó a estabilidade do universo fora atacada –
como os “filhos de Deus” deviam ter dito a Jó – pelo verdadeiro “dragão” (cons.
Ap. 20:2), do qual o monstro marinho da mitologia era a versão paganizada. Os
anjos viram o mundo tremendo em cada tremor do espírito de Jó. Pois se o poder
redentor de Deus não pudesse preservar Jó no temor de Deus, não apenas Jó mas o
mundo se perderia no caos satânico.
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