Interpretação de Jonas 4
IV. Aprendendo. 4:1-11.
A. Queixas. 4:1-3. Jonas obedecera ao Senhor indo a
Nínive e pregando a mensagem de Deus, mas a atitude do seu coração não fora
mudada. Ele odiava tanto os ninivitas por causa de sua crueldade que lá no
fundo do seu coração antegozava a sua destruição. Agora, passados os quarenta
dias, Nínive continuava intacta.
1. Desgostou-se . . . . extremamente, e ficou irado. Um paralelismo tipicamente hebreu,
expressando a reação extrema de Jonas diante da salvação da idade de Nínive.
2. Pois sabia que és Deus clemente. Finalmente desvendou-se o segredo. Jonas
não ignorava o caráter do seu Deus. Ele fugiu para Társis não porque temesse os
ninivitas, mas porque não queria que fossem salvos. Ele sabia que todas as
ameaças divinas são condicionais, não importa como sejam enunciadas. Deus era clemente,
isto é, Ele tinha no seu coração o bem-estar do homem e apaixonadamente
desejava tirá-lo do pecado. Até a nação do próprio Jonas não teria se formado
se Deus não fosse gracioso para com os filhos de Israel desde o começo (Êx.
34:6, 7). Qualquer livramento da escravidão, da opressão, da fome ou da
destruição é uma evidência do gracioso amor de Deus para com o homem (Is.
30:18) e o Senhor perdoa os pecados porque Ele é gracioso (Os. 14:2). Misericordioso.
Uma palavra companheira de clemente, apontando para o amor de Deus que é
derramado sobre o pecador indigno que se arrepende dos seus pecados. Deus
guarda para si o direito de ajudar aqueles que demonstram arrependimento
genuíno do pecado e que confiam em sua bondade. Tardio em irar-se. O
desejo de Deus não é punir imediatamente o desviado. Mas quando se torna
evidente, em qualquer dada situação, que os homens são orgulhosos e teimosos
demais para serem facilmente disciplinados, Ele começa a ensiná-los através do
"caminho mais duro", expressando o Seu descontentamento para com o
pecado. Grande em benignidade. Para o profeta, o amor de Deus é tão
grande que ele só pode multiplicar frases na tentativa de expressá-lo. Benignidade
é uma tradução da palavra hebraica hesed, significando lealdade a
uma promessa convencional. A expressão da benignidade não se exaure quando a
afiança é quebrada pela outra parte, mas ela vai em busca do desviado e o traz
de volta para um relacionamento pessoal íntimo. A benignidade de Deus é tão
grande que Ele se alegra em desviar o juízo para que o pecador penitente possa
reentrar no relacionamento convencional.
3. Jonas não tinha em seu coração o amor de Deus e ele se sentiu
envergonhado porque a sua profecia foi anulada pela conversão daqueles que ele
detestava. O profeta ficou tão abatido que desejou a morte.
B. A Abóbora e o Verme. 4: 4-7.
4. É razoável essa tua ira? O Senhor examinou a atitude de Jonas. À
luz da preocupação divina para com o homem, como seu servo podia ser tão
impiedoso?
5. Fez uma enramada. Embora Jonas estivesse cônscio que uma onda de
arrependimento em Nínive faria Deus salvar o povo, ele obstinadamente
determinou esperar a destruição que tinha predito. Foi para um lugar mais
elevado fora da cidade propriamente dita, armou um caramanchão de galhos de
árvore para se proteger do sol. Tais abrigos ainda se usam em campo aberto no
Oriente Médio. Um homem pode ficar confortavelmente em sua sombra mesmo quando
o sol fica muito quente.
6. Então fez o SENHOR Deus nascer uma planta. A planta, palma cristi, é comum no
Oriente Médio. A rapidez do seu crescimento neste caso é declaradamente um ato
divino. Jonas sofria tanto com seus conflitos íntimos que reagia com as mais
disparatadas emoções. Antes, se sentira grandemente deprimido, agora se alegrou
grandemente.
7. Enviou um verme. A destruição da planta também foi um ato divino. O
verme atacando as raízes, destruiu a planta, e com ela, a bênção de sua sombra.
C. O Vento e o Sol. 4:8. Deus mandou um vento. Este
ato final do Senhor privou Jonas de seu último conforto terreno – a sombra
fresca. O vento oriental é famoso por sua temperatura cauterizante, do qual nem
mesmo a sombra de um abrigo pode proteger o homem. Quando Jonas chegou ao ponto
de não suportar mais o calor, clamou pelo alívio da morte pela segunda vez. A
primeira vez ele desejou morrer por causa de seu desespero íntimo; desta vez
ele clamou a Deus por causa de seu desconforto físico.
D. A Lição. 4:9-11. Obviamente, a série das ações
divinas destinadas a Jonas tinha um propósito. Deus tentava destacar o absurdo
da falta de preocupação espiritual de Jonas pelo bem-estar humano,
contrastando-o com a sua legítima preocupação por seu próprio bem-estar físico.
9. A pergunta do versículo 4 torna a ser repetida. Do conteúdo de 4:1-3
pode-se deduzir que a resposta de Jonas à primeira pergunta devia ter sido a
mesma que esta.
10. Tens compaixão da planta. Era uma preocupação cabível e
provavelmente motivo razoável para se zangar. Mas a planta não passava de uma
planta, e Jonas nada tinha a ver com o seu crescimento ou destruição.
11. Não hei de eu ter compaixão . . . de Nínive. Os ninivitas eram seres humanos – homens,
mulheres e crianças – objetos da criação especial de Deus e portanto do Seu
amor. Uma simples planta, como essa, não podia entrar em comunhão pessoal com
Deus; nem o pecado podia corrompê-la. A preocupação de Jonas pela planta era
egoísta; ele sentia a sua destruição porque lhe servira para o conforto
pessoal. Mas a preocupação de Deus pelo homem é altruísta, pois Ele apenas
procura ajudar, livrando-o do pecado. Nenhum homem tem o direito de questionar
nem ressentir-se do amor de Deus derramado para salvar o homem qualquer homem –
do pecado e da destruição do pecado. Os ninivitas precisavam dEle mais que os
outros porque ninguém lhes mostrara as diferenças morais.